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Palavra do leitor

Pedófilos da fé, sanatório e realidade

''Sempre ouvia falar:

- Olhe para Cristo e não para as pessoas!

Agora, essa frase não configura e comprova o quão distante estamos de concebermos que o sacrificio da Cruz não veio resgatar nossa essência de humanidade? Vou além, se o sangue do Cristo Ressurrecto não escorrer pelas ladeiras, pelos cantos e recantos da nossa existência, acredito, então, que ruminamos uma doce fantasia e, mesmo assim, uma fantasia.''

O homem é o lobo do homem, uma frase alcunha por de Thomas Hobbes. Na mesma esteira de frases expressivas, a religião é o ópio do povo, de Karl Marx. De certo, a derradeira semana trouxe a trágica morte do outrora candidato a presidência, Eduardo Campos, e, mesmo assim, pude notar uma ocupação e preocupação da imprensa midiática no tocante a levantar as prováveis mudanças no tabuleiro de xadrez.

Sem perder a praxe, possíveis alianças, prováveis mudanças e num verdadeiro fluir e confluir de interesses deram a tônica. É bem verdade, as condolências formais estiveram nos discursos dos demais candidatos. Em meio a tudo isso, tenho ouvido uma congênita conspiração a fim de promover essa tragédia e, tristemente, chego a conclusão das paranóias e esquizofrenias instaladas nos seios de nossa pós - moderna, conectada, pluralista, humanista, secularizada e progressiva sociedade. Infelizmente, ainda continuamos a curtir um sanatorio, ao qual chamamos de realidade.

Não por menos, de bom grado, muitos tecem os mais ardorosos discursos, com relação a programas, como criança esperança, mas no primeiro farol, ao avistarem um menor, já o avistam como uma algoz a ser, caso seja necessário, atropelado.

Estranhamente, acostumamo - nos com as Cracolândias, com os focos disseminados de prostituição ou desumanização infantil, com a corrupção vista como um mal endêmico e parte da historia conjuntural de nosso país. Eis ai, mais um processo eleitoral ou, peço desculpas, circo eleitoral, com as mais idílicas, cínicas, levianas e sei lá quantas promessas ancoradas no vetusto discurso de uma reviravolta messiânica, para todos os nichos sociais e culturais, econômicos e religiosos, comportamentais e etnicos. Cada vez mais, tampamos o sol com a peneira e creditamos numa transformação, a partir dos gurus e das salamandras do marketing.

Sem hesitar, deparo - me com uma corrida tresloucada, obviamente, atrás dos templos evangélicos, de candidatos predestinados para instaurar o Reino de Deus. Não sou estúpido e muito menos alienado, não há nenhuma dissociação entre fé e política, porque ambas apontam para a convivência salutar, ou seja, nos norteia para a vida.

Agora, indago a trajetória biográfica de determinados candidatos inspirados pela Graça, ao qual surgem e se desvanecem, ao findar das urnas. Ultimamente, os planfletos e os programas eleitorais vão esparramar a aplicação da Cruz de Cristo, dentro dessa simbiose ou desse sanatorio de interesses escusos e espúrios. Enquanto isso, não ponderamos na formação de cidadãos servos, discípulos e testemunhas da Graça, seja onde for.

Acostumamo - nos com um sanatório de púlpitos que reduzem a Cruz de Cristo a um jogo de sorte e azar ou de maldição hereditária. Nada de perceber a relevância de que ser sal da terra e luz do mundo envolve levar as pessoas ao discernir de que, independentemente, de sermos candidatos ou não, não estamos aqui para ficar num gueto, na espreita e no aguardo do apagar das luzes ou da trombeta tocar e amém (fui salvo, você tambem e que bom).

Deveras, ser igreja e não frequentador de um templo ou de vários, ser igreja e viver em comunidade, partilhar a experiência do ide e fazei discípulos e não papagaios de discursos eloquentes, mas que não escutam o clamor dos sedentos de esperança, dos famintos de uma humanidade de incluídos, daqueles que necessitam de vestes de amor (ao qual inspira e não o manipula), daqueles que buscam o alento de misericórdia (em meio as quedas, as derrocadas, as derrotas, as falhas e os lamentos), daqueles que não querem ser abusados por um messias que adoece emoções e substitui os sonhos da vida, por um bocado de bens efêmeros.

Por fim, as palavras de Jesus, em João 10.10, sintetizam, traz uma ligação, oferece - nos a bondade e a beleza, em meio as tensões e ambiguidades, não foge da submeter suas palavras a uma reflexão vertical, reconheceu o sanatório espiritual de sua época, com fariseus, sauduces, essênios, zelotes e por ai ia, com um povo marcado pelos abusos dos pedófilos da fé (porque abusam da puridade de um neófito, quando os lançam num monturo de bestialidades doutrinárias, dogmaticas e os moldam em figuras aversivas ao viver e ao próximo).

Sim e sim, a ausência da Graça faz com que pessoas se escondam nos templos, na comunhão e se tornem em sanatórios ambulantes. Quão triste vejo uma parcela de nossas canções cristãs que enfocam uma relação de martírio, de sofrimento, de culpa, de condenação, aos invés do Cristo sorridente.
São Paulo - SP
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