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Opinião

O que o desapego das instituições tem a ver com o desigrejismo

Por Marcos Botelho

Cresce o número daqueles que intencionalmente não se ligam a uma igreja ou que deixaram as igrejas que frequentavam. O fenômeno dos “sem-igreja” é um desafio enorme e alcança comunidades cristãs em todo o mundo.

A edição 374 da revista Ultimato convidou 8 personalidades para conversar sobre o assunto e apresenta o Especial “Desigrejismo – Anomalia ou Opção?”, em matéria de 5 páginas da revista.

Confira as respostas do autor de "Vida Cristã Fora da Caixa", pastor Marcos Botelho. 

Os desigrejados são parte da “igreja virtual”? As novidades em tecnologia contribuíram para o aumento das pessoas que deixaram suas igrejas?

Marcos Botelho – Acredito que a tecnologia seja apenas uma fatia do bolo, uma parte que ajudou nesse fenômeno, pois hoje todos podem ter acesso às melhores pregações on-line, que provavelmente sejam melhores do que a pregação que uma pessoa ouviria em uma igreja perto de sua casa. Mas há também outras causas: uma geração desacreditada de qualquer tipo de instituição; um fenômeno pós-neopentecostais, em que milhares de pessoas decepcionadas com a teologia da prosperidade saíram dessas igrejas e não se engajaram em outras; e, por último: como crescemos muito numericamente, é normal parte de nós continuar acreditando no que acreditamos, mas não sentir necessidade de congregar semanalmente em um lugar; simplesmente alguns não sentem falta e não vão a uma igreja.

A maior parte dos que deixam a igreja são jovens. Este abandono tem a ver com os conflitos geracionais ou com o perfil da juventude?

Marcos Botelho – Um levantamento feito pelo Ibope, para o jornal O Estado de São Paulo, mostra que, no final de 2012, 56% das pessoas diziam não ter preferência partidária, contra 44% que apontavam preferência por alguma legenda; isso acontecia pela primeira vez desde 1988. Podemos pensar que isso esteja ocorrendo por causa dos escândalos políticos dos últimos tempos. Pode até ser, mas essa pesquisa veio antes da Lava Jato e todos esses escândalos, por isso acredito que nessa geração emergente está surgindo um pensamento que vai além de abandono de uma legenda partidária. Vejo cada vez mais um desapego das instituições organizadas e um apego ao que chamo de causas primárias. A cidade ganha importância, a união perde; o time de futebol ganha, a seleção perde; o ensino informal cresce, o ensino formal cai; o ministério de uma igreja ganha importância, a denominação perde. Assim também cresce a cada dia o número de jovens e adultos desapegados das denominações protestantes. Lembro-me de, na infância, ouvir brincadeiras entre amigos, que expressavam a forte rixa entre presbiterianos e batistas. Hoje essas piadas não têm mais graça nem mexem com ninguém. Vejo pessoas frequentando por três anos uma igreja sem nem pensar em se tornar membro. Sim, é uma nova geração muito mais desapegada de sistemas e instituições, e não estou dizendo que mudou pra melhor ou pior. Apenas mudou. E essa mudança ajudou no fenômeno desigrejados, ou, como eles gostam mais de se autodenominarem, desinstitucionalizados.

Alguns têm defendido que os desigrejados são um campo missionário. Você concorda com isto?

Marcos Botelho – Aprendi ao longo do ministério que existe um campo missionário gigante entre os evangélicos, entre os que vão à igreja semanalmente, pois são religiosos que precisam se converter à graça de Cristo, são como o irmão mais velho da parábola do “filho pródigo”. Por que não enxergarmos entre os desigrejados esse campo missionário? Grande parte das pessoas que tomam a decisão de seguir a Cristo na igreja que pastoreio são jovens que já frequentaram alguma igreja, mas que precisavam de uma palavra bíblica, não para voltarem à igreja, mas para voltarem a ter fervor pelo Cristo e sua missão, para fazerem parte como sinalizadores do reino.

• Marcos Botelho é fundador e líder do ministério JV na Estrada e do ministério Terra dos Palhaços Brasil. É pastor de jovens e adolescentes da Igreja Presbiteriana de Alphaville, São Paulo.

» Leia na íntegra o especial Desigrejismo – “anomalia” ou opção?

» Conheça o livro Dê Outra Chance à Igreja, de Todd Hunter

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