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Palavra do leitor

O Reino deles é deste mundo: o marxismo “cristão”

Apesar da possibilidade de que cristãos individualmente, ou mesmo as igrejas em conjunto, se manifestem em contradição com a missão cristã, isto não quer dizer que seus exemplos devam ser julgados adequados do ponto de vista da doutrina. Assim, o exame lógico dos princípios cristãos é conclusivo quanto à certeza de que o materialismo necessariamente se opõe ao cristianismo e o nega. A metafísica materialista defende em sua versão mais radical que nada existe de espiritual mas apenas matéria, ou que a dimensão tomada como espiritual é efeito resultante de causas materiais. No caso do materialismo histórico, como ficou conhecida a doutrina marxista, isso significa que os conteúdos da consciência humana não passam de ilusão resultante da posição ocupada por cada um nas relações de produção, sendo dominante ou dominado na luta de classes. Crenças e valores bíblicos sagrados são reduzidos a uma compulsiva falsificação ideológica da realidade, a cumprir a perversa função de garantir e legitimar a dominação burguesa sobre a classe explorada.

Ainda que rebaixado a este significado tão indigno e humilhante já por Karl Marx, o cristianismo passou a tolerar e mesmo a se deixar seduzir pelo materialismo por influência de autores chamados revisionistas, os quais reorientaram estrategicamente o movimento revolucionário ao longo do século XX. A perseguição à religião parecia trazer mais dificuldades do que a fecunda ideia de gradualmente conquistá-la para seu manejo como instrumento na disseminação do marxismo em cada contexto cultural. Evidentemente, não se trata de aliar-se à religião tradicional para conservar seus fundamentos, mas de, aos poucos, esvaziá-la de todo o seu horizonte transcendente. Alinhado à finalidade da transformação da sociedade, ditada pelos marxistas, o cristianismo se converteria finalmente num representante do espírito laico e imanentista, no fundo, do ateísmo.

Para lograr uma tal façanha, o marxista encara o rebanho das igrejas assim como um missionário lida com os nativos no campo onde atua. Partindo da cultura daquele contexto, há símbolos, valores e todo um vocabulário convencional que a mensagem missionária assume como ganchos, por via dos quais se aproximam as referências do pregador e dos ouvintes. Assim, por exemplo, o amor ao próximo, a compaixão e a caridade, são usados pelo proselitismo marxista para alegar uma suposta preocupação em comum com a igreja no tocante à pobreza e aos sofrimentos humanos a ela associados. Porém, ao contrário da motivação ética de cuidar dos pobres, a abordagem marxista opera um monumental desvio de direção. Já não se trata mais de ações que assistem diretamente ao pobre, mas de um combate feroz às chamadas classes dominantes e ao modelo de sociedade que afirmam beneficiá-las. É, portanto, a redução do valor cristão à adesão a certa vertente partidária e engajamento num movimento estritamente político. Desde esta perspectiva, passa a fazer sentido a defesa de ditadores genocidas, campos de concentração e paredões de fuzilamento, do passado e do presente, em nome da compaixão cristã, por incrível que isto possa parecer para quem ainda não se converteu a esta apostasia.

Da mesma maneira ocorre com a postura crítica às autoridades vigentes na religião e fora dela. Tanto Jesus quanto Lutero, cada qual em seu contexto, se opuseram a grupos poderosos por julgarem que eles estariam usurpando a função de representantes oficiais de uma tradição sagrada, a qual, no entanto, desfiguravam. No caso do marxismo na igreja, dá-se justamente o contrário: quanto mais as autoridades das instituições religiosas zelam pelo cultivo de suas tradições e resistem às últimas modas, mais são alvo dos indignados ataques dos cristãos "progressistas". Os profetas do Antigo Testamento denunciavam as injustiças do povo e de seus governantes com base na Lei divina, não no pressuposto teórico de que um sistema econômico é a fonte de todos os males humanos. Já o futuro, profetizado como escatologia no texto bíblico, se converte em utopia cuja esperança tem na "sociedade prometida" sua finalidade última, ou seja, nem "novos céus e nova terra" mas, literalmente, um "mundo melhor".

O conservadorismo, majoritário no país, nem sequer é representado por partidos políticos, enquanto grupos organizados como a CNBB, as Comunidades Eclesiais de Base, ambos expressão da Teologia da Libertação a serviço do PT, e o mais recente modismo protestante da Missão Integral, não encontram qualquer resistência para que tomem de assalto ambientes cristãos. Hoje, o cristianismo em suas formas ortodoxas, tanto católica como protestante, é ainda o principal antagonista ao projeto revolucionário, em suas tentativas de conquistar o poder definitivamente. Por isso, os marxistas se esforçam por debilitar os valores espirituais numa sociedade, condição essencial para retirar do caminho os obstáculos que se apresentam e, então, atingir o alvo de suas ambições.
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