Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Opinião

Sessão da tarde

Rodrigo de Lima Ferreira

É, eu sei. Sou um sujeito estranho. Não sou perfeitinho e nem faço questão de sê-lo, ao menos de acordo com os padrões religiosos de hoje em dia – o que me causa várias dores de cabeça… Entre minhas estranhezas está meu gosto por filmes esquisitos. Não me entenda mal: gosto muito de comédias, ficção científica e suspense. Gosto de filmes que façam refletir. Mas gosto muito também de “tosqueira”. Filmes “trash” me fazem a cabeça. Mas o “trash”, para ser bom, tem que ser despretensioso, senão fica muito pedante. Gostei demais de “Toxic Avenger”, do “O Incrível Homem que Derreteu", e das versões turcas de “Superman” (com o herói mais subnutrido que já vi), “Star Trek” e “Star Wars”. Isso sem contar com o mestre no assunto, Ed Wood, que nos deixou a pérola “Plano 9 do Espaço Sideral”.

Mas não gosto de imposturas. Quentin Tarantino, por exemplo, é um “trash” involuntário porque é pedante, mas faz coisa ruim. “Avatar” também é “trash” involuntário com aquela conversinha ambientalista de fim de semana, enquanto espera o McLanche Feliz no shopping.

Gosto dos filmes genuinamente “trash”, porque não se levam a sério. Na sua “tosquice”, fazem mesmo é rir do orçamento diminuto, da falta de talento dos atores e do diretor, das situações improváveis e do fiapo de roteiro implausível. Mas os pseudo-trash, com sua tentativa de reinventar a roda (ou, no caso, o projetor dos irmãos Lumière), caem no ridículo da pretensão humana e do ego mal trabalhado.

Fico pensando se a igreja evangélica de hoje não estaria caminhando para ser um filme “trash” involuntário. O orçamento é grande (“sementes” que semeiam carnalidade e usura, campanhas missionárias meio nebulosas, o rendimento de CDs, DVDs e quinquilharias gospel), os estúdios, grandiosos (como a réplica do templo de Salomão), a trilha sonora prontinha (com os gritos histéricos e gemidos inexprimíveis erótico-espirituais). Mas os atores querem aparecer mais que o “autor” do roteiro. São estrelas demais, fazem exigências demais, marqueteiros demais, artistas de menos. Afinal, os crentes de hoje são muito religiosos, mas não se preocupam tanto em serem apenas irmãos, servos e discípulos. O roteiro, que é simples e está pronto há pelo menos 2 mil anos, ficou irreconhecível depois de ser tão mexido por mãos incapazes e de motivações inconfessáveis. A direção, que deveria estar a cargo do Espírito, foi tomada por gente de dura cerviz e de coração incircunciso.

O resultado disso tudo é o fracasso de bilheteria que estamos vendo. A plateia está interessada na história original, e não nessa “versão” comercial – e bota comercial nisso. Enfim, os proponentes da “Igreja Evangélica Brasileira – O Filme” esperam ganhar um Oscar. Vão ganhar (caso não haja retorno ao Senhor), no máximo, um Framboesa de Ouro.


Rodrigo de Lima Ferreira, casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, hoje pastoreia a IPI de Rolim de Moura, RO. É autor de "Princípios Esquecidos" (Editora AGBooks). revdigao.wordpress.com

Siga-nos no Twitter!
Casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA,  é autor de "Princípios Esquecidos" (Editora AGBooks).
  • Textos publicados: 38 [ver]

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Leia mais em Opinião

Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.