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Palavra do leitor

Profissão pastor!

Quando se busca na Bíblia as credenciais dos pastores esbarra-se com informações que nos levam a refletir se existe, hoje, bom entendimento da responsabilidade e das exigências que os mesmos deveriam ter. 

O Salmo 23 é, sem sombra de dúvidas, o ponto de partida para se obter uma resposta adequada a esta questão. 

Inicialmente toma como referencial o próprio Deus como perfeito pastor: "O Senhor é o meu pastor". Quer dizer, qualquer pastor deve, em princípio, se enquadrar, ou buscar se enquadrar, no exemplo oferecido pelo Deus de David. Ressalta-se, de pronto, a declaração bombástica: "nada me faltará". Muitos têm tomado esta frase como uma indicação de que este "nada me faltará" quer dizer que também incluem as dificuldades, ou seja, o supremo pastor garantiria também dificuldades na vida das ovelhas. Esta interpretação cai por terra ao continuarmos a leitura desta pequena jóia bíblica.

O pastor se preocupa em que as suas ovelhas repousem nos pastos verdejantes, onde há conforto e esperança de alimento. Da mesma forma, as ovelhas de hoje esperam receber alimento espiritual fresco, sem "agrotóxicos", onde a Boa Nova do Evangelho lhes permita ter "paz com Deus" (Romanos 5.1). Muito diferente de mensagens que temos assistido nos dias atuais onde é colocada verdadeira confusão e temor no coração das ovelhas, com exigências quase tão insuportáveis quanto o velho pacto: "Se até um animal tocar o monte, será apedrejado." (Hebreus 12.20)

A linha geral deste Salmo continua mostrando, com grande ênfase, o cuidado do pastor por todos os detalhes da vida das ovelhas, buscando preservar a sua integridade não só física como espiritual: "Refrigera a minha alma". Neste enfoque, Jesus vai além da citação de David, ampliando o interesse do pastor pelas ovelhas a ponto de dizer que "o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas". (João 10.11)

Contrariamente ao que se observa em muitos que se dizem pastores, a Bíblia mostra que "a tua vara e o teu cajado me consolam". O que tem ocorrido é o uso da vara e do cajado por alguns pastores, não para dar consolo e proteção às ovelhas mas, para lhes impor temor. Não poucas vezes o cajado tem sido usado como símbolo de autoridade espiritual sobre as ovelhas, causando-lhes feridas e humilhação. Não poucas vezes o cajado é despejado fortemente e, infelizmente, com certo prazer, sobre as assustadas ovelhas e não sobre os lobos que lhes vêm roubar e matar a esperança numa vida abundante. Neste ponto vê-se que a principal reivindicação desses pastores é a da autoridade sobre as ovelhas. Tal autoridade realmente existe,  mas o exercício da mesma nunca poderá ser em prejuízo das ovelhas e em benefício próprio. A respeito da autoridade pastoral Jesus inclui uma observação inusitada: "Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva" (Marcos 10.43). Antes de ser servido o pastor deve estar pronto a servir. 

Antes de deixar os discípulos para ir ter com o Pai, Jesus, enfaticamente, por três vezes, deixou a recomendação a Pedro: "Apascenta as minhas ovelhas" (João 21.17). Neste contexto verifica-se que o ponto central da preocupação divina é que as ovelhas sejam a prioridade nas ações pastorais, buscando incessantemente a preservação das mesmas frente às ameaças a que as mesmas possam estar sujeitas.

Conclui-se, disto tudo, que o ministério pastoral não é nada fácil. Diferentemente das profissões seculares, onde se busca o próprio bem, o ministério pastoral exige que a preocupação central seja a integridade das ovelhas. Diferentemente do muito que se vê hoje, o pastor deve se preocupar com a alimentação e bem-estar das ovelhas não com o sucesso material da liderança da igreja. O resgate do ministério pastoral se faz necessário, pois não pode ser vista como profissão onde escândalos proliferam, mas como ministério onde o respeito e o bom nome se tornam inquestionáveis até, e principalmente, por quem não é cristão. Isto impõe sacrifício e desprendimento. Reconhecemos que muitos acabariam desistindo pois nem todos estariam preparados para, com alegria, atender aos desafios que o pastorado impõe. Mas, é necessário que as igrejas deixem de ser um lugar de comércio para se tornarem um lugar de misericórdia. Um lugar onde as ovelhas sejam vistas como fim, não como meio.
Juiz De Fora - MG
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