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Opinião

Conexão real

Por Erlo Saul Aurich

“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24)

Deixando pai e mãe, um homem e uma mulher, de comum acordo, minimamente amadurecidos e emancipados, partem para uma jornada a dois, unindo-se em conexão física, emocional e espiritual a cada dia. E, ainda, na nudez de corpo e alma a intimidade se constrói. Ecos do paraíso até que a morte os separe.

Nascemos para conexão. Somos seres criados em relação. Nosso Pai comum, no fluir da Trindade, cria-nos para tal. Seja olho no olho, corpos que se tocam, beijam-se, de forma real ou virtual em sons e imagens. Não há como não se relacionar, não se conectar.

Façamos um recorte proposital. Em tempos de hiperconectividade, como nossos relacionamentos mais íntimos e significativos têm sido afetados? Como anda a relação marido e mulher, pais e filhos, a base das demais relações sociais?

Não podemos negar que o tempo gasto, ou desperdiçado, diante das micro e pequenas telas tem afetado de modo significativo a qualidade das relações conjugais e familiares. Na mesma casa, mesa e cama seguem seus personagens cabisbaixos, concentrados, distraídos em relação ao outro. Até se enxergam, mas não se veem. Escutam-se, porém não são ouvidos. Falam-se por ruídos e gemidos sem presença, carinhos e coisas tais. Ouve-se, na verdade, com os olhos grudados às telas. Por vezes ladeados na mesma cama.

Qual a razão desse desatino relacional, desse paradoxo de muita conectividade e pouca interatividade? Por que homens e mulheres com mecanismos tão ricos de interação concreta, pessoal, migram para esse espaço etéreo, impessoal? É sua anonimidade, seu secreto, seu segredo? O medo de revelar-se de fato ou, pior, a construção de uma “Nárnia”, um paraíso só seu? Não somos estimulados à reflexão sobre este mundo paralelo. Simplesmente embarcamos nele em contágio inescapável, vemos e vivemos um mundo novo dependente de interconexões infinitas de bytes onipresentes.

Entretanto, como tirar proveito dessa revolução tecnológica, que veio para ficar e da qual não podemos nos ausentar? Deixando de lado o que compete e compromete a nossa sobrevivência física no âmbito profissional, como fazer bom uso da conectividade virtual em prol de relações mais próximas e saudáveis com os protagonistas de toda a ordem familiar e social: marido e mulher? O que seria o uso racional e equilibrado desses recursos, potencializando os afetos do ambiente familiar? Gostaria de sugerir ao menos três caminhos.

O primeiro e mais salutar seria, com certeza, pressionar o botão lateral da maioria dos smartphones quando introduz a opção off. Isso mesmo, desligar o aparelho ou colocá-lo em um lugar de “não pegue até segunda ordem” para que sejam resgatadas a comunicação e interação do casal e da família.

Outra sugestão seria combinar tempo de uso racional por todos, acordado e cronometrado para preservar os momentos mais significativos de conversas, brincadeiras, devocionais, resgatando as experiências do dia e projetando ações em prol do casamento, da família, bem como outras visando o próximo.

Quanto ao uso pessoal, seria recomendável não acessar websites suspeitos e inadequados que possam trazer constrangimento ao cônjuge e aos filhos se porventura abrirem seu aparelho. Uma dica: haveria problema passar para seu cônjuge e filhos a senha de entrada de seu celular? Se sim, avalie suas navegações e conversas.

Você não está só. Seja no uso dessas ferramentas tecnológicas que encolheram o mundo e nos legaram um universo de possibilidades, seja no desafio de equilibrar tempos e modos de nos relacionar com nossos queridos de casa. Navegar é preciso, porém conectar-se à realidade, mais que virtual, é vital.

Deus nos dê, por seu Espírito, o ponto de equilíbrio.

• Erlo Saul Aurich é pastor da Aliança Bíblica de Gramado e especialista em terapia de famílias. Casado com Juliana Koehler, é pai de Priscila e Lucca.

*Texto originalmente publicado na edição 373 da revista Ultimato.

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