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Opinião

Cinco dicas para enfrentar o deserto da pandemia

Por René Breuel
 
Como você descreveria o momento global atual? Depois de 8 semanas de isolamento em casa, uma líder aqui em Roma, na Itália, me descreveu um sentimento de aridez e opressão que eu também estava sentindo, mas para o qual ainda não tinha encontrado palavras. 
 
As interações humanas estão limitadas. Muita gente está sofrendo. A ONU prevê fomes “de proporções bíblicas”.
 
Um comentarista chamou o momento atual “um limbo”. Penso que é útil chamá-lo, na verdade, um deserto, e estudar o que as gerações precedentes aprenderam em épocas difíceis. 
 
1. Reconhecer o potencial do deserto 
 
O deserto é um lugar significativo na literatura e espiritualidade bíblica. O povo de Israel o atravessou; Davi se escondeu em cavernas; Jesus jejuou no deserto; Paulo viveu por anos na Arábia. 
 
O deserto pode ser um lugar de teste e angústia. Foi para onde Moisés fugiu após ter matado um egípcio em um momento de cólera, e onde Jesus foi tentado pelo poder e o esplendor (Mt 4:8-9). 
 
Mas a agonia dessas experiências pode render ao deserto também um lugar de revelação e de reinvenção, onde o povo de Israel recebeu a lei e líderes formaram os seus caráteres. 
 
A pandemia da Covid-19 está causando dor por todo o mundo – mas pode também ensinar lições preciosas a indivíduos, igrejas e nações. 

 
2. Estudar a literatura do deserto
 
Jesus respondeu às tentações de Satanás citando Deuteronômio (Mt 4:4, 7, 10). Ele tinha estudado as lições que Moisés transmitiu ao povo de Israel antes que entrassem na terra prometida. 
 
Do mesmo modo, vamos descobrir recursos para o nosso momento reexaminando o Pentateuco, que emergiu da travessia de Israel no deserto, e os salmos que Davi escreveu quando se escondia, que podem dar voz às nossas emoções e orações. 
 
Da história da igreja, Vida de Santo Antão, de Atanásio de Alexandria, é uma leitura inspiradora. A compilação de reflexões dos Pais do Deserto, de Benedicta Ward, introduz parte da sabedoria deles. 
 
Um livro recente edificante é Orthodox Prayer Life, de Mateus o Pobre. Cristãos protestantes não vão concordar com tudo o que esse monge copta ortodoxo escreve, mas poucos de nós podem equiparar a sua devoção e autoridade espiritual. 
 
3. Discernir quem você não quer se tornar 

O calor do deserto cria miragens de ambições, tentações e becos sem saída, como espelhos sombrios das nossas almas. 
 
Seguindo o batismo de Jesus, quando a sua identidade como Filho de Deus foi afirmada, o deserto ajudou Jesus a entender o que ser Filho de Deus não significava: truques mágicos, gestos espetaculares e um reino sem uma cruz.
 
Da mesma forma, quando Davi fugiu da perseguição de Saul ele pôde refletir sobre o tipo de rei que não queria se tornar, se recusando a matar o homem que queria matá-lo, enquanto que Paulo mudou de perseguidor a apóstolo para a fé cristã. 
 
O nosso momento atual revela as nossas fraquezas, como indivíduos e nações. É importante olharmos no espelho e contemplar as pessoas que não queremos ser. 
 
4. Graduar-se no jejum e na oração 

Acho interessante que o Espírito guiou Jesus ao deserto, e que ele gastou aquele período em oração intensa (Mt 4:1-2). Para Jesus, o deserto não era uma interrupção, mas um trampolim onde ele fortaleceu as disciplinas espirituais que iriam sustentá-lo por toda a sua vida.
 
Há valor em se descansar, se divertir e manter hobbies no isolamento. Mas haverá uma igreja global mais forte ao final dessa crise se dedicarmos tempo abundante à oração.
 
5. Ministrar a partir do deserto 

Se Jesus esteve por quarenta dias e quarenta noites no deserto sozinho, sabemos detalhes do que ele enfrentou porque ele depois contou as suas experiências aos discípulos. Jesus não escondeu os seus momentos de tentação, mas decidiu compartilhar as suas fraquezas aos seus seguidores. 
 
As feridas dos outros têm propriedades curativas impressionantes. Muitas vezes aprendemos mais ao ouvir experiências de derrotas do que histórias de sucesso. 
 
Nós também podemos ser vulneráveis, quando, a quem, e na medida que for apropriado. Alguns dos melhores dons e palavras que podemos dar uns aos outros nessa crise vão nascer dos nossos momentos dolorosos. 
 
Talvez esse seja o maior legado do deserto de Jesus. Lá ele escolheu não evitar a cruz – como Satanás o tentou –, e as feridas que ele sofreu podem nos curar até hoje.

• René Breuel é um missionário brasileiro, pastor fundador da Igreja Hopera em Roma, e autor de O Paradoxo da Felicidade.
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