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Opinião

Comece o ano contando os dias

Cada atividade, prazerosa ou não, programada ou não, é um presente de Deus

Por Délnia Bastos

Certo domingo, meu pastor sugeriu fazermos uma oração pulsante durante todas as nossas atividades da próxima semana: “Senhor, ensina-me a viver”. Comecei a praticar e logo lembrei do Salmo 90.12, que acho lindo e misterioso ao mesmo tempo: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”.

Neste salmo de Moisés, claramente há uma comparação entre o que é o tempo para Deus e o que é o tempo para o ser humano. Para Deus, mil anos são como um dia, e vice-versa. Para o ser humano, um dia tem 24 horas. Deus é eterno e muitíssimo maior que o tempo. O ser humano é mortal e muitíssimo pequeno na totalidade da criação de Deus.

Mas, como seres humanos redimidos por Cristo, podemos ter uma relação com o tempo mais parecida com a relação de Deus com o tempo – uma relação eterna e não efêmera.

Como se contam os dias? Ou, o que, de fato, o salmista está dizendo? Com certeza, não é uma simples contagem matemática. A palavra traduzida por “contar” significa “propriamente, pesar; por implicação, alocar ou constituir oficialmente; também enumerar ou inscrever”. É algo mais profundo do que apenas contabilizar.

Imagino que envolva algo como viver intensamente cada dia, avaliá-lo, quem sabe anotar algumas coisas num diário, falar sobre esse dia com Deus e com outros.

Dividindo o dia em três partes (manhã, tarde e noite) totalizando 24 horas, cada hora com 60 minutos e cada minuto com 60 segundos, extrapolo a oração de Moisés para cada atividade do dia.

As pessoas do mundo talvez chamem isso de mindfulness ou atenção plena. Mas é bem mais do que atenção plena, porque somos cristãos. Jesus chama isso de viver sem ansiedade quanto ao dia de amanhã ou, segundo a nossa extrapolação, viver sem ansiedade quanto à próxima atividade: fazer uma a uma, com a entrega ensinada pelo salmista (Sl 37.5) e a dedicação ensinada pelo apóstolo (Cl 3.23).

Vamos iniciar o novo ano fazendo uma coisa de cada vez, com toda a atenção e comprometimento. Se você estiver lavando a louça, lave a louça para lavar a louça! Não pense que você está lavando a louça para se ver livre para o “trabalho de verdade”. Brinque com seus filhos, sobrinhos, netos ou alunos para brincar com eles. Faça uma visita para fazer a visita, para conviver com aquela pessoa e ouvi-la – e nunca para ticar um compromisso na sua agenda. Às sextas-feiras, antes de fechar seu computador no final do dia e da semana, não foque no que ficou por fazer – isso causa ansiedade! Pelo contrário, pense em tudo o que você conseguiu fazer e, como Deus, seja grato e avalie que aquilo ficou bom (Gn 1.31).



Cada atividade, prazerosa ou não, programada ou não, é um presente de Deus para você. Viva-a intensamente, de forma comprometida. Se fizer isso, sua vida vai mudar e uma incrível leveza tomará o lugar do peso, do estresse excessivo, da ansiedade, dos resmungos e aborrecimentos. Mas é um exercício espiritual e mental; tente várias vezes e persevere até conseguir. Aí a gratidão vai brotar naturalmente em seu coração, porque você está “pesando” cada dia – na verdade, cada momento de sua vida – como dádiva de Deus. O louvor também nascerá em sua boca como fruto desse viver pleno, abundante. A alegria será sua companheira de todas as horas, porque você terá aprendido o que é contentamento. Até mesmo a pregação do evangelho fluirá, pois você estará alegre, com vontade de falar das maravilhas de Deus.

É claro que virão dias ruins, momentos dolorosos e de sofrimento. Até esses você deve viver intensamente, de coração aberto, pois há mais para aprender em velórios do que em festas, já dizia Salomão. Jesus viveu intensa e plenamente o Getsêmani, até ao ponto de suar sangue.

E nem pense em fazer duas ou três coisas ao mesmo tempo. Exceto por atividades mecânicas, os estudiosos afirmam que ninguém faz duas atividades intelectuais simultaneamente – o verdadeiro nome para isso é enrolação. Você não consegue ouvir bem uma pessoa lendo uma mensagem no WhatsApp. Você finge que consegue, mas não consegue em plenitude. Não dá pra contar como uma atividade vivida para alcançar um coração sábio.

Lembremos o modo de viver de Jesus. Ele viveu comprometida e plenamente cada instante de sua vida na terra. Ele não sobrepôs atividades, mas atendeu a cada um pessoalmente e no momento certo. Jairo teve que esperar. A ressurreição de Lázaro esperou alguns dias. Tudo porque Jesus não atropelou as coisas, mas seguiu a agenda que Deus tinha para ele.

Minha oração é que a gente entre na contagem do tempo de Deus – um tempo que é pleno e muito maior que as nossas mesquinhas preocupações do viver diário; que Ele nos ensine a viver nos dedicando de coração a cada atividade, para que alcancemos coração sábio.

  • Délnia Bastos é casada, mãe de três filhos e avó de seis netos. É membro do Conselho Missionário da Igreja Presbiteriana de Viçosa.
Imagem: Unsplash.
REVISTA ULTIMATO – LEMBREM-SE: ‘DEIXO COM VOCÊS A PAZ, A MINHA PAZ LHES DOU”
Durante a última ceia com os discípulos, Jesus se despede com palavras de paz: “Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não a dou como o mundo a dá. Não vos perturbeis, nem vos atemorizeis”.

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