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Opinião

Os vícios sexuais e o caminho de cura

Por Bill Bacheller

As crenças fundamentais no mundo do viciado em sexo

Patrick Carnes (2001, p. 108-116), no seu livro Out of the shadows: understanding sexual addiction (Fora das sombras: entendendo o vício sexual) identifica quatro crenças fundamentais do viciado.

A primeira crença fundamental tem a ver com a autoimagem da pessoa. Ela pensa: “Essencialmente, sou uma pessoa má e indigna”. Essa crença dá estrutura aos alicerces emocionais do mundo do viciado. O viciado conclui das experiências familiares que não é uma pessoa que merece ser valorizada. Sentimentos de inadequação e derrota predominam a mente. Elas veem às vezes a humilhação e a degradação como merecidas ou justificadas. Os dependentes sexuais são comprometidos em esconder a realidade secreta do seu vício a todo custo devido ao seu sentimento de indignidade. Mas o vício orienta quase todos os comportamentos e decisões.

Viciados criam uma fachada de “normalidade” para esconder o seu sentimento de inadequação. Até podem parecer grandiosos e cheios de auto importância exagerada. A fachada contrasta com ações que pareçam degradáveis ou autoderrotadas, ou ambas. Outras pessoas veem as decisões ou comportamentos como irracionais, inimagináveis, ou até autodestrutivos, mas não “normais”.

Amigos íntimos e membros da família se tornam irados e frustrados com o comportamento egocêntrico do viciado, particularmente quando ele mostra insensibilidade para com os outros. Eles ficam perturbados pelo comportamento destrutivo ou curioso que não é coerente com a imagem que o viciado quer projetar.

A segunda crença fundamental tem a ver com os relacionamentos interpessoais da pessoa. Ela acredita que “Ninguém me ama como eu sou.” Os viciados continuam acreditando que todo mundo os abandonaria se a verdade fosse revelada em relação a eles. Consequentemente, eles têm um medo constante de ser vulneráveis ou dependentes dos outros. Os dependentes sexuais entendem que o seu comportamento é tão ruim que tudo que acontece de errado é sua culpa. Eles se acham responsáveis por toda a dor na vida de pessoas queridas. Culpa genuína e remorso não podem ser expressos porque isso exigiria honestidade sobre o seu próprio comportamento. Os viciados em sexo se tornam progressivamente mais isolados do contato normal da família e amigos.

Mais ainda, os viciados criam a imagem de ter o controle da sua vida e de não precisar de qualquer ajuda. Eles aparentam não ser afetados por qualquer problema, mas muitas vezes se envolvem em atos extremos ou indulgentes como se estivessem tentando compensar por alguma coisa. Mas eles não oferecem qualquer explicação pelo comportamento. Alguns dependentes sexuais podem continuar sendo sociáveis e charmosos, mas todos se tornam pessoalmente “inatingíveis” no processo de negar a sua vulnerabilidade.

Pessoas significativas na vida do viciado começam a se sentir empurradas para fora, inúteis, negligenciadas e desnecessárias. Elas se sentem confusas; o viciado aparentemente faz gestos generosos, mas falta carinho e afetividade pessoal. A família e amigos sentem-se irados, machucados e rejeitados como resultado do comportamento contraditório do dependente sexual.

A terceira crença fundamental tem a ver com as necessidades emocionais legítimas da pessoa. Ela pensa, “Minhas necessidades nunca serão supridas se precisar depender dos outros.” Essa crença proporciona ao viciado toda a força para continuar. As necessidades de sobreviver da criança são transformadas no desespero do seu mundo interior. Essencialmente, viciados sentem-se não amados e não amáveis, o que significa que suas necessidades psíquicas não serão supridas. A ira resultante se torna internalizada como depressão, ressentimento, autocomiseração, e até pensamentos suicidas. Já que viciados estão convencidos que ninguém os amará, eles se tornam calculistas, manipuladores, cruéis e estrategistas. Regras e leis são estabelecidas para pessoas que são amáveis. Aqueles que são não amáveis têm que sobreviver de outras maneiras.

A ira do viciado em relação às necessidades não supridas no passado previne a possibilidade de expressar as necessidades atuais, pois os viciados antecipam que serão rejeitados. Consequentemente, os viciados aparentam não querer ou não precisar de nada no nível humano. Eles são, de propósito, vagos sobre as suas intenções em relacionamentos, o que produz um tipo de comportamento sedutor; isto é, eles tentam ser afirmados ou cuidados sem expressar o que eles precisam, para que não sejam rejeitados. Os viciados fazem um grande esforço para mostrar grande respeito e obediência à lei.

Na medida em que as consequências do vício começam a emergir, as pessoas mais próximas do viciado começam a ver a vida dupla, o “Jekyll e Hyde”, no mundo do viciado. Os altos e baixos na vida do viciado são difíceis de entender. Pior ainda, a família e os amigos começam a desconfiar do viciado, e a deixar de acreditar nele. Tudo parece estar bem, mas a intuição diz que não são. Inconsistências entre a vida pública e privada confirmam as intuições.

A última crença fundamental tem a ver com a sexualidade da pessoa. Ela fala, “Sexo é a minha necessidade mais importante.” Essa crença faz com que a obsessão sexual seja o foco do viciado. Ele continua confundindo carinho humano com sexo. Apoio emocional, carinho, afirmação e amor são sexualizados. Um terror absoluto de viver uma vida sem sexo combina com sentimentos de desmerecimento devido a desejos intensos de fazer sexo. A atividade sexual nunca satisfaz a necessidade de amor e cuidado, mas ela continua sendo vista como a única solução. O viciado tem uma alta necessidade de controlar todas as situações para que possa garantir sexo. Mas há um medo secreto de ficar fora de controle, sexualmente falando. Os viciados prometem parar ou limitar o comportamento sexual devido a esse medo.

A obsessão sexual permeia o estilo de vida e o comportamento do viciado. Ele trabalha ao máximo para garantir todas as possíveis oportunidades sexuais. Todos os comportamentos do viciado refletem diretamente a necessidade de controlar o acesso ao sexo. Em outras palavras, casos múltiplos, prostituição, exibicionismo, voyeurismo, incesto, estupro, etc., tem em comum o alvo de proteger “a fonte de fornecimento.” Esse processo de procurar experiências degradáveis e humilhantes simplesmente aumenta sentimentos internos de indignidade. Entretanto, os viciados afirmam que tem uma conduta sexual adequada, até um alto nível de auto piedade sobre questões sexuais. Mentiras, histórias, enganos são fabricados para ocultar o comportamento sexual pessoal.

As declarações de um alto padrão de moralidade sexual do viciado são como fumaça, escondendo o impacto da obsessão sexual. Os amigos e a família tendem a rejeitar as suspeitas de uma compulsão sexual devido aos “valores éticos altos” do viciado. Entretanto, na medida em que as provas aumentam de que o comportamento está fora de controle, essas pessoas ficam confusas porque não sabem no que acreditar. Ainda mais, não querem se envolver e interferir num assunto tão pessoal. Finalmente, a distância emocional e falta de ligação afetiva pessoal dos amigos e da família produzem um efeito pesado: elas escolhem a opção de se distanciar mais e mais da vida do viciado.

Os caminhos de cura: O que fazer para quebrar o círculo vicioso?

“A cura é uma jornada que dura a vida inteira, não um evento único.” (Laaser, p. 125). Um dos laços mais fortes de um vício é seu segredo. Talvez, com o segredo revelado, os viciados possam conhecer a paz e auto aceitação que vem com o conhecimento de que podem, sim, conversar sobre ele (minha tradução, Carnes, p. VI).

No livro chamado, A Cura por Lynch, McNicol, e Thrall, os autores concordam com Carnes (2001, p. 67). O livro fala sobre o círculo do controle. Pensamos que estamos no controle do nosso vício, mas na realidade é o nosso vício que nos controla. E a saída do círculo é conversar com alguém sobre o pecado que está acontecendo dentro de nós, antes que aconteça.

O círculo do controle

Eu o chamo assim porque é o que acontece quando achamos que controlamos nossas vidas e quando achamos que controlamos nosso pecado. Assistimos a um ciclone sufocante inevitável de desespero crescente:
  • Criar defesas;
  • Ter pensamentos não saudáveis sobre si mesmo (mentiras guiadas pela vergonha);
  • Ser tentado;
  • Tentar resistir ao pecado;
  • Esconder segredos;
  • Agir;
  • Afastar-se dos outros;
  • Justificar o comportamento;
  • Culpar as pessoas e as circunstâncias;
  • Sentir vergonha;
  • Perder a esperança.

Esta é a ordem do pecado. Este círculo revela a natureza do pecado:
  • O pecado sempre entrega o prazer prometido;
  • Ficarei viciado nesse prazer;
  • O vício neste prazer é incrivelmente destruidor;
  • O resultado é – de uma maneira ou de outra – a morte.

O círculo também revela muitas realidades sobre a natureza do pecado em mim:
  • Sempre que penso estar no controle do meu pecado, na verdade é ele que está me controlando;
  • O poder do pecado não está na atitude. Está na permissão que me dou;
  • Não é uma simples escolha de ceder à tentação. É uma escolha de desonrar a Deus. Estou dizendo “Deus, eu sei que isto está errado, mas eu vou fazer assim mesmo. O Senhor não pode me impedir. Porque eu estou no controle”;
  • Quando decido esconder ou passar por isso sozinho, também decido que vou usar alguém para satisfazer meu pecado;
  • Todas as questões de pecados não resolvidos estão enterradas vivas em mim;
  • Comportamentos viciantes não estão limitados à pornografia ou dependência química. Fora as questões médicas e psicológicas, podem se expressar em: variações de humor, depressão, abuso de substâncias, mentiras, gastos excessivos, busca doentia por atenção, raiva, manipulação, jogatina, falta de perdão, falta de arrependimento, fofoca... A lista é longa;
  • Se, em algum momento desse círculo, escolho não me abrir, o próximo passo é inevitável;
  • Meus pensamentos doentios (mentiras) alimentam todo o círculo;
  • Se não confio em você, você não pode me amar, não importa quanto amor tenha por mim.
Esta é a má notícia dolorosa sobre a natureza do pecado. Mas tem uma boa notícia também, existe uma maneira de parar o círculo. Você pode conversar com alguém. Você pode contar para alguém o que está acontecendo por dentro, antes que aconteça. E no momento que você faz isso – em qualquer ponto da estrada – o círculo para. A loucura, a dor, o estrago... Tudo isso para. O poder do pecado é quebrado.

• Bill Bacheler é cofundador e diretor do Ministério Oásis, em Anápolis, GO, membro do conselho do Cuidado Integral do Missionário (ligado à AMTB) e PhD em estudos interculturais.

Nota
Artigo originalmente publicado no livro Solteiros mas não solitários. Reproduzido com permissão.

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