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Palavra do leitor

O contexto da vida

Em tudo que está vivo há movimento. Só “se pode dizer que uma porção de matéria esta viva, quando ela ‘faz alguma coisa’, como mover-se, trocar material com o meio etc.” (SCHRÖDINGER, 1997, p. 81). Desde um fungo, ao complexo organismo dos seres humanos, tudo que tem vida tem movimento. O movimento é o que nos permite dizer que uma alga é um ser vivo tanto quanto um elefante.A energia primária que impulsiona esses movimentos é emanada do Espírito de Deus (Gn 1.2). Todo o Universo é sustentado e movido pela presença do Espírito, porque nele tudo vive, move e existe (At 17.28).

O Espírito é o vento que aciona os moinhos da vida, que enche as velas do barco em direção à nascente. No princípio, foi a força motriz que trouxe o Universo à existência, o sopro de Deus que energizou o ponto no vazio e explodiu o cosmos. O Espírito é a sabedoria de Deus que engendrou o mundo (Pv 8). Por meio da Palavra Eterna, a energia oscilada pelo Espírito de Deus iniciou a criação (Gn 1.2). Sem o Espírito o Universo ainda seria o caos, vazio e sem vida.

O Espírito que a tudo sustenta, não se impõe, é manso e sensível. Pode ser enfraquecido, ferido, entristecido (Ef 6.30). O enfraquecimento do Espírito deu origem a um universo escravo, que envelhece preso ao tempo. O gemido do universo é o grito de Deus pela restauração de sua criação. A natureza que conhecemos não é a idealizada por Deus, a criação tem saudade da vida em sua plenitude.

A devastação, causada pelo estilo de viver humano, criou uma crise ecológica tamanha que seus efeitos são irreversíveis. O desenvolvimento tecnológico como conhecemos “aniquila, de maneira irrevogável a cada ano, novas espécies de plantas e animais, envenena o ar e o solo e transforma terra fértil em desertos” (MOLTMANN, p. 116). Esse é o mundo atual, mas não será assim para sempre.

O homem apreendeu a natureza, dominou sua existência. A natureza é moldada à forma de viver do homem. O mundo perdeu sua liberdade de existir. Mas não é o homem o único inimigo da natureza; a sua própria existência se deteriora com o tempo. Não é apenas preservação que a natureza anseia, mas, também, a libertação dos grilhões do tempo, a transformação final em que se tornará indestrutível.

Assim como a criação, existimos entre a queda e a perfeição, entre a origem e a recriação do cosmos. O mundo caído se sustenta pela Palavra criativa de Deus. O Espírito de Deus em Cristo, a Palavra Eterna, cria e recria o Universo, fazendo convergir nele todas as coisas (Cl 1.16; Ef 1.10). “Pois todas as coisas foram criadas por ele, e tudo existe por meio dele e para ele” (Rm 11.36). Através da esperança a natureza é salva da aniquilação, e nós, através da fé, somos salvos para essa nova criação. Lutar pela preservação ambiental, é participar da obra do Espírito que a tudo sustenta em Cristo. Pois, “em tudo isso eu conheço e identifico a tarefa que me é atribuída, a esperança que a acompanha em razão da graça na qual vivo” (BARTH, p. 32).

A superação dos sofrimentos humanos será possível quando toda a Terra for restaurada; quando não houver mais escassez de alimentos, disseminação de doenças, catástrofes naturais; quando a crise ecológica atual, causada pela civilização tecnológica, for superada. A devastação ecológica, o sofrimento do mundo, a fome dos pobres, a dor dos enfermos, o desespero dos aflitos, fazem parte do sofrimento de Deus (João 11. 33-35), mas, também, da esperança pela cura de tudo (Is 11. 6-9).

Do planeta em destruição de hoje, ergue-se a expectativa de sua restauração. O Espírito de Deus infunde, em cada partícula da vida, a esperança por uma realidade em que o Universo seja livre. “Sobre o mundo inteiro não redimido espraiam-se ao mesmo tempo luto e expectativa” (MOLTMANN, p. 115). O grito de Deus é tanto de dor pela devastação quanto de alegria pela restauração, pois o Espírito intercede, de acordo com a vontade de Deus, em favor de sua criação (Rm 8). O mesmo Deus que chora o aprisionamento do universo; antecipa, através da presença do Espírito, a alegria de sua salvação.

O Espírito infunde em nós a certeza de um mundo melhor. O “amor e a bondade de Deus se renovam a cada manhã” (Lm 3.23), trazendo a cada-nascer-do-sol uma nova esperança. E então completaremos a nossa salvação, a restauração plena da natureza divina em nós (2 Pe 1.4). Esta é a nossa comunhão com a criação não humana, participamos de seu sofrimento, mas também de sua esperança.

Quando oramos e apresentamos a Deus nossos anseios, apenas fazemos ressoar o eco do sofrimento de Deus no mundo. Quando oramos e apresentamos a Deus nossos anseios, apenas fazemos ressoar o eco do sofrimento de Deus no mundo. E quando agradecemos a Deus pelo dia, juntamos nossas vozes às vozes de uma infinidade de entes que expressam a vitalidade do Espírito em tudo que existe, cada um do seu jeito (Sl 19.1-6).

BARTH, Karl. “Esboço de uma dogmática”.
MOLTMANN, “Jügen. A Fonte da Vida, o Espírito Santo e a teologia da vida”.
SCHRÖDINGER, Erwin. “O que é a vida"?
Palmas - TO
Textos publicados: 5 [ver]
Site: http://www.silaslima.net
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