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Palavra do leitor

O que esta por trás da decisão de Donald Trump em transferir a embaixada americana para Jerusalém

Os determinantes históricos da orientação politica do governo estadunidense em relação ao mundo árabe-mulçumano, e mais particularmente as nações do Oriente Médio remonta ao século XVII, com a chegada dos primeiros puritanos. Tratava-se de cristãos, perseguidos na Inglaterra, após o nascimento da Igreja Anglicana. Assim, esses cristãos ao fugir da Inglaterra, comparavam-se aos hebreus do Êxodo. Por isso os EUA são chamados de "a nação escolhida". Os puritanos ingleses estabeleceram paralelos entre eles e os hebreus, que, em busca da Terra Prometida, atravessaram o Deserto do Sinai quando libertos do Egito.

Alimentados deste "mito", o movimento evangélico conservador e a direita cristã estadunidense, maiores financiadores da campanha a presidência de Donald Trump, insistem na falácia de que os Estados Unidos é um país abençoado por Deus nas suas origens, por tanto com uma ligação "espiritual" com Israel e para dar contornos bíblicos a direita evangélica americana, considera Israel como parte importante do cenário do fim do mundo e de forma equivocada e oportunista se volta à Bíblia para dizer que essa decisão do governo Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel confirma a tendência e o movimento rumo à vitória de Israel contra os árabes. Há sempre essa transposição bíblica na prática da relação árabes e judeus. Trata-se de passos rumo ao fim dos tempos, um cenário escatológico. A direita conservadora evangélica estadunidense é pessimista. Sinaliza de maneira trágica para o fim do mundo, rumo às guerras, às mortes e um cenário sombrio.

Este pensamento, sendo equivocado chama-lo de teologia, esta se fragilizando no próprio USA, recente pesquisa da Life Way Research mostra que o apoio a Israel tende a diminuir entre os evangélicos. A pesquisa dividiu os questionados em dois grupos: evangélicos com mais de 65 anos de idade e evangélicos com menos de 35 anos. E em síntese os resultados revelam que os evangélicos idosos mantêm posições que são tradicionais no seu grupo religioso, conservadores, de direita e contrários as causas palestinas. Por outro lado, os jovens da chamada Geração do Milênio parecem analisar as várias questões envolvidas no relacionamento entre israelenses e palestinos de maneira mais racional. Há uma clara tendência deles balizarem suas posições pelas circunstâncias envolvidas em cada caso, fugindo de ideias preconcebidas. Alguns exemplos: 76% dos mais velhos tem uma visão positiva de Israel. Os jovens, também, mas o número dos favoráveis é bem menor, apenas 58%. Também no conjunto dos dois grupos, 46%, não tem posição formada quanto a um acordo de paz que leve à criação de um Estado da Palestina. Entre os demais, apenas 23% são a favor. Em compensação, 31% não se opõem à ideia.

A decisão em transferir a embaixada para Jerusalém é apenas fruto do "mito" de nação abençoada e não apenas isso, mas também do chamado "excepcionalismo americano", uma ideia muito comum nos EUA, e agora, por influência da direita evangélica, esta absolutamente incorporada a politica externa do governo de Donald Trump, para ela o país é muito especial, ungido por Deus para liderar o mundo nas dimensões politica, econômica, social e religiosa. Isto nada possui de teologia bíblica, ao contrario externa a arrogância histórica dos evangélicos conservadores, bem como da direita cristã estadunidense, esta concepção é incoerente com o caráter de Deus de bondade, justiça e paz.

O "excepcionalismo americano" confunde a mensagem cristã escatológica que proclama que a única esperança para a criação, para o universo todo e para o homem, está no caráter de Deus, com mero escapismo fantasioso, não negamos o céu e sua existência, nem a questão da volta de Jesus, mas não podemos viver um escapismo escatológico que nos aliena das questões da terra, do aqui e agora. Equivoca-se também em confundir esperança, alicerçada no Cristo ressuscitado, isto é a maneira de viver a fé encarnada nutrida pela ética e na responsabilidade na construção de uma sociedade mais humana e solidaria, fazendo valer na realidade do mundo a vontade de Deus com puro intervencionismo estrangeiro, este pautado pelo poderio bélico e econômico que impõe exclusivismo politico, ideológico e religioso.

De fato, na perspectiva dos valores do Reino de Deus de justiça e paz, se comissiona todo cristão a buscar e encontrar melhores situações de pacificar e colocar um fim a esse massacre, israelenses versus palestinos que precisam chegar a um acordo. Para os conservadores da direita evangélica americana, o conflito precisa piorar. O fogo deve devorar tudo. Para eles, qualquer resolução vai contra o cenário do fim do mundo e do Apocalipse.
Hortolândia - SP
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