Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

Machucar para curar

"Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei."
Isaías 46:4

Pela segunda vez neste ano, meu filho de cinco anos de idade teve que se submeter a um tratamento com antibiótico injetável, para eliminar uma sinusite resistente aos remédios comuns. Ele começou o tratamento com um antibiótico oral, que teve que ser substituído por outro mais forte. Esse segundo antibiótico acabou provocando muitos efeitos colaterais intoleráveis. Então, o segundo medicamento também foi substituído, desta vez pelo antibiótico injetável, para se evitarem os transtornos que estavam sendo causados pelo segundo remédio.

Seriam três dias de injeções, uma a cada 24 horas. A primeira injeção ele tomou lá mesmo, no hospital. Enquanto ele levava a picada, o pai dele, meu marido, estava lá. Ao mesmo tempo em que o segurava para que ele se submetesse àquela dor necessária, acalentava-o, para dar a ele a convicção de que entendia o seu sofrimento e estava ali para não deixar que ele suportasse aquilo sozinho.

Naquela noite, ele não dormiu, temendo as próximas duas injeções. Agitado, sonhava e bradava "Não, não!", enquanto balbuciava "Medo da injeção!", com os olhos meio abertos, meio fechados, na cama. Também naquela noite, diante do pavor do meu menino, supliquei a Deus, em oração, que o curasse sem a necessidade das outas duas doses do antibiótico, que viriam; que, se as doses fossem necessárias, Deus anestesiasse meu filho, ainda que ele não recebesse anestesia alguma, para que ele não sentisse mais aquela dor; que o Senhor tirasse do meu rapazinho todo o medo de agulhas e toda a falta de paz que esse medo provocava.

No dia seguinte, meu marido foi quem o levou até a farmácia, para a segunda dose das três injeções. Em seguida, recebi uma ligação no celular. Do outro lado, a vozinha do meu pequeno, embargada pelo choro: "Mamãe, eu tomei injeção! Doeu muito!".

Deus não havia atendido às minhas orações. Depois de constatar isso, pus-me a rememorar toda a cena do dia anterior, e todas as ocasiões em que meu filho precisou tomar uma injeção de medicamento ou vacina dolorosos. Com os olhinhos marejados, ele sempre implorava para que o papai (o único capaz de segurar um garotão que resiste bravamente a uma agulhada) não permitisse que lhe furassem. Eu me lembrei do sono perturbado pelo medo e pela dor, e dos pedidos para nunca mais tomar injeções, que eu certamente não podia garantir atender.

Enquanto esse filme passava pela minha mente, por um instante eu me coloquei no lugar de Deus. Pensei em mim, diante do meu filho, como se fosse Deus diante de um dos Seus filhos, nesta terra. "Será que é assim com Ele, quando nós oramos pedindo algo que Ele já sabe que não poderá nos dar?!", eu me perguntei. "Será que Ele sofre assim, quando nós imploramos para Ele nos livrar da dor e Ele tem que nos responder: ‘É para o seu bem!’?!".

Até aquele momento eu nunca havia pensado em como uma dor permitida ou até provocada por Deus poderia contribuir para o meu bem. Principalmente uma dor prolongada no tempo. Então eu passei a analisar a situação do meu filho: 14 dias de um antibiótico que não eliminou a sinusite. Depois, mais 6 dias de um antibiótico que acabou causando diarreia, vômito, fraqueza e coisas mais. Em seguida, três doses muito dolorosas de um outro medicamento, que, numa criança de cinco anos que sempre teve problemas com agulhas, causava, além da dor da aplicação, ansiedade, medo e insônia. Mas a sinusite precisava ser curada, ao mesmo tempo em que o mal estar de um medicamento anterior precisava ser remediado. E o jeito era esse.

Foi a partir daí que constatei que nada muito diferente disso deve acontecer nas nossas vidas, quando Deus permite que experimentemos um sofrimento prolongado. No que diz respeito aos tratamentos divinos, nós não podemos antever – pelo menos, não com muita clareza – os resultados desses tratamentos. Mas, durante o processo (normalmente doloroso), nós devemos nos lembrar de que, exatamente como acontece em todo tratamento médico, o objetivo é a cura, e não a morte.

Durante o processo, nossa fé precisa levar-nos à lembrança de que o Deus que nos mantém sob o sofrimento é o mesmo que está junto de nós, para nos apoiar na dificuldade e garantir que tudo vai dar certo, no final. Convencidos disso, num exercício diário dessa mesma fé, precisamos avançar, mesmo quando a dor for insuportável e, ainda assim, Deus responder ao nosso clamor com um "Aguente firme!", sinalizando que, naquele momento, não vai fazê-la passar.

Firmes na esperança do socorro, precisamos crer que Deus está conosco e, enquanto permite o sofrimento, carrega-nos no colo e consola nossos corações com a certeza de que entende nosso desespero e de que nos ajuda a suportar a aflição em Sua poderosa companhia... até o momento em que o sofrimento terá acabado, a dor terá ido embora e a nossa "saúde" terá sido totalmente restaurada!
Belo Horizonte - MG
Textos publicados: 23 [ver]

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.