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Opinião

Modelos para relacionar ciência e religião*

Definir religião de forma sucinta é algo notoriamente difícil, mas para os nossos objetivos podemos defini-la como “um sistema de crenças relacionado a realidades transcendentes, concernente ao propósito e ao sentido do mundo, expresso em certas práticas sociais”.

Os quatro modelos de relacionamento
Vamos descrever quatro modelos, destacando tanto a utilidade como as inadequações de cada um para lidar com os dados disponíveis. Na discussão que se segue, é preciso lembrar que modelos podem desempenhar tanto o papel descritivo como o normativo: eles reivindicam descrever o que a realidade “é”, mas frequentemente são usados para promover o que ela “deveria ser”.

1. O modelo do conflito
Como o nome sugere, este modelo propõe que ciência e religião existem em oposição fundamental, e que sempre foi assim. A ideia é claramente expressa por Worrall: “Ciência e religião estão em conflito irreconciliável... Não há modo de manter uma mentalidade apropriadamente científica e ser, ao mesmo tempo, um crente religioso verdadeiro”.4 Note-se tanto a presença de elementos descritivos quanto de normativos em sua afirmação.

Apoio para o modelo
Sociologicamente falando, há pouca dúvida de que esse modelo permanece popular. Em pesquisa recente entre “UK Sixth Formers” 5 por exemplo, 29% concordaram que “a ciência está em conflito com a religião”.6 Suas suposições são alimentadas pela mídia, que frequentemente favorece o conflito a fim de prender a atenção dos ouvintes. Richard Dawkins é um defensor estridente do modelo do conflito: “Eu retribuo às religiões o cumprimento de considerá-las teorias científicas e [...] eu vejo Deus como uma explicação concorrente para os fatos do universo e da vida”.7

A ideia de conflito é também apoiada pelos ramos mais fundamentalistas das fés abraâmicas, que adotam interpretações muito literalistas da Bíblia ou do Corão. Nos Estados Unidos, cerca de 40% da população sustenta crenças criacionistas.8 Mais recentemente um movimento anti-darwiniano conhecido como Design Inteligente (DI) alcançou a popularidade nos Estados Unidos, reivindicando que certas entidades biológicas são demasiado complexas para terem surgido por “acaso”, o que evidenciaria a sua origem por “design”, alternativamente. Tanto o criacionismo como o DI conduziram a ostensivos processos legais sobre o currículo em escolas nos Estados Unidos. No contexto mais secularizado da Europa, onde os currículos educacionais são estabelecidos nacionalmente, ao invés de o serem por comitês escolares locais, como na América, o criacionismo e o DI atraíram relativamente pouca atenção. A despeito disso, a enorme influência da mídia dos Estados Unidos, somada à cobertura dada por revistas científicas, assegurou a tais conflitos locais uma abrangência internacional.

Em geral, o conflito ocorre quando a ciência ou a religião adotam atitudes “expansionistas”, reivindicando responder a questões que pertencem ao outro domínio de inquirição. Em seu livro “Consiliência”, por exemplo, E.O. Wilson sugere que todo conhecimento, sem exceção, incluindo a religião, pode ser transformado em conhecimento científico.9 Muitos cientistas e filósofos, em contrapartida, sustentam que tal expansionismo científico é um abuso da ciência, e que o grande sucesso desta se deve em parte à modéstia de suas ambições explanatórias.
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