Opinião
04 de novembro de 2025- Visualizações: 889
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Enfrentando a aposentadoria: uma nova estação
Por Paulo Ribeiro
Em uma conferência recente, de repente, notei como poucos dos meus antigos colegas ainda estavam por perto. Antes, preenchíamos sessões inteiras, agora restam apenas alguns. Isso me fez pensar: que isso está me dizendo?
Após quase cinquenta anos de vida profissional, esses momentos carregam nostalgia e clareza. Eles sussurram que uma transição está próxima... não um fim, mas uma mudança de estação.
Meu autor favorito (C. S. Lewis) costumava escrever sobre progresso, envelhecimento e propósito em termos profundamente humanos.
Em “O Progresso é Possível?” (1958), ele observou:
Eu me importo muito mais com a forma como a humanidade vive do que com a duração dela. Progresso, para mim, significa aumentar a bondade e a felicidade das vidas individuais. Para a espécie, como para cada homem, a mera longevidade me parece um ideal desprezível.
Essa frase ressoa poderosamente naqueles de nós que medimos a vida em projetos, conferências, prazos e artigos. Lewis nos lembra que a quantidade de atividades por si só não é progresso; qualidade de vida e contribuição sim.
Ele também escreveu certa vez, com a perspicácia que lhe é característica:
O outono é realmente a melhor das estações; e não tenho certeza se a velhice não é a melhor parte da vida.
Talvez “outono” não seja declínio, mas o momento em que as cores se intensificam e os significados amadurecem. É um momento em que a colheita da experiência se torna visível.
Aposentadoria, pode significar mudar de fazer para destilar, de executar projetos para orientar pessoas, de produzir resultados para nutrir insights.
Lewis também alertou sobre os “males que a velhice prolongada carrega”, portanto, o realismo faz parte da sabedoria. Há um momento em que ritmo, energia e relevância devem ser reequilibrados. Mas esse realismo não precisa ser resignação completa.
O que importa não é por quanto tempo ainda continuamos, mas quão bem podemos viver, aprender e servir.
O outono pode ser a melhor estação. Ela traz visão após intensidade, profundidade após movimento, significado após conquistas.
Encarar a aposentadoria não significa recuar; significa adotar um novo modo de contribuição, moldado menos pela urgência e mais pela essência.
Finalmente, o quanto antes aprendermos a acolher essa mudança de estação com serenidade, mais suave e natural se torna a transição.
REVISTA ULTIMATO - A IGREJA EM MISSÃO
Ultimato celebra a igreja em missão, a missão da igreja e o movimento missionário brasileiro, cuja história é quase tão longeva quanto a do Brasil.
Ao longo de mais de 10 páginas, o leitor vai encontrar parte das palestras do 10ª edição do Congresso Brasileiro de Missões (CBM 2025), que aconteceu em outubro, em Águas de Lindóia, SP, e lerá, no "Especial", um painel com uma avaliação ampla e crítica do movimento missionário brasileiro.
É disso que trata a edição 416 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Aprender a Envelhecer, Paul Tournier
» A Cruz e o Paradoxo da Autoestima, Ricardo Barbosa de Sousa
Em uma conferência recente, de repente, notei como poucos dos meus antigos colegas ainda estavam por perto. Antes, preenchíamos sessões inteiras, agora restam apenas alguns. Isso me fez pensar: que isso está me dizendo?
Após quase cinquenta anos de vida profissional, esses momentos carregam nostalgia e clareza. Eles sussurram que uma transição está próxima... não um fim, mas uma mudança de estação.
Meu autor favorito (C. S. Lewis) costumava escrever sobre progresso, envelhecimento e propósito em termos profundamente humanos.Em “O Progresso é Possível?” (1958), ele observou:
Eu me importo muito mais com a forma como a humanidade vive do que com a duração dela. Progresso, para mim, significa aumentar a bondade e a felicidade das vidas individuais. Para a espécie, como para cada homem, a mera longevidade me parece um ideal desprezível.
Essa frase ressoa poderosamente naqueles de nós que medimos a vida em projetos, conferências, prazos e artigos. Lewis nos lembra que a quantidade de atividades por si só não é progresso; qualidade de vida e contribuição sim.
Ele também escreveu certa vez, com a perspicácia que lhe é característica:
O outono é realmente a melhor das estações; e não tenho certeza se a velhice não é a melhor parte da vida.
Talvez “outono” não seja declínio, mas o momento em que as cores se intensificam e os significados amadurecem. É um momento em que a colheita da experiência se torna visível.
Aposentadoria, pode significar mudar de fazer para destilar, de executar projetos para orientar pessoas, de produzir resultados para nutrir insights.
Lewis também alertou sobre os “males que a velhice prolongada carrega”, portanto, o realismo faz parte da sabedoria. Há um momento em que ritmo, energia e relevância devem ser reequilibrados. Mas esse realismo não precisa ser resignação completa.
O que importa não é por quanto tempo ainda continuamos, mas quão bem podemos viver, aprender e servir.
O outono pode ser a melhor estação. Ela traz visão após intensidade, profundidade após movimento, significado após conquistas.
Encarar a aposentadoria não significa recuar; significa adotar um novo modo de contribuição, moldado menos pela urgência e mais pela essência.
Finalmente, o quanto antes aprendermos a acolher essa mudança de estação com serenidade, mais suave e natural se torna a transição.
REVISTA ULTIMATO - A IGREJA EM MISSÃOUltimato celebra a igreja em missão, a missão da igreja e o movimento missionário brasileiro, cuja história é quase tão longeva quanto a do Brasil.
Ao longo de mais de 10 páginas, o leitor vai encontrar parte das palestras do 10ª edição do Congresso Brasileiro de Missões (CBM 2025), que aconteceu em outubro, em Águas de Lindóia, SP, e lerá, no "Especial", um painel com uma avaliação ampla e crítica do movimento missionário brasileiro.
É disso que trata a edição 416 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Aprender a Envelhecer, Paul Tournier
» A Cruz e o Paradoxo da Autoestima, Ricardo Barbosa de Sousa
Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de Manchester, na Inglaterra, foi Professor em Universidades nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Holanda, e Pesquisador em Centros de Pesquisa (EPRI, NASA). Atualmente é Professor Titular Livre na Universidade Federal de Itajubá, MG. É originário do Vale do Pajeú e torcedor do Santa Cruz.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?user=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao
Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o “top” 2% dos pesquisadores de maior influência no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. Destes, 600 cientistas são de Instituições Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi incluído nesta lista relacionado a área de Engenharia Elétrica.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?user=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao
Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o “top” 2% dos pesquisadores de maior influência no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. Destes, 600 cientistas são de Instituições Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi incluído nesta lista relacionado a área de Engenharia Elétrica.
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