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Opinião

Como lutar contra o autoengano e a corrupção

Por Kelly e Michèle O’Donnell

Quão íntegro você é? Se você for como a maioria das pessoas, sua resposta entusiasmada será “muita!”. No entanto, apesar dos pontos fortes de nosso caráter como coragem e lealdade, nossa autoavaliação de integridade pode estar sob séria influência das distorções egoístas, especialmente a racionalização das inconsistências entre nossos valores hipotéticos e nossas ações. “Eu sou uma pessoa moral, uma pessoa modelo” pode ser uma das maiores verdades autoevidentes da história humana, pelo menos para nós mesmos [1].

Neste artigo apresentaremos algumas lições que tivemos que aprender nos últimos quinze anos promovendo a integridade e confrontando a corrupção. Por que é tão difícil viver de acordo com nossa aspiração ética e moral? Nós refletimos sobre a realidade da disfunção e desvio, destacamos o desafio do autoengano, descrevemos recursos anticorrupção, e chamamos a comunidade da igreja e missão (CIM) para um movimento mundial de integridade marcado pela retidão e relevância.

Somos luz ou escuridão?


Integridade é plenitude moral – viver consistentemente com plenitude moral. É o oposto da corrupção: a distorção, perversão, e deterioração da bondade moral, resultando na exploração de pessoas e do planeta [3].

Integridade Mundial é a integridade moral em todos os níveis em nosso mundo – do individual ao institucional, e tudo que isso abrange. Viver com integridade mundial é essencial para compartilhar as boas novas e as boas obras entre os povos. É também um requisito para fomentar uma transformação sustentável de desenvolvimento, saúde e bem-estar, e paz e segurança no mundo. Não é fácil ter integridade, não é sempre preto no branco, e pode ser arriscado [4].

Buscando a integridade

Há uns dez anos, eu (Kelly) estava conversando com um dos meus amigos mais próximos, lamentando sobre como muitas vezes é tão difícil para as pessoas boas simplesmente fazerem o bem num contexto organizacional. Por que o ambiente organizacional, especialmente em organizações cristãs, é, tantas vezes, desolador? Como a integridade pode ser tão elusiva?

Após uma hora de discussão sobre líderes arrogantes, disfunção sistêmica e demissões errôneas, meu amigo ofereceu um simples conselho: “Leia Maquiavel”.

Manipulação da virtude e vício

Ele se referia à obra sobre poder, “O Príncipe”, do século dezesseis, escrita por Nicolau Maquiavel [5]. Maquiavel resolveu desenvolver argumentos baseados na razão para a liderança que fossem práticos e baseados na realidade, e não simplesmente idealistas ou centrados na virtude. O poder poderia ser “legitimamente” desimpedido de valores éticos.

Então, eu li e reli Maquiavel, determinada a melhorar meu entendimento de como, quase sempre, o mundo organizacional funciona. Um princípio central do capítulo 15 foi especialmente esclarecedor:

Um homem que queira em todas suas palavras fazer profissão de bondade, perder-se-á em meio a tantos que não são bons. Donde é necessário, a um príncipe que queira se manter, aprender a não ser bom e usar ou não da bondade, segundo a necessidade [6].

O trabalho de Maquiavel foi uma grande influência no pensamento realpolitik que tem influenciado práticas de governança nos últimos cinco séculos, que se infiltrou no CMC (sigla em inglês para Core Member Care), e que enfraqueceu a integridade mundial que tanto carecemos no mundo atual [7].

Expondo a disfunção e o desvio

Infelizmente, podemos ser seriamente enganados e desarmados por pessoas e processos como Maquiavel (Lc 16:8). Chamamos isso de realidades DD (DD): disfunção pessoal e organizacional (distorção da realidade para fins pessoais) e desvio (exploração de outros para fins próprios) [8].

Frequentemente a realidade DD é disfarçada como “boa” ou “necessária para o bem maior”. Em organizações, é difícil gerenciar a DD especialmente quando falta compreensão, responsabilização ou vontade política para aplicar boas práticas firmemente. Acima de tudo, a DD é reforçada quando as pessoas comprometem sua integridade ao ignorar o que acontece a sua volta, racionalizando a responsabilidade, finalmente poluindo a si próprios (veja Pv 16:2 e 25:26) [9].

Táticas para manter a DD

Este gabarito ajuda a reconhecer a presença e progressão da DD nas organizações. As cinco táticas podem se sobrepor. O gabarito também pode ser usado como um espelho para observar sua própria integridade [10]:

• Ignorar. Esconda a DD. “Não questione os problemas (mesmo os óbvios), não mencione os problemas, e deixe as coisas como estão” são regras não-escritas difundidas e centrais.
• Minimizar. Minimize o impacto negativo da DD. Afirme que é provavelmente normal. União nos relacionamentos e conformidade prevalecem sobre a verdade e relacionamentos genuínos.
• Distrair. Crie distrações para esconder os verdadeiros problemas da DD. “Finja sofrer” e receba simpatia; ou admita que algo “não está bem certo” e faça referência a problemas que surgem de diferentes perspectivas ou preferências – a necessidade de concordar em discordar.
• Difamar. Menospreze as pessoas que perguntam ou questionam sobre a DD. Silencie-as. Instigue uma atmosfera de medo de repreensão e intimidação para evitar que as pessoas se manifestem ou exijam boas práticas.
• Destruir. Destrua a reputação das pessoas, contribuições, relacionamentos e bem-estar. Use meias verdades, distorção, mentiras, rumores, acusações falsas e demissões. Colha os benefícios de controle, posição, respeito, estado atual e fluxo estável de receita.

Praticando o autoengano [11]

A dissonância cognitiva é um conceito poderoso da psicologia social que pode nos ajudar a entender nossa tendência ao autoengano enquanto ainda acreditamos que estamos vivendo com integridade (Jr 17:9). Ela se refere à lógica egoísta que usamos para acalmar as incongruências internas que nos perturbam e harmonizar os pensamentos discrepantes sobre nós mesmos – quem queremos ser contra quem somos de fato. 

Tavris e Aronson (2007) esclarecem como nossas manobras interiores de moral nos ajudam a nos sentirmos bem sobre nós mesmos [12]:

A maioria das pessoas, quando diretamente confrontadas pela evidência de que estão erradas, não mudam seu ponto de vista ou curso de ação, mas se justificam com ainda mais tenacidade. Mesmo provas irrefutáveis raramente são o suficiente para penetrar a armadura mental da autojustificação... No entanto autojustificação irracional, como areia movediça, pode nos afundar mais no desastre. Ela bloqueia nossa habilidade de ver nossos erros, muito menos de corrigi-los. A autojustificação distorce a realidade, impedindo obtenção de todas as informações necessárias e avaliação clara de todos os aspectos. Ela prolonga e aprofunda os abismos entre casais, amigos e nações. Não permite que nos livremos de maus hábitos e permite que os culpados evitem responsabilidade por suas ações. (pp. 2, 9-10)

Maus líderes são uma má ideia

A autojustificação usada para minimizar a dissonância cognitiva é o grande motivo através do qual qualquer líder pode ser tornar um “mau” líder, maquiavélico. Uma pesquisa internacional avaliando as experiências/pontos de vista de líderes cristãos identificou três categorias principais de características negativas de líderes colegas: “Orgulhoso(a), sempre certo(a), sempre atuando como o/a grande chefe, falta de integridade, não é confiável; duro(a), não se preocupa com os outros, se recusa a escutar, crítico(a)” [13].

A pesquisa extensiva de Robert Sternberg encontrou que os maus líderes se enxergam como estando acima da prestação de contas – “ética é para os outros”. Eles não se beneficiam da tão necessária contribuição dos outros para complementar, balancear e corrigir a si mesmos. Eles caem em um senso irreal e frequentemente disfarçado de onipotência, inefabilidade, otimismo irreal e invulnerabilidade. Se tornam fixos em seus hábitos, mesmo quando é óbvio para quem olha de fora, que eles estão cavando um buraco cada vez maior de erros no qual cairão, levando outros junto [14].

Táticas de falsa integridade

Estas quatro táticas ilustram o que não fazer quando temos que prestar contas por um possível erro ou má conduta. Use isto como um espelho na sua própria vida e integridade:

• Distanciar-se da questão. Evitar ou refrasear a questão. Ofuscar os fatos, falar de forma vaga ou hesitante sobre preocupações ou “erros do passado”. Disfarçar qualquer culpabilidade.
• Apelar para sua “integridade” e agir dentro “dos mais altos padrões”, mencionado suas conquistas no passado, suas contribuições atuais, e tudo que você faz de melhor, pontuando tudo com uma linguagem de transparência e prestação de contas, sem demonstrar nada disso.
• Afirmar que está sendo atacado(a), tratado(a) de forma injusta, e que as pessoas não te compreendem. Lembrar a todos que a liderança é difícil e cheia de ambiguidades e decisões difíceis. Mencionar os problemas de outras pessoas; questione os motivos e credibilidade delas.
• Resistir até a parte desconfortável passar. Demitir membros da equipe, mas não mudar o sistema. Manter seu estilo de vida, afiliações e ilusões de congruidade moral. Afirmar: você é especial. Dissonância cognitiva se aplica aos outros, mas não a você.

Recursos para confrontar a corrupção

A corrupção é normalmente definida como o abuso do poder confiado para ganhos pessoais [15]. Os mais pobres são frequentemente as vítimas, com estimados um trilhão de dólares sendo drenados todos os anos de países em desenvolvimento [16]. O CMC, estima que 63 bilhões de dólares são roubados através de “crimes eclesiásticos”. Este número é maior do que os estimados 56 bilhões de renda de “missões globais” [17]!

A corrupção não é somente fraude financeira [19]. Ela se manifesta também como “suborno, transgressão da lei sem sofrer as consequências de forma justa, ajustes injustos dos processos e resultados de eleições e encobertar erros ou silenciar delatores (aqueles que expõem a corrupção na busca pela justiça)” [20].

No setor de trabalho humanitário a corrução se estende entrando em áreas como “nepotismo/favoritismo, exploração e abuso sexual, coerção e intimidação de trabalhadores humanitários ou receptores do auxílio para ganhos sociais ou políticos pessoais, manipulação de avaliações, direcionamento e registro para favorecer certos grupos e desvio da assistência a outros grupos além do grupo-alvo.” [21].

Uma vida de integridade

Felizmente, muitos escândalos e campanhas divulgados nos sensibilizaram às sombrias realidades da corrupção [22]. Para combater a corrupção, incitamos nossos colegas a:
a) Cultivarem uma vida de integridade: “Lembrem-se de quantos profetas corruptos receberam aprovação dos seus antepassados! Não repitam o mesmo erro.” (Lc 6:26, A Mensagem) [23];
b) Apreciar sua própria vulnerabilidade à tentação, incluindo a propensão a distorcer e justificar erros e transgressões (Pv 20:6); e
c) Conectar e contribuir em diversos setores como pessoas de integridade, mantendo-se atualizado(a) sobre recursos de integridade e corrupção como os listados no fim deste artigo e nas notas [24].

Convocação: movimento mundial de integridade

Nosso mundo globalizado é marcado pelo incrível progresso lado a lado com níveis inaceitáveis, e insustentáveis, de carência, medo, discriminação, exploração, injustiça e insensatez ambiental em todos os níveis... Precisamos do conhecimento e meios para abordar estes desafios, mas precisamos urgentemente da liderança e ação conjunta agora... Peço que os governos e pessoas de todo o mundo cumpram com suas responsabilidades políticas e morais. Este é o meu chamado para a dignidade, e todos devemos responder de acordo com nossa visão e força (trechos dos parágrafos 11, 13 e 25). Secretário Geral da ONO Ban Ki-moon (2014) [25].

Acreditamos que nossa identidade em comum e responsabilidade compartilhada por sermos cristãos e cidadãos do mundo podem ser alavancadas para integrar a integridade nos níveis individual, institucional e internacional, e todos os outros níveis no meio [26]. Acreditamos que é um tempo apropriado para investir na integridade mundial.

Vislumbramos um Movimento de Integridade Mundial crescente e sustentável, talvez catalisado pelo Movimento de Lausanne [27] em colaboração com outros grandes grupos. Seria uma plataforma para “conectar influenciadores, integridade e ideias para a missão global” [28].

Chamamos as pessoas justas e relevantes, compromissadas com Jesus Cristo e com as boas novas a trabalharem juntas de forma resoluta e através de todos os setores pelo bem-estar de todos os habitantes do nosso planeta.

A integridade mundial requer uma reflexão honesta e contínua em todos os níveis. Como o caráter e virtude com o qual está intrinsicamente conectada, ela é refinada no caldeirão da vida, através dos desafios e escolhas difíceis da vida. Somos a luz, ou a escuridão, do mundo. Podemos ser a chave para a integridade moral para um mundo pleno [29].

• Kelly e Michèle O’Donnell
são psicólogos clínicos baseados em Geneva, trabalhando com a Member Care Associates (MCA). Seu foco é trabalhar rumo ao bem-estar e efetividade da equipe, boas práticas e ética, saúde mental geral, desenvolvimento sustentável, e povos não alcançados. Kelly e Michèle são representantes na Organização das Nações Unidas da World Federation for Mental Health (Federação Mundial de Saúde Mental). Seus recursos e publicações recentes estão listadas no site da MCA. MCAreseources@gmail.com

Imagem ilustrativa: Designed by Freepik

Notas
*Conteúdo publicado originalmente por Análise Global Lausanne, sob o título “Um chamado para o movimento mundial de integridade: lutando contra o autoengano e corrupção”.
1. The opening paragraphs are adjusted from Kelly O’Donnell and Michèle Lewis O’Donnell, Living in Global Integrity, Global Integration Update: Common Ground for the Common Good (April 2017). http://globalintegrators.blogspot.com/2017/04/.
2. M. C. Escher, Circle Limit IV (1960)
https://www.wikiart.org/en/m-c-escher/circle-limit-iv.
3. We are grateful for David Bennett’s helpful discussion of integrity in ‘Integrity, the Lausanne Movement, and a Malaysian Daniel’, Lausanne Global Analysis (January 2015), https://www.lausanne.org/content/lga/2015-01/integrity-the-lausanne-movement-and-a-malaysian-daniel.
4. See the 25 entries on ‘Global Integrity: Moral Wholeness for A Whole World’ in CORE Member Care: Reflections, Research, and Resources for Good Practice (2016), http://coremembercare.blogspot.fr/search/label/global%20integrity.
5. Nicolò Machiavelli, The Prince (1515), http://www.gutenberg.org/files/1232/1232-h/1232-h.htm.
6. Ibid. Chapter 15 concisely summarizes, in about 500 words, much of Machiavelli’s advice for maintaining positions of power: ‘Concerning Things for which Men, and Especially Princes, Are Praised or Blamed,’ http://www.gutenberg.org/files/1232/1232-h/1232-h.htm#link2HCH0015.
7. Many of the references to ‘integrity’ from the Cape Town Commitment (2010) are cited in ‘Global Integrity—21’, CORE Member Care: Reflections, Research, and Resources for Good Practice (12 November 2016),
http://coremembercare.blogspot.fr/search/label/Cape%20Town%20Commitment.
8. See the various terms used in the New Testament to describe evil people within the church and warnings to not be naïve. ‘Member Care: Tares, Tears, and Terrors,’ CORE Member Care: Reflections, Research, and Resources for Good Practice (6 November 2008) http://coremembercare.blogspot.fr/search/label/na%C3%AFve.
9. The lesson from Machiavelli was a prelude to the learning that we were to undergo in dealing with corruption. Starting in 2007 we have joined with colleagues to expose a long-term, international fraud. Together we contacted and consulted with four governments and called upon the assistance of several organizations and people primarily in the church-mission community to disclose how they had been affected (PETRA People Network). https://sites.google.com/site/petrapeople/.
10. Adapted from Kelly O’Donnell, ‘Wise as Doves and Innocent as Serpents? Doing Conflict Management Better,’ Evangelical Missions Quarterly (2007). This article is available in 12 languages on the Reality DOSE web page (https://sites.google.com/site/mcaresources/) and is expanded in Part Two of Global Member Care (volume one): The Perils and Perils of Good Practice (Pasadena, CA USA: William Carey Library, 2011) https://www.amazon.in/Global-Member-Care-Pearls-Practice-ebook/dp/B00IK71QM6 and Member Care in India: From Ministry Call to Home Call (Vellore, TN India: Missionary Upholders Trust, 2012).
11. Adapted from: Kelly O’Donnell, ‘Integrity and Accountability for United Nations Staff: Navigating the Terrain,’ UN Special, Issue 767 (March 2017, pp. 40-41), https://www.unspecial.org/2017/03/integrity-and-accountability-for-un-staff/.
12. Carol Tavris and Eliot Aronson, Mistakes Were Made (but not by me): Why We Justify Foolish Beliefs, Bad Decisions, and Hurtful Acts, (Orlando: Harcourt, 2007).
13. Lausanne Movement. We Have a Problem!—But There is Hope (2010), https://www.lausanne.org/content/we-have-a-problem-but-there-is-hope-results-of-a-survey-of-1000-christian-leaders-from-across-the-globe.
14. This summary of bad leader qualities is based on a presentation by Robert Sternberg given at Tuft’s University in 2009. A longer summary is in ‘Resources for Good Practice’ (chapter 8), Global Member Care (volume one): The Pearls and Perils of Good Practice (Pasadena: William Carey Library, 2011), Kelly O’Donnell https://www.amazon.in/Global-Member-Care-Pearls-Practice-ebook/dp/B00IK71QM6.
15. This is Transparency International’s succinct definition of corruption. https://www.transparency.org/what-is-corruption.
16. ONE. ‘Trillion Dollar Scandal Report’ (2014), https://www.one.org/international/policy/trillion-dollar-scandal/.
17. Johnson, Todd, Gina Zurlo, Peter Crossing, and Bert Hickman, ‘Christianity 2018: More African Christians and Christian Martyrs,’ International Bulletin of Mission Research (January 2018, Vol. 42, No. 1). See also Todd Johnson, Gina Zurlo, and Albert Hickman, ‘Embezzlement in the Global Christian Community,’ The Review of Faith and International Affairs (2015, 13(2) pp. 74-94), https://www.researchgate.net/publication/277977397_EMBEZZLEMENT_IN_THE_GLOBAL_CHRISTIAN_COMMUNITY.
18. For more information on the Zero Rupees banknote campaign against corruption, see https://www.weforum.org/agenda/2015/12/the-power-of-a-zero-rupee-note/.
19. See the list of 60 categories in Transparency International’s Anti-Corruption Glossary.
20. Time and Date, ‘International Anti-Corruption Day,’
https://www.timeanddate.com/holidays/un/international-anti-corruption-day.
21. Feinstein International Center, Humanitarian Policy Group, and Transparency International, Preventing Corruption in Humanitarian Assistance: Final Research Report (2008), http://www.odi.org.uk/sites/odi.org.uk/files/odi-assets/publications-opinion-files/1836.pdf.
22. For a composite case study on corruption, including Biblical and psychological perspectives, see Kelly O’Donnell and Michèle Lewis O’Donnell, ‘Loving Truth and Peace: A Case Study of Family Resilience in Mission/Aid Corruption,’ Family Accountability in Missions: Korean and Western Case Studies. (New Haven, CT: OMSC Publications, 2013, pp. 175-86) http://membercareassociates.org/wp-content/uploads/2017/11/Loving-Truth-and-Peace-Mission-Aid-Corruption-ODonnells.pdf See also the anti-corruption campaigns by Transparency International (https://www.transparency.org/), ONE (https://www.one.org/international/), and the EXPOSED Campaign (https://www.eauk.org/current-affairs/news/exposing-corruption.cfm).
23. See the resources for developing integrity in Kelly O’Donnell ‘Integrity and Accountability for United Nations Staff: Staying the Course,’ UN Special, Issue 768 (April 2017), pp. 40-41) https://www.unspecial.org/2017/04/integrity-and-accountability-for-un-staff-2/.
24. For suggestions about connecting and contributing across sectors these two resources: Kelly O’Donnell, ‘Charting Your Course through the Sectors’ (chapter 2) in Kelly O’Donnell and Michèle Lewis O’Donnell (Eds.), Global Member Care (volume two): Crossing Sectors for Serving Humanity (Pasadena: William Carey Library, 2013), https://www.amazon.com/Global-Member-Care-Crossing-Humanity-ebook/dp/B00HX6WZLQ/ref=pd_sim_351_1?_encoding=UTF8&psc=1&refRID=4J0CZBSRGVKC4SG6HME9) and Kelly O’Donnell and Michèle Lewis O’Donnell, ‘GIobal Grids: New Strategies for Staying Informed,’ Global Integration Updates (October 2016, Number 11) https://us10.campaign-archive.com/?u=e83a5528fb81b78be71f78079&id=417e55ffc6.
25. Ban Ki-moon, The Road to Dignity by 2030: Ending Poverty, Transforming All Lives, and Protecting the Planet. Synthesis Report of the Secretary-General on the Post-2015 Sustainable Development Agenda (December 2014)
https://sustainabledevelopment.un.org/majorgroups/post2015/synthesisreport; for additional quotes by influential organizations regarding the urgent need and responsibility to address the issues in our world, see Kelly O’Donnell and Michèle Lewis O’Donnell, ‘Doomsday: Next Stop, Global Dis-Integration?,’ Global Integration Update (June 2017) http://mailchi.mp/24d24e690a01/doomsday-global-integration-update-special-issue-1013925.
26. Over the past seven years we have been developing and widely sharing about Global Integration (GI). Integrity is a core component. GI is a framework to help us connect relationally and contribute relevantly on behalf of human wellbeing and the major issues facing humanity, in light of our integrity and core values (eg, ethical, humanitarian, faith-based) for God"s glory. For more information and examples see: http://membercareassociates.org/?page_id=373.
27. The Global Integrity Network, for example, was set up by the Lausanne Movement in response to the Cape Town Declaration and Congress in 2010. https://www.lausanne.org/networks/issues/integrity-and-anti-corruption.
28. This is the Lausanne Movement’s strap line. We added the word ‘integrity’ as it is also a central part of the Lausanne Movement’s values as well as a moral safeguard and missional strategy.
29. For more ideas on a Global Integrity Movement see ‘Global Integrity--25: Moral Wholeness for A Whole World,’ CORE Member Care: Reflections, Research, and Resources for Good Practice (2016),
http://coremembercare.blogspot.fr/search/label/global%20integrity.



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