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Palavra do leitor

Artigo publicado em resposta a Por um avivamento pentecostal

Ricardo Gondim e o "ovo de Colombo" do experimentalismo religioso

"Movimento evangélico", "segmentos mais conservadores", "pietismo", "puritanismo", "fundamentalismo" e por aí vai. Os termos variam, mas o denominador é comum [histórico]: "protestante". Essa palavra identifica o movimento histórico com raízes no século XV em diante. Para Gondim o foco é teológico. Aliás, o título do artigo dele aponta para isso.

1. A historicidade do protestantismo para ele é apenas elemento primário, subserviente a nuanças teológicas.

Gondim entende que o "... fundamentalismo buscou simplesmente resumir o que considerava os pontos inegociáveis da fé cristã". Para ele, "a inerrância da Bíblia, o nascimento virginal, a expiação mediante a fé na cruz e a volta triunfal de Cristo para arrebatar a igreja constituíam-se os alicerces da fé.", e contrasta-o com "os [novos] evangélicos [os quais] eram considerados um segmento ‘diferente’ dos antigos fundamentalistas. [o] Segmento [evangélico] que dialogava com intelectuais e não descartava a cultura como mundana. Assim, o fundamentalismo recrudesceu. Isolado, porém, perdeu representatividade, enquanto os ‘evangelicais’ se tornaram notórios, famosos e ricos.", sendo essa sua visão que consolidou-se no Ocidente para o movimento evangélico como expressão do protestantismo.

2. Na verdade os dois se 'misturaram' --- o fundamentalismo e o evangélico. No Brasil, ambiente em que o protestantismo viceja é aquele herdado dos Estados Unidos [especialmente da mentalidade do ‘bible belt’ americano]. As características fundamentais [históricas] se perderam na Europa continental e no Reino Unido [Francis Schaeffer não é fundamentalista. Augustus Nicodemus sim]. Hoje é o ‘protestantismo’ multifacetário-televisivo que vinga. Tem até dimensão política-partidária.

Segundo ele, o “... Movimento Evangélico desejava fazer teologia nas mesmas categorias que a academia secular, com critérios científicos de compreensão de Deus. Com hermenêutica, exegese e estudo das línguas originais, pretendia chegar à verdade objetiva do texto sagrado.” Se os fundamentalistas iam de teologia sistemática, para o ‘movimento evangélico’ essa tentativa o movimento abandonaria mais tarde. Afinal, novos tempos sopravam na paragem protestante.

3. Gondim, que já vinha juntando alhos com bugalhos e colocando tudo em um mesmo saco com aquela terminologia confusa e horrorosa do 1º e 2º parágrafos, sem muita percepção histórica, ou, no melhor das hipóteses, superficial, procede agora fazendo a mesma coisa, e introduz a idéia de que 'os tempos são outros'. Sai a teologia sistemática, o espaço entre o movimento e a pesquisa de línguas, etc., já não é mais, entra um novo tempo. E se as ‘lentes racionais da modernidade’, ‘cosmovisão pós-moderna’ falharam, essas cederiam lugar agora ao que ele chama de ‘credibilidade e testemunho’ como novas expressões da fé: nem credibilidade, e o testemunho é caracteristicamente televisivo. O que é testemunho e a credibilidade? Incluiria o tele-evangelismo de todos os matizes e texturas? Ele não diz.

Sairia a ‘técnica’ e entraria o que o ele chama ‘nova realidade’: “ Não é preciso cogitar, mas SER [destaques meus]. Revertamos em NÓS MESMOS as palavras iniciais do Evangelho de João: ‘O Verbo se fez carne’. E emenda, “A contrapartida humana consiste em NOS FAZERMOS VERBO; tornar nosso discurso a nossa vida e fazer de nossa vida o nosso discurso. Ghandi afirmou: ‘Devemos SER no mundo a mudança que queremos ver no mundo’.”

A linguagem é fluida com características de ‘experimentalismo religioso’. A declaração de que “Precisamos escalar uma montanha interior, atingir os patamares SENSITIVOS, que vêm do Espírito Santo. Ele é o transmissor da vida que desejamos; ele reveste de virtude. Ele gera testemunhas.”, é quase uma nota de rodapé. A construção não começa com Ele, mas com o modelo do típico de 'experimentalismo religioso'. Gondim é o homem da hora, não da história.

4. Curioso: ele termina seus artigos com a expressão ‘Soli Deo Gloria’. Uma das expressões históricas mais fundamentalista e tradicional. Leio o artigo e imagino o escopo em que a expressão se encaixa no texto. Vai de pós-modernidade ou do experimentalismo religioso? Qual ele preconiza como marca dos novos tempos? Nunca William James (The Varieties of Religious Experience) foi tão atual.
P - RN
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