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Palavra do leitor

'Té-logos' - consumismo e decadência da Igreja

Caros pastores, bispos, apóstolos e ministros do "evangelho", a prudência me recomendava calar para aprender por um tempo, bem mais extenso do que aquele que me resta. 

Porém, antecipo esse tempo e ocupo a tribuna, tentando escrever sobre o evangelho, algo que os "profetas" (“homens de Deus”) deveriam se preocupar. Talvez aqui não seja o meu lugar para falar de algo tão simples e singular. Tenho a cátedra que muitos “magnatas do evangelho” já têm. Embora eu a tenha, não quero conquistá-la. Porque, para isso teria que compactuar com certas posturas e me enquadrar no esquema dos ladinos do evangelho. Alguns companheiros de Evangelho pediram-me, uma contribuição, escrever uma reflexão, menos por brilho natural, mais por vivência nesses assuntos que envolvem a historicidade do meio evangélico. Uma reflexão pautada numa trilogia.

A primeira é que os teólogos não são mais teólogos. Estão mais para “té-logos”. Hoje, existe uma safra de teólogos fracos e alienados pensando que entendem de teologia. São homens bitolados na teologia da “Ilha da Fantasia”. Uma teologia que não produz vida e nem libertação. Esses teologastros preocupam-se cada vez mais em se locupletarem as custas da fé alheia. A maioria dos sermões pregados não passam de teologismos (pura heresia). Estou cansado de ouvir pastores, bispos e apóstolos pedirem dinheiro em troca de bênçãos. Pensam que podem barganhar com Deus. Muitos já estão teomaníacos. Precisam de ajuda psiquiátrica e do Deus desconhecido para serem curados e libertos. 

Por causa desses teologismos pregados por um grupo extenso de “té-logos”, o outro aspecto dessa trilogia é a inversão dos valores do Evangelho. As pessoas são tratadas como objeto. O ser humano é visto como um ser desprezível e sem valor. Nesse tipo de evangelho o ter é mais importante. Se ele não tem o que ofertar, ele não pode desfrutar da Graça de Deus. A tentação do mercado levou a igreja a distorcer os princípios básicos do evangelho que são, simplesmente, “amar a Deus sobre todas as coisas e o teu próximo como a ti mesmo”. O Evangelho de Jesus é centrado na totalidade do ser humano. O Evangelho de Jesus transcende a estrutura religiosa dos evangélicos e de qualquer grupo que se denomine cristão. A ética de Jesus é diferente da ética religiosa. Jesus não visava apenas o lado espiritual do homem, mas a sua libertação da opressão política, religiosa e econômica. 

O descalabro da Igreja fecha a trilogia. Não há unidade dentro do meio evangélico. Não há um enlace da fé evangélica. O que há, não passa de um exército diviso, cada um por si. Até mesmo as igrejas tradicionais estão perdendo o foco central do evangelho e estão descambando para o evangelho do lucro. A igreja hoje afronta a Deus e aos homens. Não há mais ética e tampouco pudor. Aqui no Nordeste é um absurdo as igrejas levantarem o ouro e o granito construindo templos ricos, enquanto o próximo não come. Templos são erguidos e a desigualdade social aumenta. Esse é um dos maiores pecados capitais da igreja: a bandalhice. 

Dizem que o pior cego é aquele que não ver. Mas só não enxerga o que a igreja está fazendo hoje quem não tem uma gota de sensibilidade para as questões de ordem social. Pouquíssimas estão envolvidas com esse trabalho. Perdoem-me por repetir um truísmo, mas o evangelho veio para conscientizar, libertar e salvar o homem de suas mazelas. 

Como disse no inicio, que a prudência me faria calar, mas seria uma iniqüidade ficar calado diante dos “té-logos”, do reducionismo do ser humano e da decadência da igreja (instituição), sem alertar sobre algo que é patente e visto por todos. Como um cristão, não posso ficar inerte a tanta aberração.
 
O nosso irmão em Cristo Soren Kierkgaard estava certo quando escreveu: “Deus é sujeito, e não objeto, quando estabelece contato com o homem. Semelhantemente, quando nos ocorre pensar de outro ou de nós mesmos como se fossemos objetos, nós desumanizamos o ser humano. Devemos considerar o homem como sujeito, a saber, como centro de um processo de vontade, pensamento, esperança e paixão. O homem é alguém e não uma coisa”. Esse foi o exemplo deixado por Jesus em sua existência.
Finalizo a nossa reflexão parafraseando o filósofo Nitzche, quando ele disse que “a serpente que não pode mudar de pele morre”. O mesmo ocorre com aquelas mentes que se impedem de mudar de opinião e de postura, desfalecem. Que o Deus Eterno tenha misericórdia!
Fortaleza - CE
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