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Opinião

Reforma e transformação espiritual-moral-social

Luiz Longuini Neto 


1. Precisamos entender a Reforma Protestante do século XVI não como uma reforma e sim como vários projetos reformadores. Os chamados movimentos pré-reformadores e também os que eclodiram no século XVI a partir do evento de Lutero (31/10/1517). O movimento reformador Luterano, Calvinista (Zwínglio), Henrique VIII (Inglaterra) e os anabatistas. 

2. Precisamos entender a Reforma como fruto de um movimento maior, ou seja o século XVI como um século de grandes transformações. As grandes navegações, a expansão européia, os descobrimentos etc... O movimento filosófico Humanista, O Renascimento cultural, cientifico etc... A invenção da Prensa Móvel,etc.. 

3. É preciso entender também o contexto social, econômico e político. O sistema feudal chegava ao fim, os estados absolutos estavam firmando-se como nações independentes, os homens livres (burgueses) estavam edificando novas cidades.
 
4. Nesse contexto a Reforma afirma-se como mais uma grande transformação no século XVI. 

4.1. Transformação espiritual. A Reforma começa como um grito por liberdade religiosa (95 teses contra as indulgências). Como somos perdoados, o que significa a graça de Deus. Qual é a função da Igreja? 

4.2. Transformação moral. A Reforma foi um movimento imoral, ou seja, confrontou a moral vigente que havia sido estabelecida na Idade Média pelo corpus christianum formado desde o século IV – com o concílio de Nicéia (325) que determinou as marcas da Igreja – Uma – Santa - Católica – Apostólica e com a imposição do Imperador Constantino que queria Um Império, Um Imperador e Uma Igreja. A reforma abalou a moral vigente e propôs um ruptura. 

4.3. Transformação social . A carta de Lutero à nobreza alemão de 1520 apresenta uma plataforma política, ou seja a reforma política e social da nação alemã.

Como o evangelho vem gradualmente transformando as mentes, o espírito e as estruturas sociais brasileiras.

1. O evangelho chega no Brasil com os colonizadores. 

2. Os protestantes fazem-se presentes em 1555, calvinistas franceses e 1630, calvinistas holandeses. 

3. O chamado protestantismo de Missão (Metodistas, Batistas, Congregacionais, Episcopais e Presbiterianos) a partir de 1850. Presença protestante com influencia no Brasil podemos dizer que há 155 anos. 

4. A partir dessa presença temos os desdobramentos com o Pentecostalismo clássico, o autônomo e o neo-pentecostalismo e as demais comunidades. 

5. Que tipo de herança temos da Reforma do século XVI. Acredito que mesmo parcialmente temos um núcleo comum. 

5.1. Rejeitamos a hegemonia da Igreja Católica Romana. 

5.2. A Bíblia é o texto referência. 

5.3. A salvação pela graça mediante a fé. 

5.4. A obra redentora de Cristo. 

5.5. O sacerdócio universal de todos os crentes. 

Se bem que muitas vezes não sabemos o que essas coisas significam.

Temos influenciado muito pouco como Igreja Evangélica Brasileira. Infelizmente o que mais aparece são os escândalos, nossa falta de compromisso com uma transformação social embasada numa ética social e numa moral que liberte as pessoas e não escravize.

Tenho a impressão que não conseguimos influenciar mais a sociedade brasileira porque perdemos a noção da verdadeira e sadia relação entre a Igreja e a sociedade. 

Na Reforma os reformadores assumiram os agentes sociais emergentes e cada reforma situou-se num estamento social. Lutero deu as mãos para os nobres, Calvino para os burqueses, Henrique VIII era o próprio monarca e os anabatistas com os camponeses.
 
No século XIX os protestantes que aqui chegaram confrontaram-se com a escravidão, com o Império, etc...A maioria dos protestantes de então formavam um bloco progressista juntamente com a maçonaria e o partido liberal ou republicano.

Percebo que fomos perdendo essa visão de que podemos atuar na sociedade, não como gueto, mas de maneira a entender os movimentos sociais e assumirmos parcerias com os sujeitos sociais emergentes.

Concluindo creio que a Reforma Protestante do século XVI foi um grito de liberdade contra toda forma de opressão, quer seja eclesiástica, política, social ou econômica. Portanto, toda vez que uma igreja hoje cerceia a liberdade, vende a graça de Deus, oprime o povo, faz pacto com as elites dominantes do país está traindo o principio da Reforma e por extensão está traindo o próprio Evangelho.


Bibliografia
FERNÁNDEZ-ARMESTO, Felipe & WILSON, Derek. Reforma – o cristianismo e o mundo 1500-2000. Ed. Record, 2000.
GEORGE, Thimoty. Teologia dos Reformadores. Ed. Vida Nova, 1994.
LINDBERG, Carter. As Reformas na Europa. Ed. Sinodal, IEPG, 2001.


Para ler
O Novo Rosto da Missão, Luiz Longuini Neto
Cosmovisão Cristã e Transformação, Cláudio Leite, Guilherme Carvalho e Maurício Cunha, org.

Luiz Longuini Neto, doutor em Ciências da Religião, é pastor e professor na Universidade Mackenzie, Rio de Janeiro, e no Seminário Batista do Rio de Janeiro.

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