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Opinião

Crônicas do pastor Genobede – membro frustrado com a igreja

Nunca é bom fazer as coisas porque não há outra opção. É preciso ter coragem de mudar ou para lidar com as próprias frustrações

Por Genobede Passos da Cruz

Todos que amam a Deus e a sua palavra sabem que vivenciar o evangelho na igreja é um grande privilégio e ao mesmo tempo grande desafio. Nela Deus nos proporciona crescimento e aprendizado. E nela também sofremos algumas dores, pois lidamos com pessoas falhas. Experimentamos diversos tipos de situações.

Quem ama a igreja e o ministério não desiste de continuar acreditando no que Deus faz na vida das pessoas. Pensando nisso, quero apresentar aqui o Pastor Genobede com as suas Crônicas sobre a vida na igreja. Por meio de histórias e diálogos, ele fala de vários assuntos vividos por ele, mas que podem ser, na verdade, a experiência de qualquer pastor em alguma igreja qualquer. Elas não refletem nenhuma situação, pessoa ou igreja reais. São relatos fictícios ainda que reflitam uma realidade presente em muitas igrejas.


--
Era o meio da tarde de uma quinta-feira, eu estava no escritório quando o telefone tocou. Era a Carla, uma jovem senhora muito envolvida nos trabalhos da igreja, pedindo para me ver. Ela disse:
- Pastor, como está o seu horário agora? Lembra que disse que precisava falar com o senhor. Eu tenho um tempinho agora, se o senhor puder eu passo aí na igreja.

Algumas semanas antes ela havia me procurado dizendo que queria muito falar comigo, mas não era nada urgente, que quando desse um tempinho ela desejava conversar com calma. Passaram-se os dias não conseguimos conversar.

Eu respondi:
- Estou terminando algumas coisas aqui, mas daqui uns quarenta minutos podemos conversar.

Não gosto muito de marcar conversas assim no final do dia sem saber o assunto, pois acabam sendo demoradas e atrapalham o andamento das atividades da noite. Deixei claro que não teria muito tempo, pois ainda tinha outros compromissos.

Quando chegou no meu escritório, veio com um ar de alívio por finalmente conseguir encontrar esse momento para conversar e, ao mesmo tempo, se mostrava bastante perturbada.

Perguntei como poderia ajudá-la.

Ela começou falar dos aborrecimentos que tinha na igreja, como tinha muita coisa fora de ordem, as pessoas não tinham compromisso com as coisas do Senhor e o quanto isso afetava a imagem da igreja.

Não foi a primeira vez que ela me procurou para esse tipo de conversa. Mas ela se demonstrava muito mais frustrada do que antes.

Concordei com ela que precisamos fazer as coisas com zelo e excelência, agradeci a preocupação dela e que daria atenção àqueles pontos para ver no que podíamos melhorar.



Então ela me disse:
- Mas vim também dizer que meu limite está chegando no fim. Não sei se consigo aguentar isso por muito mais tempo. É muito frustrante!

Procurei encorajá-la, dizer que essas coisas se resolveriam e que na verdade até que Jesus voltasse, sempre teríamos de cuidar da sua igreja. Mas eu respeitaria a decisão dela de procurar outra igreja e disse:
- Se a situação chegar a esse ponto, veja que temos igrejas irmãs na cidade, colegas pastores comprometidos e bons pregadores que com certeza acolherão a sua família.

Ela respondeu:
- Não, pastor. Não sei o que eu faria se saísse daqui.

- Por quê?, perguntei surpreso. E acrescentei:
- Olha a igreja tal, fica próxima da sua casa. E a igreja tal.

Fui enumerando várias igrejas e para cada uma ela me dizia a razão pela qual não participaria daquela igreja. Finalmente eu disse:
- Mas como que você está sabendo tanto de como é cada igreja? Você está bem informada!

- Não é, pastor. É que a gente fica sabendo das coisas. Além disso tenho amigos queridos nessas igrejas e já fui lá várias vezes.

- Então, o que a impede procurar outra igreja é que você não tem outra opção?

- Mais ou menos por aí, pastor.

Respondi:
- Nunca é bom a gente fazer as coisas porque não há outra opção. Embora isso seja muito comum. Pessoas se submetem a situações adversas no trabalho, nos relacionamentos por pensarem que não têm outra opção. Isso não é bom. Às vezes é preciso ter coragem de mudar ou de lidar com as próprias frustrações. Mas, me diga uma coisa. Se não fosse essa falta de opção, o que a impede de deixar a igreja?

Um pouco surpresa, parou, pensou e disse:
- Pastor, o senhor está querendo que eu saia da igreja?

- Não, não é isso. Você está me parecendo tão frustrada e me disse que o seu limite está no fim, que estou entendendo que está a ponto de deixar a igreja. Seja como for, o que a impede de ir para outra igreja?

Ela me deu uma lista de razões pelas quais ela não deixaria a igreja.

Então perguntei:
- E como você vai resolver as suas frustrações?

Parou, pensou e disse:
- Acho que o jeito é me esforçar mais!

Respondi:
- Às vezes não é isso. Você e a família são muito dedicadas e esforçadas. É verdade que sempre podemos fazer melhor, mas muitas vezes precisamos deixar os outros fazerem e se desenvolverem.

Ela me interrompeu:
- Aí não, pastor! Se deixar para os outros fazer, vira bagunça. Ninguém vai fazer nada certo.

- Realmente, quando deixamos para os outros nem sempre sai do jeito que gostaríamos, mas as pessoas vão se desenvolver e, no fim, será bom para a igreja.

- É pastor, não sei não. O senhor, também, parece que tem umas ideias que, sei lá! Não sei se funcionam. E acrescentou em tom de brincadeira, porém, nitidamente muito mais leve do que quando chegou para conversar:
- Daqui a pouco vou começar ficar frustrada com o senhor também!

- E quando isso acontecer? O que você vai fazer?

- Aí a gente troca o pastor, né?

  • Genobede Passos da Cruz, pastor


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