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Palavra do leitor

Saudade? Só do que é bom!

Uma vez me disseram que os homens, quando chegam aos “quarenta”, podem passar por uma crise de identidade tardia. Confesso que quando ouvi isso não entendi muito bem, era jovem e nem imaginava o efeito dos “quarenta”. Porém, com o passar do tempo e a proximidade dos “cinquenta”, consigo entender melhor o significado do que tentaram me alertar. No entanto, não acho que seja “crise de identidade tardia” nem tão pouco saudosismo, pois não sou apegado nem tenho fidelidade a questões do passado, muito pelo contrário, creio firmemente que as “coisas velhas passaram, eis que tudo se fez novo”.
O que sinto é um misto de saudade aliada com alguma outra necessidade do ser humano, talvez amizade ou verdade nos relacionamentos..., algo nessa linha!
Quando sou acometido desse sentimento, olho para o meu bairro e percebo que não é mais o mesmo. Sinto falta do mato de eucalipto, dos cipós onde nos embalávamos a tarde toda e da cascata com água limpa e gelada. E o chuchu então? Tinha tanto que as cercas precisavam ser escoradas, nunca imaginei que um dia precisaria comprá-los. As tarefas eram simples: cortar lenha, varrer o pátio, fazer o tema antes de anoitecer, pois sem energia elétrica, qualquer descuido com o tempo deixava a tarefa mais complicada para o turno da noite. No final da tarde guris e gurias, em procissão, se reuniam para pegar água no poço e claro, combinar como seria o dia seguinte. A rua era uma extensão do pátio, ainda mais quando a patrola passava emparelhando suas imperfeições, ai nós a transformávamos em verdadeiras pistas para os carrinhos de lomba. Sinto falta disso...
Foi ai que comecei a gostar de cachorros, afinal eles eram os companheiros na descida e muito úteis na subida. Acho que eles não se importavam em puxar os carrinhos morro acima, pois sabiam que a recompensa estava na sensação de alegria, profunda amizade e liberdade quando descíamos a pista de chão batido. Nesse tempo não existiam “pets”, (talvez nem veterinário...), sendo assim, bicho e gente tinham clareza e respeito pelo seu espaço no universo. Sinto falta disso...
O que dizer das amizades... Acho que não importava muito o tempo que duravam, pois muitos mudavam-se de casa, bairro e até cidade. O que valia mesmo era a forma como eram construídas. Na maioria das vezes um amigo trazia outro amigo, que trazia outro..., para ajudar a construir o campinho de futebol, montar a pista e o carrinho de lomba, jogar bolinha de gude, correr com arco e dessa forma o grupo crescia. A maioria estudava na mesma escola, tinham os mesmos professores, os pais se conheciam, tomavam chimarrão juntos, emprestavam coisas, trocavam favores sem a necessidade de ter que devolvê-los, cumprimentavam-se, visitavam-se mutuamente e por vezes, tinham atividades em comum considerando alguma necessidade que precisasse ser suprida. De algum modo, salvo as circunstâncias, esse tempo faz me lembrar do que aconteceu com os primeiros cristãos, onde o “coração e a alma da multidão era um..., e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns”. Sinto falta disso...
Dias desses, depois de uns vinte anos, encontrei um amigo desse tempo. Foi incrível perceber que os sentimentos verdadeiros não se esvaem com os anos. Depois de uns minutos de conversa a sensação era de que havíamos entrado em uma máquina do tempo e todas as vivências estavam lá, aguardando o momento certo, talvez só para ver ser havíamos compreendido o significado de quando as vivemos.
Depois dessa experiência, envolvendo os sentimentos de um quase cinquentão, posso afirmar que o tempo não destrói nada que seja construído com sentimentos verdadeiros. De outro modo, o que ainda espero é que tudo o que hoje comento, curto e compartilho produza um sentimento real e duradouro para as próximas gerações continuarem sentindo falta disso!
Caxias Do Sul - RS
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