Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Opinião

Um pedido de perdão do 1% de cristãos aos outros 99%

Por Michael Oh

"Mas eles escutarão?"
 
Eu sentei à mesa voltado ao meu amigo Bill Pollard, que estava com uma expressão facial esperançosa e levemente duvidosa. Eu acabara de compartilhar com ele sobre a visão do Movimento de Lausanne de reunirmos mais de 700 cristãos, líderes em seu local de trabalho, de mais de 100 países.
 
Bill amou a visão: mobilizar os cristãos no local de trabalho para serem instrumentos de Deus para levarem o impacto do reino para cada esfera da sociedade. No entanto, ele estava na dúvida se alguns líderes de igrejas teriam perguntas sobre a efetividade deste tipo de ministério feito por ‘líderes leigos’.
 
Seu questionamento reflete uma visão de longa data do ministério cristão como uma responsabilidade restrita aos “profissionais” como pastores e missionários. Pessoas como Bill desafiaram essa noção, mostrando que a manta do ministério deve ser levada nos ombros de cada cristão.
 
Bill era CEO da empresa ServiceMaster, que, durante sua liderança, foi reconhecida pela revista Fortune como a empresa número 1 de serviços em sua lista Fortune 500 e foi reconhecida pela Financial Times como uma das empresas mais respeitadas no mundo. Para Bill, o trabalho na ServiceMaster era sobre servir ao Mestre. Como ele frequentemente dizia: "Nenhuma empresa tem valor eterno. Somente a igreja o tem. Somente as pessoas o têm." Bill compartilhou comigo histórias de pessoas que moravam tão longe quanto Tóquio, Japão, cujas vidas foram impactadas pelo amor ao evangelho que ele e outros na sua empresa compartilhavam.
 
Precisamos de mais pessoas como Bill e, para isso acontecer, precisamos mudar a forma que vemos o trabalho e ministério – voltando a como deveria ser. Do meu ponto de vista como um líder de ministério em tempo integral dentro de um movimento evangélico global, eu gostaria de oferecer meu pedido de desculpas a todos que estão lendo este artigo que não são parte do ministério profissional, assim como compartilhar as quatro coisas que aprendi sobre fé e trabalho:
 
1) Você não existe para apoiar nosso ministério; nós existimos para apoiar o seu ministério.

Eu quero falar com você como alguém que é parte dos 1%. O 1% das pessoas da igreja que são pastores e missionários. O 1% que faz do ministério sua profissão.
 
E eu gostaria de me arrepender.
 
Quero me arrepender em nome de todos os membros do 1% por vermos os outros 99% da igreja que não trabalham no ministério profissional como um grupo que existe somente para apoiar o nosso ministério.
 
A realidade, para muitos missionários e pastores como eu, é que de fato somos sustentados financeiramente pelos outros 99%. Somos tremendamente gratos por isso; missionários e pastores não poderiam trabalhar em seus ministérios sem a generosidade bíblica dos 99%. Mas o ministério de doar não é o seu valor completo nem seu ministério exclusivo. Eu confesso que facilmente esqueço que os 99% não podem realizar seu ministério sem nosso apoio também; e esquecer disso não poderia ser mais errado.
 
Efésios 4:11-13 diz que Deus "designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo" (NVI).
 
Deus deu o 1% para equipar os santos para o trabalho ministerial. O 1% existe para apoiar o ministério dos 99%.
 
Parafraseando Martinho Lutero: "Não somos todos chamados para sermos pastores, mas somos todos chamados para sermos sacerdotes."
 
Um dos frutos mais impressionantes da reforma protestante é a recuperação da doutrina bíblica do sacerdócio de todos os crentes. Todos temos acesso direto e pessoal a Deus. Não precisamos de um mediador sacerdotal além de Cristo.
 
Mas caímos em outro tipo de sacerdotismo: desta vez não sobre a salvação, acreditando que esta precisa ser medida por um sacerdote, mas no ministério, acreditando que o ministério somente acontece através dos ministros profissionais ministrando aos que não têm essa vocação, em vez de todos por e para todos.
 
O que Deus fez universal, mais uma vez nós profissionalizamos. O evangelismo é somente o trabalho dos evangelistas? O discipulado é somente o trabalho de pastores? A missão é somente trabalho para os missionários?
 
Os 1% - pastores, evangelistas, missionários e outros – podem ter a responsabilidade ocupacional primordial para com o evangelismo, discipulado e missões; mas não é somente responsabilidade deles. De fato, sua responsabilidade primordial é treinar, delegar e apoiar o evangelismo, discipulado e trabalho missionário mundial dos 99%.
 
Se o ministério e missão forem relegados somente para o âmbito dos pastores e missionários, teremos problemas.
 
2) A grande comissão não pode ser cumprida sem sua participação.

O 1% que faz do ministério sua profissão nunca alcançou o mundo todo com o evangelho. O 1% não pode fazer discípulos em todas as nações. Por que?
 
Primeiramente, o 1% não é o suficiente em termos de quantidade de pessoas. Existe somente 1 missionário para cada 150 mil japoneses. Existe somente 1 missionário para cada 500 mil muçulmanos. Você sabe quanto tempo leva para compartilhar o evangelho com 500 mil pessoas? Agora entendemos porque os missionários estão frequentemente tão cansados!
 
Portanto uma parte importante de como o evangelho vai se espalhar pelo mundo é o envio de mais missionários.
 
Eu sei que muitos cristãos maravilhosos e com boas intenções – e até mesmo pastores – algumas vezes dizem: "Nem todos são missionários." Parte de mim sorri quando escuta isso. A outra parte chora.
 
Porque se aceitarmos a ideia de que somos todos missionários, e que podemos simplesmente ficarmos onde estamos e compartilhar o evangelho com as pessoas que conhecemos que não são cristãs, os 3 bilhões de pessoas no mundo que não conhecem pessoalmente a um único cristão estarão dentre os que perecerão.
 
No entanto precisamos mais do que apenas mais missionários.
 
O tempo em que vivemos precisa de parcerias mundiais entre missões que mobilizam o 1% e os 99% a irem a todos os povos e lugares que tem não tem contato com o testemunho do evangelho. É a única forma de cumprirmos a grande comissão. A igreja toda precisa colaborar. Precisamos "co-laborar".
 
Este é o desafio e oportunidade global. O desafio no compartilhamento do evangelho localmente é este: se dependemos de pastores e dos profissionais do ministério para compartilharem o evangelho, ele nunca tocará a vida de muitas pessoas e nunca alcançará todas as esferas da sociedade. A única forma de o evangelho chegar às pessoas da sua empresa, da sua escola, do seu bairro, do seu time esportivo, do seu restaurante, do seu grupo de teatro... é através de você.
 
O Movimento de Lausanne tem a visão de: "O impacto do reino em cada esfera da sociedade." Isso somente pode acontecer através das pessoas que Deus colocou nessas esferas da sociedade. E essa pessoa não é o seu pastor.
 
Cada cristão, incluindo os 99% que não trabalham profissionalmente no ministério, possui um ministério.
 
3) Você pode não ser um pastor ou missionário, mas você tem um ministério.

Deus lhe deu dons espirituais para cumprir seu ministério, e você recebeu o Espírito Santo para capacitar-lhe. Como 1 Coríntios 12 diz: "A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum" (NVI).
 
Eu acho que podemos dizer que para Lutero, não foi simplesmente: "Não preciso mais de um padre", mas também: "Agora posso ministrar para todos. E de fato, eu deveria fazê-lo."
 
Agora depende de você descobrir seu ministério. Qual ministério o Espirito Santo realizará através de você?
 
Bill compartilhou comigo uma história incrível sobre a oportunidade que teve de falar, como cristão, em um funeral xintoísta de um empreendedor japonês influente em Tóquio, rodeado por centenas de pessoas que nunca haviam ouvido o evangelho antes. Isso somente foi possível por causa dos anos de investimento em relacionamentos sua excelência fiel nos negócios.
 
Alguns são missionários, mas todos somos chamados a ser sal e luz e a orarmos pelas nações.
 
Alguns são pastores, mas todos devem pastorear as pessoas que estão sob seus cuidados.
 
Alguns são diáconos, mas todos estão aqui para servir.
 
Alguns são presbíteros, mas todos devem saber liderar em diversos contextos.
 
Alguns são pregadores, mas todos devemos pregar o evangelho – para nós mesmos e para os outros.
 
A igreja toda é necessária para fazer discípulos em todas as nações. O Espirito Santo anseia ministrar através de você.
 
4) Nos comprometemos com seu ministério através das nossas palavras, mas vamos fazer mais.

Quando digo nós, incluo o Movimento de Lausanne.
 
Desde nossa fundação em 1974 por Billy Graham e John Stott, o Movimento de Lausanne falou algumas palavras importantes sobre essa questão crítica. Por exemplo, uma equipe de acadêmicos no Terceiro Congresso de Lausanne escreveu O Compromisso da Cidade do Cabo, que estabelece:
 
"Nós precisamos de esforços intensivos para treinar todos os seguidores de Deus em um discipulado integral de suas vidas, que significa viver, pensar, trabalhar e falar de um ponto de vista bíblico e com efetividade missionária em cada lugar ou circunstância da vida cotidiana e trabalho."
 
Mas poderíamos ter feito mais – e faremos mais.
 
Esse mês, o Fórum Mundial do Trabalho de Lausanne (FMT) irá reunir 750 influenciadores globais de mais de 120 países em Manila, nas Filipinas. Pedimos suas orações para que esse grupo diverso possa contribuir com perspectivas inovadoras e mobilização para missão dentro e através do local de trabalho, em todos os níveis, em todos os setores e em todas as regiões do mundo. O encontro não contará somente com profissionais de escritório ou de negócios, mas também trabalhadores braçais e até "sem categoria".
 
Tanto o 1% quanto os 99% estarão no FMT. Será uma oportunidade para o 1% se arrepender e nos compromissarmos firmemente com nosso chamado para equipar os santos com seu trabalho ministerial.
 
E para quem é parte dos 99%: Levante-se! Levante-se e tome posse da sua identidade como discípulo e seu chamado para ser um fazedor de discípulos. Levante-se e tome responsabilidade pelo discipulado de sua família, amigos e vizinhos. Levante-se e veja as nações que tem sede pelas águas do evangelho e os bilhões de pessoas que não conhecem um cristão sequer.
 
Se você acredita que 1 Pedro 2:9 se refere a você como eleito/a de Deus – "sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" – por que não se levantar e aceitar seu chamado?

• Michael Oh é o Diretor Executivo Global e CEO do Movimento de Lausanne.

Nota: Artigo publicado originalmente por Christianity Today. Reproduzido com permissão.

Créditos da imagem: Rick Szuecs | © 2019 Christianity Today 

Leia mais
» Evangelizar pra quê? E por que (não) evangelizamos?
» O que fazer com os charlatões e falsos mestres das igrejas?
 

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Leia mais em Opinião

Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.