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Opinião

O caminho da não discriminação

Por Márcio Mendes
 
O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, não é somente mais uma data no calendário, mas uma data que nos lembra a resistência dos negros à escravidão e ao racismo.
 
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1594).
 
Esta é uma data para que o povo brasileiro possa se lembrar da luta por uma sociedade igualitária, democrática, unida e livre de preconceitos, que ama a Deus e guarda os seus mandamentos. Portanto, o dia 20 de novembro deve-nos fazer refletir com profundidade e seriedade.
 
Foi neste dia que Zumbi, líder guerreiro do Quilombo dos Palmares, foi capturado e morto, tendo sua cabeça exposta em Recife com a função de intimidar os escravos a não seguirem seus passos, pelo qual tornou-se símbolo não só da resistência negra no Brasil, mas da luta pela liberdade humana.
 
O racismo ainda é a forma mais clara de discriminação no Brasil. A imagem do negro na televisão, nos livros, nas universidades e nos trabalhos ainda é inferior com relação ao branco. No Brasil, o racismo é considerado crime, para o qual pode-se pegar até pena de reclusão. Mas, acima de tudo, é dever da sociedade brasileira conscientizar-se de que a cor da pele não interfere na capacidade e nem no caráter do indivíduo.
 
Relembrando a história

A partir do século 16, começaram a singrar as águas do Atlântico os navios negreiros, de bandeira inglesa, que traziam negros para o Brasil. Muitos anos antes, ainda no século 15, já havia negros escravizados em Portugal, Espanha, Açores, Madeira e Cabo Verde.
 
Era sabido que os negros eram mais dóceis e mais fortes para o trabalho, do que os índios, por exemplo. No Brasil colonial, alguns brasileiros, seguindo exemplo dos portugueses, tornaram-se traficantes de escravos. Houve uma época em que o tráfico rendia um terço das importações vindas da metrópole. Alguns historiadores afirmam que 40% dos negros capturados na África morreram na viagem, de forme, sede, maus tratos e também vítimas de naufrágios, decorrentes do excesso de carga.
 
O Brasil recebeu escravos africanos no período compreendido entre os fins do século 16 e meados do século 19. Com a proibição do tráfico de escravos, a partir de 1808, o transporte tornou-se clandestino. Muitas vezes, contam os livros, ao avistar as canhoneiras inglesas e americanas, os negreiros, para não serem presos e terem o navio aprisionado, jogavam os negros ao mar, acorrentados, com pesos de ferro atados aos pés.
 
A abolição da escravatura no Brasil se deu em 1888, pela princesa Isabel, sendo mais que um gesto de grandeza, uma atitude política, no sentido de trazer a opinião pública de volta à monarquia, pos esta já se manifestava abertamente simpatizante dos ideais republicanos.

Havia acabado a escravatura de direito - a porta da senzala foi aberta - mas ela perdurou de fato, pois a situação de muitos negros até piorou. A quase totalidade deles era analfabeta. Libertados, da noite para o dia, mandados embora, sem casa, sem emprego e sem indenização.
 
Como só o que sabiam fazer era trabalhar na terra e nos engenhos, empregavam-se nas mesmas fazendas onde tinham sido escravos, em troca de comida.
 
Cego pela ambição e pelo desejo de acúmulo e riqueza, o homem oprime, despoja, discrimina e - não raro - mata o seu semelhante.
 
No entanto, como cristãos, nós cremos que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26), para uma existência digna, livre e recheada de esperança. Ele tem um projeto de amor, resgate e salvação para todo aquele que crê. Por esta razão, a discriminação ofende a Deus e fere os seus propósitos para o homem.
 
Ao criar o homem, Deus o dotou de razão e inteligência, e junto com a vida, deu-lhe liberdade. Portanto, somos livres para fazer as nossas escolhas. Somos chamados a ser profetas, não tanto no aspecto escatológico, mas como vozes que clamam para que nossa sociedade seja de justiça e paz, onde todos são tratados de igual maneira, sem discriminação.
 
Quando a Bíblia nos diz que devemos "amar uns aos outros" (Jo 13.34), ajuda-nos a ver o "outro", não como um instrumento, objeto de exploração e discriminação, mas, sim, como um nosso semelhante, que igualmente é convidado por Deus a gozar da vida eterna.
 
Afinal, foi por esta razão que Jesus veio, como menciona a Bíblia em João 10.10: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância". Que esta abundância de consciência e vida atinja a Igreja e o povo brasileiro.
 
Deus abençoe nossa nação, e que ela encontre o caminho da não discriminação.

***

Nota: Texto originalmente publicado na revista Rumo, número 9, novembro de 2019. Reproduzido com permissão.

• Márcio Mendes é major do Exército de Salvação.

 

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