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Palavra do leitor

Qual era a religião de Jesus?

Qual era a religião de Jesus?




‘’Os evangelhos desnudam todas as afirmações do Deus desconhecido, ao qual se fez conhecido, nas contingências da vida, em Jesus de Nazaré. ’’



A caminhada de Jesus, enquanto esteve, aqui, neste oikos, como ser humano, pode nos levar a afirmação convicta de que teve uma religião?

Dou uma pincelada, segundo o sistema judaico, com suas observâncias, com seus preceitos normativos, com suas determinações de fazer isso, aquilo e acolá e não o fazer?

Muitos enfocam uma linha de raciocínio, pelo qual estabeleceu uma direção oposta. Em contrapartida, há posições peculiares voltadas a defender seu compromisso irrepreensível, com relação aos mosaicos da Torá.

De uma forma ou de outra, ouso e arrisco dizer o quanto se inclinou a estabelecer uma salvação em favor do ser humano, com uma mensagem voltada e ao qual ecoou e ressoaram pelas mais diversas crenças, histórias, realidades de gente, de pessoas, de vidas e contextos.

Sem sombra de dúvida, suas palavras pontuam uma mensagem imperativa, categórica, longe de rodeios, alforriada de todo o aparato linguístico teológico e envernizado das lideranças teocráticas, com o enfoque de que Eu vim para que tenham vida e vida em abundância.

É bem verdade, sordidamente, deparamo – nos com os espertalhões da fé, estribados a promover uma interpretação mercantilista e aproveitadora; ou seja, num discurso ufanista e triunfalista, acima das vicissitudes, das tensões, das ambiguidades, das ambivalências, dos não (s), das disparidades, das oposições, dos porque (s), das questões que nos afligem, nos importunam, nos acoçam no foro íntimo de nossa existência.

Verdadeiramente, Jesus passou e perpassou distante, mais muito mesmo distante do monoteísmo judaísta, de nota, impregnado por levar as pessoas a um conjunto de obrigações, como também não se amoldou a concepção helenística, gnóstica, por onde o humano não tinha valor e representatividade.

O interessante se encontra o quanto procurou usar de situações práticas e corriqueiras da vida para demonstrar a importância das relações, do humano, do ser como rota de ação e orientação do ter, do querer, do ouvir, do envolver e dos demais verbos compositores dessa sinfonia chamada vida.

Aliás, vou além, a religião de Jesus resgatou a dignidade de ser livre e aceito, caso dos leprosos, da mulher samaritana, da mulher sírio-fenícia, do centurião romano, do coletor de impostos (Zaqueu), do jovem gadareno, sem erguer muros, muralhas, cercas com arames farpados, derrubar pontes emocionais, cognitivas, espirituais e humanas, porque veio aproximar, unir, conciliar, compartilhar, compactuar, recomeçar e não dissociar, promover dissensões, levantar heróis e violões, mocinhos e algozes, santos e anátemas.

Não por menos, seu ministério andou e deixou marcas indeléveis e profundas nos meandros do profano, do secular, da crua e nua verdade das ruas e do laico mesmo.

Grosso modo, abriu as portas para os excluídos, para os marginalizados, para os nãos percebidos, dentro de uma narrativa machista, de privilegiados e desgraçados, de ir aos famintos de pão, de água, de vinho e, de certo, os milagres, os prodígios e os sinais, sem adentrar na discussão de sua veracidade ou não, nos chamam para a opção pelo próximo, por nós mesmos, por atentar para as matizes da vida.

Verdadeiramente, a religião de Jesus subverte o pré – definido de toda a instrumentalidade dos templos e vai ao ponto decisivo da vida em comunidade solidária, fraterna, livre, aberta aos ajustes e correções, sem eleger santos, profetas, anjos, predestinados para estarem na mesa, mas sim gente que vacila, que enfrenta os dissabores, que fez escolhas erradas, que nem todas suas respostas foram certas, que muito menos se encaixariam no rol da fama dos vitrais dos pais da fé.

Estranhamente, a religião de Jesus desce para trazer de volta uma espiritualidade criativa e inspiradora tão assolada pelo dualismo dos discursos de batalhas espirituais, de manipulações de uma fé do medo, de um monopólio da minha verdade e da minha crença.

Além do mais, a religião de Jesus estende as mãos, rompe e irrompe com toda uma transcendência aversiva ao homem de carne e osso, de dúvidas e incertezas, de alegrias e deleites; por isso, curou, restaurou, libertou e proporcionou incipientes vias de mudanças (o jovem Gadareno, o paralítico do Tanque de Betesda, o cego Bartmeu).

Por fim, a religião de Jesus coloca as cartas na mesa, não esconde o jogo e abre precedentes para encontrarmos o Criador, das maneiras mais surpreendentes e singulares. Ademais, a religião de Jesus chama a todos, sem corroer a individualidade, a personalidade, a humanidade, o caráter e o ser.
São Paulo - SP
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