Não quero virar santo [só] após a morte!

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Sim, não quero me tornar "santo", aos olhos humanos, como ocorre com muitas pessoas, ou seja, apenas depois do meu falecimento; como é abundante lembrar e citar, após a morte das pessoas, o que de bom elas fizeram em vida.

Gostaria, preliminarmente, de dizer qual o significado de santo no contexto da Palavra de Deus; ser santo é "separar-se" para a obra de Deus nesta Terra – isso não exige qualquer processo institucional para um reconhecimento futuro de "santidade" por uma denominação cristã ou pelos que nos são próximos.

A palavra "santo", Origem Hebraica קדוש , "Cadash" ou "Kadosh" significa, biblicamente, "sagrado", "separado", "consagrado"; os crentes das igrejas visitadas pelo Apóstolo Paulo [vide abaixo (*)] são por ele chamados de "santos" com esse significado.

Ser santo, no contexto que já citei, não quer dizer "sem pecado", "sem mácula", "sem fraquezas", ou seja, "ser puro". Até porque a própria Palavra de Deus afirma que "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm. 3 23); diz ainda que "todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer" (Rm. 3 12); e ainda "Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e o que não peque" (Ec. 7 20).

Apenas, entre os que habitam e habitaram o nosso planeta, um só não cometeu pecados, o Senhor Jesus; Ele "veio em carne" (I Jo. 4 2) para nos outorgar a salvação pela graça, mediante a fé no Filho de Deus, Jesus o Cristo, Ele próprio.

Não nego, sequer tenho autoridade para tal, que os santos acolhidos como tais por uma das denominações cristãs, certamente o são pois, na maioria dos casos, "se separaram", se consagraram, em vida, para servir à causa do evangelho.

Ademais, para ser um pouquinho mais do que "santo", qual seja "filho de Deus", "família de Deus" é necessário tão somente receber, no coração, o Filho unigênito de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme Ele mesmo declinou:

"[Ele] veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (I Jo. 1 11-13).

É necessário recebê-lo como ÚNICO E SUFICIENTE SENHOR E SALVADOR, pois somente Ele morreu por nós, espontaneamente, pois nasceu com essa Missão (Lc. 2 10-11), e para que o nosso pecado possa ser perdoado, pois Ele já pagou o preço.

Embora "santos" [na acepção bíblica] ainda estamos sujeitos ao pecado; todavia, Deus nos diz pela pena de João: "Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo" (I Jo. 2 1).

Diz ainda a Palavra de Deus: "Se confessarmos [a Deus] os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (I Jo. 1 9); isso nos leva à certeza de que, apesar de nos separarmos para a Missão do Evangelho, ainda estamos à mercê das obras da carne, ainda estamos aptos a cometer algum deslize [pecado é tudo o que desagrada o coração de Deus]. Mas temos Advogado junto ao Pai, o Senhor Jesus, único que intercede, junto ao Pai, pelos "seus santos".

"Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, o homem" (I Tm. 2 5).

A Palavra de Deus nos convida:

"Sede santos, porque eu sou santo" (I Pe. 1 16);

e "Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste" (Mt. 5 48);

e, ainda, "Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, DESENVOLVEI a vossa salvação com temor e tremor" (Fp. 2 12).

A santificação, a perfeição, a salvação é um processo que cresce em nós à medida que nos separamos para servir a Deus, e independe de processos institucionais a nosso favor, após a morte; é um compromisso entre cada um de nós e Deus independente de praticarmos, ou não, as chamadas boas obras; elas [as obras] são resultantes normais da salvação, da santificação.

A santificação, "sem a qual ninguém verá a Deus" (Hb. 12 14), não é apenas um meio, um veículo para alcançarmos a presença de Deus em nossas vidas terrenas e na eternidade; ela é fruto do Espírito Santo de Deus em nós, e a Palavra de Deus diz que:

"O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio" (Gl. 5 22-23).

Pense nisso.

(*) Referências bíblicas sobre "ser santo":

- "Saudai cada um dos SANTOS em Cristo Jesus" (Fp. 4 22)

– "Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os SANTOS em Cristo Jesus" (Fp 1 1)

– "Saudai Filólogo, Júlia, Nereu e sua irmã, Olimpas e todos os SANTOS que se reúnem com eles" (Rm. 16 15)

– "Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto e a todos os SANTOS em toda a Acaia" (II Co. 1.1).

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Opinião do leitor