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Opinião

Os cristãos, a política e as fake news

Se antes a regra dizia que “futebol, política e religião não se discute”, as redes sociais estão aí para provar que sim, se discute, e muito. Podem até ser motivos de sérios desentendimentos, principalmente quando o assunto é política. Embora difícil, é possível dialogar sobre o tema sem brigar, mas a tendência da maioria é cair nos extremos. E já que estamos próximos do pleito eleitoral, é importante pensar a tarefa dos cristãos na política. Mas se queremos pensar a política hoje não podemos deixar de fora os meios de comunicação e as redes sociais, bem como a divulgação de notícias falsas – as famosas “fake news”.

Comentando a influência de falsas notícias compartilhadas no Facebook durante a eleição de 2016, nos EUA, o repórter da BBC para assuntos de tecnologia, Rory Cellan Jones, disse que “parece provável que as mídias sociais serviram para polarizar opiniões em uma campanha eleitoral já acalorada. E que podem ter ajudado a trazer eleitores indecisos para o lado do bilionário [Trump]” [1]. Em 2018, dois anos após a eleição, Samidh Chakrabarti, gerente de engajamento cívico do Facebook, se desculpou em nome da empresa por difusão de notícias falsas durante o pleito norte-americano, conforme divulgado pela Folha de São Paulo: “Em 2016, nós no Facebook fomos lentos demais em reconhecer que agentes nocivos estavam abusando de nossa plataforma” [2].

Para Miroslav Volf, filósofo e doutor em teologia, estabelecer um debate saudável sobre política é uma tarefa desafiadora, já que o próprio processo eleitoral "é competitivo e alimenta a intolerância". Mas, conforme disse em entrevista ao E+, ele acredita que “uma forma de resistir à intolerância é comprometer-se com a verdade e a justiça independente do que os partidos [políticos] acreditam” [3]. Volf é autor de “Uma fé Pública: Como os cristãos podem contribuir para o bem comum” e esteve no Brasil para participar de um fórum sobre política e fé cristã.

A relação entre cristãos e política também foi abordada durante o congresso Vocare 2018, com a participação de Carlos Bezerra Junior, deputado federal, Caio Cunha, vereador, Davi Lago, mestre em direito, e Igor Miguel, teólogo e pedagogo. O compartilhamento de notícias falsas por cristãos foi apontado por Davi e Igor como um dos principais problemas para a promoção de um debate saudável sobre política (veja o vídeo). Uma matéria divulgada pela revista Época, em abril deste ano, listou um site evangélico entre os dez maiores sites de notícias falsas país [4].



O sociólogo Paul Freston traz uma boa contribuição para essa conversa com o artigo “A ‘ética do ódio’, as fake news e a idoneidade cristã”, na edição de julho/agosto da revista Ultimato. Confira um trecho:

Segundo um famoso ditado, a perspectiva iminente do enforcamento facilita enormemente a definição das nossas prioridades. O atual cenário político brasileiro, tão polarizado, tenso e cheio de perigos, tem função parecida. Ainda gostaríamos, é claro, que todos pensassem igual a nós. No entanto, há duas coisas muito mais importantes para os cristãos neste momento: primeiro, que todos fiquem dentro dos limites da democracia; e, segundo, que todos deem exemplo para a sociedade na maneira de tratar os irmãos na fé que estão em outra posição política.

Dois obstáculos dificultam a consecução, mesmo desses desejos extremamente modestos: o ódio e as fake news (notícias falsas). Eles se reforçam mutuamente: o ódio cria as fake news e incentiva a sua propagação; e, por sua vez, as fake news alimentam o ódio.

Notas
[1] https://www.bbc.com/portuguese/geral-37961917
[2] https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/01/1952567-facebook-se-desculpa-por-difusao-de-noticias-falsas-em-eleicao-nos-eua.shtml
[3] https://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,miroslav-volf-o-processo-eleitoral-frequentemente-alimenta-a-intolerancia,70002345306
[4] https://epoca.globo.com/brasil/noticia/2018/04/o-exercito-de-pinoquios.html


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