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Opinião

A deliciosa antítese apocalíptica de Tom Zé

Jorge Camargo

Na herança cristã, o livro do Apocalipse é bastante controvertido. Desde as discussões iniciais, sobre se deveria ou não ser incluído no cânon do Novo Testamento, até sua comparação com outros textos de literatura apocalíptica, em vinte séculos de história, ele tem recebido as mais diversas interpretações. Nas idades moderna e contemporânea, no entanto, as conclusões têm se tornado mais mirabolantes. De um livro escrito para encorajar os cristãos sob intensa perseguição romana, cujo tema central era a esperança, o Apocalipse passou a ser sinônimo de catástrofe e destruição, de escapismo e alienação.

Então surgem nossos amigos poetas da MPB para nos ajudar a resgatar valores que nos são tão caros e que incluem a felicidade vindoura e a esperança escatológica. É o caso da linda canção de Tom Zé, “Menina amanhã de manhã”, que afirma categoricamente que a felicidade irá desabar sobre os homens, em contraste agudo com a morte e a destruição prenunciadas pelo texto sagrado que desabarão sobre a humanidade. E mais, a felicidade como um bem inexorável, inevitável, quase que imposto à vida, do qual ninguém pode nem gostaria de escapar. E ela termina com um convite sutil: “não queira dormir no ponto”. A felicidade está à mão. Não deixe que ela vá embora.

Pra não terminar sem fazer justiça ao Apocalipse, o contraste entre a canção e o livro não é tão gritante assim: apesar de falar sobre destruição e morte, o livro termina falando de vida, de paz duradoura, de cura para as nações, de felicidade enfim.

Menina amanhã de manhã
Quando a gente acordar
Quero te dizer que a felicidade vai
Desabar sobre os homens, vai
Desabar sobre os homens, vai
Desabar sobre os homens

Na hora ninguém escapa
Debaixo da cama, ninguém se esconde
A felicidade vai
Desabar sobre os homens, vai
Desabar sobre os homens, vai
Desabar sobre os homens

Menina, ela mete medo
Menina ela fecha a roda
Menina não tem saída
De cima, de banda ou de lado
Menina olhe pra frente
Oh! Menina, tome cuidado
Não queira dormir no ponto
Segure o jogo, atenção
De manhã...


• Jorge Camargo
é músico e compositor.

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Mestre em ciências da religião, é intérprete, compositor, músico, poeta e tradutor.
  • Textos publicados: 39 [ver]

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