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Opinião

A pátria dividida e a busca por um salvador

Por Osmar Ludovico da Silva
 
"Se nessa altura alguém vos disser: O Messias está aqui, ou está ali, não acreditem. Pois vão aparecer falsos messias e falsos profetas, que hão de apresentar grandes sinais e prodígios para enganarem, se possível, os próprios escolhidos” (Mateus 24.23-24, A Bíblia Para Todos).
 
Entre as aspirações e desejos do ser humano está a esperança messiânica. Em todas as épocas e culturas, face à maldade e à devastação, a humanidade busca alguém com poder para a proteger dos seus inimigos e a libertar do mal. É, na realidade, uma aspiração que tangencia a transcendência, pois trata-se de um legítimo desejo da alma humana que só Deus pode suprir.
 
Esta espera mística do salvador propiciou e propicia ao longo da História o aparecimento de inúmeros líderes políticos, que se tornam expressões de esperança e salvação. Muitos passam a segui-lo cegamente movidos por uma confiança irrestrita, quase religiosa. É isto que as Escrituras tratam como o Anticristo em inúmeros textos dos Evangelhos, das cartas e do Apocalipse.
 
Líderes assim são revestidos de um caráter divino, cuja missão é libertar e salvar o povo do mal. Estes passam a ser objeto de uma devoção e admiração mística e seus seguidores não apenas entregam suas vidas em suas mãos como estão prontos a se sacrificar e até morrer por eles. O líder e sua ideologia representam a verdade mais pura, como se fossem moralmente superiores a tudo, e não aceitam menos do que a hegemonia, o controle de tudo e de todos; o poder absoluto. Tal líder é visto pelos seus seguidores como um Messias e seus militantes se veem como seus missionários. Quem não adere, quem não concorda, quem contesta, é visto como inimigo e é satanizado. 
 
Nesta “luta do bem contra o mal”, ficam justificadas a injuria, o ódio, a violência, a tortura e a destruição, porque os fins os justificam. À “luz” trevosa desse mal travestido em bem, tudo isto, e até mesmo a morte de inocentes, é visto como danos colaterais de uma causa maior.
 
Não bastasse uma figura messiânica, outras lideranças e ideologias entram na disputa pelas mentes e corações. Lados polarizados se consideram moralmente superiores e demonizam um ao outro. Enquanto isso, a nação dividida assiste a guerra midiática e os impropérios em praça pública, que parecem ignorar que qualquer ocultação da verdade só leva à morte e à destruição. É este o plano urdido nos porões do inferno e executado pela trindade sinistra: o diabo, o anticristo e o falso profeta (vide Apocalipse 16.13). O povo de Deus não entra nesta guerra onde impera, em ambos lados, a mentira, o ódio e as injúrias e a violência na defesa do líder político e sua “verdade”. O povo de Deus proclama e vive a Verdade em amor.
 
Sabemos que na história de Israel Deus levantou muitos profetas que confrontaram com veemência maus governantes e maus sacerdotes. Embora Jesus tenha se referido a Herodes como “essa raposa” e mencionado César pelo imposto devido, ele não protestou diante do Palácio de Herodes ou da Fortaleza Antonia; mas confrontou duramente os religiosos e os mercadores do Templo. Jesus tinha discípulos zelotes, radicais que apregoavam a luta armada contra os romanos; mas tinha também discípulos publicanos, conservadores que defendiam a colaboração com o poder imperial colonizador. Não há registro de discussão entre eles ou que Jesus tenha abordado a polarização das diversas ideologias políticas da época.

Quando olhamos a História humana e consultamos as Escrituras, logo discernimos esta realidade. Quando fazemos isto, só nos resta clamar ao povo que se diz seguidor de Jesus Cristo:

- Não entrem na lógica diabólica da "guerra santa" escolhendo um lado e satanizando o outro, pois nossa luta não é contra a carne e o sangue. Nossos verdadeiros inimigos não estão fora, mas dentro de nós. Nosso inimigo é nosso ódio, nossa injúria, nosso orgulho, nosso egoísmo, nossa indiferença. Vemos o cisco no olho do outro, mas não vemos a trave no nosso próprio olho. Queremos um mundo melhor, mas resistimos a ser uma versão melhor de nós mesmos.

- Não coloquem sua lealdade, sua confiança e sua esperança nas mãos de um líder ou ideologia política. Pois quanto mais nos afastamos do Senhor, mais confiamos e nos apoiamos em líderes políticos e religiosos, e vice-versa. Quanto mais confiamos e nos apoiamos em líderes políticos e religiosos, mais nos afastamos do Senhor. Assim diz o Senhor: 
 
"Maldito é quem confia nas pessoas,
que se apoia na força humana
e afasta seu coração do Senhor. (...)
Feliz é quem confia no Senhor,
cuja esperança é o Senhor." 
(Jeremias 17.5,7)  
 
Que o Senhor tenha misericórdia de nós, pois estamos numa disputa ideológica feroz enquanto o país vive um momento tão grave, e carece de uma resposta e uma presença genuinamente cristã.
 
Uma igreja que vive e proclama:
Só Jesus Cristo é o único e verdadeiro Messias prometido.
Só Jesus Cristo é o único e verdadeiro Ungido de Deus.
Só Jesus Cristo é o único e verdadeiro Salvador.
Só Jesus Cristo é o único e verdadeiro Senhor.
A ele, e só a ele, seja todo o louvor, a glória e o domínio para sempre.
Amém.

Que possamos ser uma igreja quebrantada, santa, reconciliadora, misericordiosa e engajada na construção de um mundo melhor, um mundo com liberdade, justiça, paz e economia sustentável.

[Atualizado em 15/5/2020, 15h30] 

• Osmar Ludovico da Silva é pastor e líder de grupos de formação espiritual.

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