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Como se pode não falar de Deus depois de Auschwitz?

Hoje completam-se 70 anos da libertação, pelo Exército Vermelho, de Auschwitz, rede de campos de concentração nazistas no sul da Polônia. Estima-se que mais de 1 milhão de judeus foram assassinados em Auschwitz. Sem dúvida, é uma data que deve ser lembrada.

Ultimato também não quis deixá-la no esquecimento. “O campo de Auschwitz deve continuar como uma amarga lembrança da maldade e impiedade humanas”, disse a edição 330 em 2011.

Em 1998, nosso redator foi a São Paulo e teve uma triste conversa com Bella Herson, uma das sobreviventes de Auschwitz, que veio morar no Brasil poucos anos após a II Guerra. Em seu trabalho “Judeus na Polônia”, Bella termina dizendo que “A Polônia é o maior cemitério judaico do mundo e, segundo o costume judaico, se alguém colocar uma pedrinha em qualquer parte do solo polonês, certamente estará homenageando, sob ela, uma inocente vida judaica”. Bella fez uma confissão às avessas: “Se existiu Auschwitz, não pode existir Deus”.

Outro sobrevivente, porém, não chegou à mesma conclusão de Bella. Em seu mais famoso livro (“Em Busca de Sentido”, com mais de 9 milhões de exemplares vendidos), o psiquiatra austríaco Viktor Emil Frankl explicou a razão de sua sobrevivência: “Não há dúvida de que o amor-próprio, quando ancorado em áreas mais profundas, espirituais, não pode ser abalado por uma situação de tremendo sofrimento”. Ultimato deu destaque aos pensamentos de Frankl – “o salmista do século 20” - na edição 327, em 2010.

A mesma edição que entrevistou Bella Herson também trouxe a vergonhosa denúncia de que o antissemitismo foi, ao longo de séculos, propagado pelas igrejas cristãs.

O “Mineiro com Cara de Matuto” foi à Auschwitz em 18 de dezembro de 2002 e viu com seus próprios olhos os lugares, os objetos e as marcas do sofrimento das vítimas do nazismo.

“As lembranças estão ali, em salas enormes e envidraçadas. Numa delas havia uma montanha de cabelos. Em outras, vários objetos de uso pessoal, como pentes, escovas, sapatos, roupas, panelas e outros utensílios de cozinha. Havia também próteses dentárias e muletas. A maior parte das roupas era de crianças. Diante da sala onde só havia malas, o Mineiro fez questão de anotar o nome e a procedência de alguns de seus proprietários: Klara e Sara Fochtmann (de Viena), Herman Pasternak e Irene Bermann (de Hamburgo) e Marie Kafka (de Praga). Esta última era irmã do escritor tcheco Franz Kafka (1883-1924). Ela e mais duas irmãs morreram em Auschwitz”, relatou o Mineiro.
Ele lembrou que Auschwitz é “o lugar mais notório de genocídio da história e a maior sepultura coletiva do mundo” e que o museu que agora está lá é o “mais triste cartão postal da cidade”.

A edição 327 listou, em ordem cronológica, alguns dos lances mais importantes do antissemitismo e da Segunda Guerra Mundial.

Ler sobre os horrores da Segunda Guerra, ouvir depoimentos de sobreviventes, ver documentários e filmes. Tudo isso gera uma mistura de sentimentos no coração: indignação, tristeza, pena, etc. Mas também é verdade que muitas perguntas ainda estão sem respostas, tanto do lado de quem crê em Deus quanto de quem não crê. “Como Deus permitiu isso acontecer?”, perguntariam os que não têm fé. “Como o ser humano, dotado da luz poderosa da razão e da ciência, pôde fazer isso?”, perguntariam os religiosos, estupefados com a arrogância e com a maldade dos que se sentiram superiores.

A verdade é que não há respostas definitivamente esclarecedoras, porque a ferida ainda dói e o que aconteceu foi algo absurdo. Mas há esperança. A mesma que teve Viktor Frankl e a mesma que tem o teólogo Jürgen Moltmann, o “profeta da esperança”:

“Sem o conhecimento de Cristo pela fé, a esperança se torna uma utopia que paira em pleno ar; sem a esperança, entretanto, a fé decai, torna-se fé pequena e finalmente morta. Por meio da fé, o homem entra no caminho da verdadeira vida, não somente a esperança o conserva neste caminho. Desta forma a fé em Cristo transforma a esperança em confiança e certeza; e a esperança torna a fé em Cristo ampla e lhe dá vida”.

Em 1948, o jovem Moltmann teve que confrontar-se com a grande pergunta da época: “como se pode falar de Deus depois de Auschwitz?”. Num relato autobiográfico, o profeta da esperança conta: “Nos campos na Bélgica e na Escócia experimentei o colapso das minhas certezas, e neste colapso encontrei uma nova esperança na vida cristã”. A partir de então, Moltmann começou a se perguntar: “Como se pode não falar de Deus depois de Auschwitz?”.


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Equipe Editorial Web
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