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Palavra do leitor

Lentes distorcidas

A ideia de que o ser humano existe para si mesmo está enraizada nas lentes de nossa época, como nunca esteve em qualquer outra. Vivemos a plenitude da cultura antropocêntrica – centrada no homem.
A religião que mais ganha seguidores chama-se humanismo. Nela o homem é adorado, cultuado em todos os seus aspectos. Os templos para tal culto são vários, passando por shoppings centers, universidades, até construções religiosas das mais variadas denominações. O que há em comum no discurso apresentado nas lojas de departamento e aquele apresentado nos postulados acadêmicos, bem como nos cultos assumidamente religiosos? Tudo existe para o deleite humano – roupas, sapatos, joias, carros, casas, comidas, bebidas, belezas, conhecimentos, preces, milagres, deuses: tudo para agradar e satisfazer humanos!
A beleza do corpo é exaltada ao ponto de muitas pessoas gastarem a maior parte de seus recursos para cultuá-la. As habilidades humanas são igualmente adoradas. Artistas, atletas, cientistas, e todos os tipos de profissionais são amplamente aclamados como merecedores de toda honra e glória por seus maravilhosos feitos. Para aqueles que, eventualmente, duvidam de sua própria capacidade para a glória, discursos de gurus religiosos tanto quanto de especialistas com formação em universidades, são proferidos para convencer esses pessimistas que eles tudo podem, só precisam acreditar em si mesmos.
Frases como "A felicidade só depende de você", "o futuro está em suas mãos", "sonhe grande e trabalhe por seu sonho", "só você pode transformar seu sonho em realidade", "faça sua vida valer a pena", "você é especial", não estão apenas nas postagens de facebook e compartilhamentos de whatsapp, mas estão nos gibis, nos livros, nos desenhos animados, nas novelas, filmes, propagandas, nos apelos religiosos. É só ligar a TV, abrir um livro, uma revista, uma página da internet, ouvir a conversa na sala de espera do dentista, ouvir uma música, os conselhos do médico, do psicólogo, do professor, do guru... Todos (raras exceções) estão dizendo basicamente a mesma coisa: Você é deus, acredite em seu potencial, pense positivo, tudo depende do seu querer, você pode tudo, viva para si, compre coisas que o deixem feliz, faça uma viagem para o seu prazer, faça um tratamento estético para sentir-se melhor – ou então aceite seu corpo (fora dos padrões) contanto que consiga sentir-se realizado com você mesmo – faça qualquer coisa que te deixe feliz, case-se para sentir-se realizado, separe-se quando o seu parceiro não te fizer feliz, não se importe com o que os outros dizem, siga seu coração, busque o seu prazer, pois sua felicidade é o objetivo da existência!
A evolução dos meios de comunicação contribui para difundir o discurso humanista. Nenhuma ideologia conseguiu conquistar a humanidade, de forma tão endêmica, quanto esta. O problema é que ela distorce a realidade, para fazer o homem crer que é mais do que de fato é. O resultado é a idolatria de si mesmo e a construção da vida sobre bases que não podem ser sustentadas. Talvez isso explique porque nossa sociedade está cada vez mais doente das emoções.
Na medida em que o humanismo ganha terreno em nossas mentes, mais suscetíveis às doenças emocionais nos tornamos. Pois, quanto mais humanistas, mais queremos viver para nós mesmos, mais desejamos ser importantes e sofremos com a constatação de nossa insignificância e da impossibilidade de encontrar satisfação na auto realização – mais neuróticos nos tornamos, tateando futilidades para dar sentido à vida. Tentar dar à vida qualquer outro sentido que não aquele para o qual o Criador a projetou, é perdê-la. Quem tentar ganhar a própria vida vai perdê-la, necessariamente; quem perdê-la, entregando-a ao Criador, vai ganhá-la. Então, existem duas maneiras de viver: para Deus ou para si. A nossa cultura insiste em dizer que o certo é viver para si. A Palavra de Deus nos informa que fomos feitos para viver para Ele.
Livre, pelo conhecimento da Palavra de Deus, posso cumprir o propósito para o qual fui criada. Livre da cegueira do meu tempo, do peso de tentar ser o que não sou, posso encarar quaisquer circunstâncias, inclusive o fracasso do ponto de vista humano, a pobreza, a doença, a feiura, o anonimato, a velhice e a morte, sem protestos, sem alardes, sem entrar em pânico. Pois quem reconhece que o seu lugar no mundo não é o de Deus, entende que as cortinas do palco podem se fechar sem nenhuma expectava de aplausos pra si mesmo. Assim como a rosa pode exaltar a Deus, com sua beleza, para murchar em seguida, sem dramas, sem reivindicar a glória da existência pra si, posso viver para glorificar aquele que sustenta toda a vida.
Quando me encontro no verdadeiro Deus, descubro que meus sonhos são vãos, meus desejos detestáveis, minha baixa autoestima não passa de desgosto por constatar que não sou tudo o que acho que mereço ser...
Taguatinga - DF
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