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Opinião

Abatidos e perplexos, mas sem perder a esperança

Os efeitos colaterais da pandemia: desespero e incredulidade

Por Rosifran Macedo
 
Na segunda carta aos coríntios, o apóstolo Paulo relata que tem enfrentado situações muito difíceis, acima das forças, “a ponto de acharmos que a morte já era certa” (2 Co 1.8). No capítulo 4, ele relata algumas expressões dos seus sentimentos diante destas situações, mas, ao mesmo tempo, declara os limites até onde eles chegavam. “Sofremos pressões de todos os lados, contudo, não estamos arrasados; ficamos perplexos com os acontecimentos, mas não perdemos a esperança; somos perseguidos, mas jamais desamparados; abatidos, mas não destruídos” (2 Co 4.8-9). No capítulo 12, ele declara que, ao reconhecer seus limites e fraquezas, teve a oportunidade de receber e desfrutar a provisão de Cristo, e ser fortalecido.
 
A pandemia do novo coronavírus tem deflagrado uma situação inusitada para todos. Dor, sofrimento, perdas, isolamento, necessidades, morte e luto têm nos atingido de formas inusitadas. As pessoas têm reagido de maneiras diferentes e nem sempre muito saudáveis. Por um lado, vemos pessoas que perderam a esperança, estão sem rumo ou qualquer projeto de vida. A dor os levou a um estado de completa perda de esperança. Estão derrotados pela força das tribulações. Por outro lado, encontramos os negacionistas, que não reconhecem a dor que eles, ou outros, estejam vivenciando. Sempre respondem com palavras triunfalistas, como se o sofrimento enfrentado não tivesse nenhum efeito sobre os corações. Talvez, por medo de serem derrotadas pela angústia, preferem negar qualquer abatimento da alma. Não choram as perdas.
 
Um dos grandes desejos do ser humano, e sua maior ilusão, é estar no controle das suas vidas, ser o “capitão da sua alma”. Catástrofes da magnitude que vivemos confrontam tais ilusões e provocam estes tipos de reações. A pessoa que descobre que não pode controlar seu destino, sua saúde, ou dos seus queridos, entra em desespero, pois não tem a solução para o problema. “Está tudo fora do controle. Não há esperança.” Outros negam a intensidade do problema na tentativa de se manter no controle. “Eu dou conta dos meus problemas. Eu consigo administrar tal situação. Eu sou forte. Estou no controle.” Nenhum deles busca a ajuda de Deus. O primeiro talvez não creia Nele, e o segundo simplesmente não precisa Dele, por dar conta do recado sozinho.
 
A resposta do apóstolo Paulo é diferente. Ele reconhece seus limites, suas fraquezas, a intensidade da dor, mas usa a situação para afirmar sua dependência de Deus e receber a força necessária para lidar com as tribulações. Há choro e lamento, mas também há milagre e restauração. Há manifestação do poder de Deus.
 
Diante do luto das suas amigas, Maria e Marta, pela perda do irmão, Lázaro, mesmo sabendo que iria ressuscitá-lo, o texto relata que Jesus “gemeu no seu espírito, ficou muito conturbado e chorou” (Jo.11.33-35). Ele validou a perda, a dor, o sofrimento, sendo empático com elas, mas dirigiu sua dor em oração ao Pai, e pediu que Ele manifestasse Seu poder na situação. Pessoas foram consoladas, confortadas e vieram a crer pela instrumentalidade do sofrimento e da manifestação do poder de Deus.
 
Sigamos o exemplo de Paulo, admitindo nosso sofrimento, mas afirmando nossa dependência no amor de Deus: “Sofremos pressões de todos os lados, porém, não somos sufocados; mesmo quando não compreendemos o que está acontecendo podemos confiar em Deus. Mesmo enfrentando dificuldades sabemos que Ele nunca nos abandona, e se formos derrubados Ele sempre nos levanta.”

• Rosifran Macedo é pastor presbiteriano, mestre em Novo Testamento pelo Biblical Theological Seminary (EUA). É missionário da Missão AMEM/WEC Brasil, onde foi diretor geral por nove anos. Atualmente, dedica-se, junto com sua esposa Alicia Macedo, em projetos de cuidado integral de missionários.

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