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Palavra do leitor

Por que o crescimento do cristianismo no Brasil não resultou num país mais justo?

Lendo o que chamamos, como cristãos, de sagradas escrituras temos algumas respostas. Olhando para Jesus em Marcos 8 vemos 03 cenas que estão interligadas mesmo que nós as tenhamos separado quando passamos a inserir capítulos, versículos e títulos às Escrituras. Os versos 11 a 26 são para serem lidos de uma só vez, fazendo parte de um mesmo assunto. E começa com Jesus dialogando (ou melhor, discutindo) com os professores de religião da época (chamados fariseus). Eles detinham o que se chamava de Tradição dos anciãos que nada mais era do que um conjunto de regras e costumes que, por ter ganho tanta ênfase e autoridade, passou a ter o mesmo peso que as escrituras (para eles, o antigo testamento). A discussão chega a um ponto em que esses fariseus pedem a Jesus um sinal do céu com o fim de que Jesus provasse que detinha autorização para ensinar o que vinha ensinando. A resposta de Jesus é curta: “Por que esta geração pede um sinal? Nenhum sinal lhe será dado.” E deixou-os entrando num barco. Já no barco, ainda com aquela conversa em mente, vira-se para seus discípulos e diz: “vede, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes”. Os discípulos, mais uma vez, não entendem o que Ele diz e pensam que ele refere-se ao fato deles terem esquecido de levar pão para comer no barco. Pensavam na fome.
Após descerem do barco, Jesus encontra-se com um cego. E, pela única vez (das citadas nos Evangelhos), Jesus cura em dois tempos. No primeiro, Jesus aplica saliva nos olhos do cego e pergunta se ele já está vendo. O cego responde: Vejo. Mas, vejo homens parecendo árvores andando. Jesus, num segundo momento, põe a mão nos olhos do cego e, só então, ele passa a ver claramente, de forma perfeita. O que pouco se compreende é que essa cena tem ligação ainda com a discussão de Jesus, lá atrás, com os fariseus. E o que ele quer ensinar aos seus discípulos é que a religião tem alcance limitado para fazer-nos ver. A religião, com seu conjunto de dogmas, tradições, costumes, com o fim de reger, manusear e controlar faz-nos ver a vida de forma limitada, embaçada, turva. Isso porque acredito ser impossível pensar num Jesus que precise “consertar” uma cura sua. Num Jesus que precise “dar uma outra demão” de cura porque a primeira não ficou boa. Essa cena é ilustrativa ao assunto que eles vinham tratando. E o assunto era a incredulidade dos fariseus e uma fé baseada numa religião.
Enfim, o que Jesus quer ensinar é que toda religião, sendo ela apenas religião, tem poder de levar o ser humano a ver apenas parte do mundo, da vida. Ela nos faz ver turvamente. Embaçado. Sem que discirnamos quem são pessoas de forma clara. Jesus, ao contrário, não. Jesus faz-nos ver claramente. Sem turbidez.
O que isso tem a ver com nosso tema? Olhando para a igreja cristã atual, vemos de forma escancarada que existe muito mais religião do que um movimento de fé centrado em Jesus. O que há são vários – sim, vários – segmentos religiosos agrupados no que chamamos de cristianismo. E, em todos eles – com exceções pois elas, graças a Deus, existem em todas as esferas e áreas mas aqui analisamos de forma genérica – há coisas em comum:
- Igrejas onde o poder é centralizado. Por isso mesmo, o ensino é dispensado por esse grupo que detém o poder; Igrejas que existem com o fim da manutenção organizacional. Isso porque toda instituição sofre de um mal: a auto-preservação. Toda, toda instituição busca-se auto-preservar-se. Para isso, o CNPJ passa a ter muito mais valor que as pessoas. E os desdobramentos disto é que tudo (receita, organização, pauta, valores, agenda...) passa a voltar-se para o crescimento e auto-preservação da instituição; Inclusão APENAS daqueles que mantém a instituição funcionando e, por isso, concordam com um conjunto de regras, dogmas, costumes com o fim de manter uma ordem social internamente.
Falaria sobre muitos outros aspectos e inclusive sobre aspectos mais confessionais que herdamos. Mas estes são suficientes para que se entenda a razão do cristianismo ter crescido tanto em nosso país mas, em contrapartida, não ter gerado na mesma intensidade um país mais digno e justo.
Nossas pautas (aqui me incluo, pois de fato faço parte) são voltadas à manutenção de nossas instituições. Nossa agenda é voltada a fazer a instituição funcionar e de forma satisfatória àqueles que a mantém. A pauta de Jesus era outra. A agenda dele tinha o que sofre como prioridade acima da religião (lembram da história do samaritano que encontra um homem que sofreu um assalto ficando na estrada quase morto após, inclusive, ser ignorado pela religião do sacerdote e levita?). A agenda dele fazia-nos enxergar os que sofriam de invisibilidade social (lembram do jovem gadareno que vivia dormindo nos cemitérios, cortado, sujo, gritando e com demônios? Jesus deixou a multidão, atravessou um mar tempestuoso apenas para encontrar-se com ele. Apenas com ele). Que ouçamos Jesus dizer-nos: “Vai tu e faze o mesmo”.
Recife - PE
Textos publicados: 6 [ver]
Site: http://talesmessias.wordpress.com/
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