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Palavra do leitor

Vigiando a casa

Quando eu era criança, ou melhor, adolescente, eu vigiava a casa. A gente morava à beira da Rio-Bahia, no Município de Manhuaçu, MG, e eu era incumbido de ficar vigiando a casa. Eu aproveitava para, entre outras coisas, desenhar e escrever. Até hoje tenho rascunhos daquele tempo, ano de 1969. Às vezes saía, dava uma olhada na estrada, no movimento, para ver se vinha alguma pessoa suspeita. Depois entrava em casa, fechava tudo e ficava bem quietinho olhando de uma greta para ver se tinha alguém estranho no terreiro. E às vezes tinha! Por diversas vezes apareceu gente "feia e maltrapilha" e eu ficava olhando do buraco. Ali já nascia o observador, o poeta que até hoje "olha dos buracos da vida", escreve e desenha o amor no ar numa folha imaginária.
Essas lembranças hoje me vieram à mente assim que eu me levantei e mexeram comigo nessas alturas da minha vida. Aos 62 anos bem vividos, escolado, aposentado e muitas vezes criticado continuo "vigiando a casa", não mais como um menino medroso e curioso, mas um brasileiro chateado e decepcionado que se fez jornalista "na raça", como se diz lá em Minas. Olho para as minhas mãos e me olho no espelho, me vejo 50 anos mais novo sentado num banquinho à beira da Rio-Bahia olhando para baixo e pra cima, lendo as placas dos carros e imaginado as cidades de origem de cada carro transitando naquela importante Rodovia Federal. Poeticamente, o tempo não mudou, o tempo parou, mas eu mudei muito, principalmente na aparência, na cabeça e no conhecimento.
Naquele tempo, meus pais e meus irmão iam pra roça trabalhar, ou iam para algum outro lugar e eu ficava incumbido de vigiar a casa. Tudo era pobre, muito pobre. O pobre não tem nada, mas quando perde, perde tudo. E naquela estrada passavam pessoas estranhas, medonhas. Não bastava apenas fechar a casa, era preciso mais, era preciso ter alguém para vigiar, olhar e proteger. Quanta ingenuidade! Um adolescente não vigia nada, mas era uma presença constante ali. A Bíblia fala muito em vigias, vigiar, torre de vigia, vigilância, estar de prontidão e bem atento, muitas vezes se referindo sobre a volta de Jesus. Eu penso: por que a igreja hoje raramente fala sobre a volta de Jesus? Não entendo, pois hoje ela está mais iminente do que antes e os sinais são cada vez mais evidentes e claros. Hoje, os assuntos são outros e o pragmatismo tomou conta das igrejas. E o show continua "rolando solto" na maioria das igrejas. E dá-lhe inovações e muito barulho! Chego a questionar e até a duvidar, não da volta de Jesus, mas das prioridades da Igreja.
Deus colocou na minha mente hoje essa crônica, essa passagem tão distante e tão marcante - e não foi por acaso. Ele tem várias formas de falar conosco e usa os seus meios mais estranhos, alguns até incomuns. Estamos vigiando a nossa casa, o nosso templo, que na verdade é o templo do Espírito Santo? "Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir" (Mateus 25. 13)

Cícero Alvernaz, aposentado e jornalista.
Mogi Guaçu - SP
Textos publicados: 606 [ver]

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