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Palavra do leitor

Jesus foi jovem, mas não foi simplório

A nossa geração é a geração das perguntas. Os absolutos e inquestionáveis não fazem parte da experiência jovial. A juventude cristã tem sede de conhecimento, deseja respostas para suas perguntas. Jesus também era assim, mesmo que seja com mestres da lei, Jesus sempre perguntava. Aliás, essa é uma das caracterizas mais expressivas de Jesus em todo seu movimento, ele vivia em constante indagação. Muitas pessoas faziam perguntas a ele com a intenção de pega-lo, mas sempre rebatia com outra pergunta. Jesus tem consciência que o processo do conhecimento sempre inicia com perguntas.
Vamos observar o texto: “Depois de três dias o encontraram no templo, sentado entre os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas” (Lc 2,46). Jesus era um jovem aberto ao diálogo, não se escondia das pessoas, mesmo quando iniciou seu ministério teve pouco momentos de solidão, a maioria foi junto do povo ensinando e perguntando.
Os mestres da lei eram os rabinos, aqueles que se dedicavam em estudar a tradição judaica e transmiti-la ao povo. Eram um grupo de homens muito respeitado pelos judeus, as pessoas os tratavam como peritos da bíblia hebraica. Dialogar com um mestre da lei era uma experiência de admiração, vislumbrava o interesse de quem quer que fosse em conhecer os mandamentos de Deus. É interessante que o lugar onde o diálogo de Jesus com os mestres da lei acontece foi no templo, ou seja, na experiência do lugar sagrado. Quem disse que o templo é um lugar de pessoas mudas? Ignorantes? Entendo que muitos problemas relacionado a Igreja na atualidade também passa pela problemática da hierarquia. Ora, por que? A experiência hierárquica da Igreja não pode ser uma relação de poder sem humildade e compaixão. A Igreja e seus líderes precisam compreender que fazem parte do povo de Deus, o povo não pode ser visto simplesmente como um rebanho, mas como irmãos construtores da comunidade de fé. Observe novamente o texto, Jesus está dialogando com mestres da lei, isto é, homens “altos” em suas posições no judaísmo, no entanto, isso não impediu que as perguntas fossem feitas. Eles falavam e Jesus também se pronunciava, sendo assim uma verdadeira troca de ideias.
Existe uma distância entre os pastores, doutores e mestres com relação a juventude cristã que não podemos aceitar. Muitos pastores se sentem como donos da verdade bloqueando qualquer dialogo com aqueles que pensam ao contrário deles, os doutores e mestres da Igreja assumiram um discurso tão conservador e elitista, cujo os jovens nem compreendem. Por exemplo: congrego na Assembléia de Deus ministério do Belém, confesso que nunca apertei as mãos do pastor presidente. Muitos jovens me disseram que dificilmente tem acesso ao pastor setorial. Então me pergunto: Por que essa distância? Também me pergunto sobre as palestras que são dadas por mestres e doutores aos jovens, cuja a principal ideia é: não faça isso porque é pecado, não, não, não e não. Os temas mais relevantes sobre a situação da juventude hoje são descartados por eles. Por acaso não seria relevante discutir sobre a gravides na adolescência? Jovens cristãs que sofreram e sofrem abuso sexual? Sexo antes do casamento? Sobre está última pergunta, a resposta sempre será pecado, isto é, sexo antes do casamento é pecado, mas porque não abrir o debate e ouvir os jovens com relação a isso? O que entendem por pecado? O que fazer com aqueles que estão na Igreja, mas tem uma vida sexual ativa? Vamos apenas dizer pecado, pecado, pecado e pecado, e não leva-los a um conhecimento mais amplo disso? Para alguns isto pode ser exagero, mas é o que acontece, essa é a realidade da juventude cristã.
O texto de Lucas não expõe o que Jesus dialogou com os mestres da lei, mas uma coisa podemos observar, ele tanto ouviu como falou. A Igreja não pode roubar o direito dos jovens de perguntar, precisamos perguntar, vivemos de perguntar. Jesus perguntava porque gostaria de saber mais, por isso não vejo as perguntas da juventude simplesmente como perguntas maldosas de rompimentos, mas porque desejam conhecer melhor aquele determinado assunto ou problema.
A hierarquia da Igreja precisa ouvir os jovens, aliás, não apenas jovens, mas todos. Como estamos tratando especificamente sobre os jovens, apelo para que a liderança evangélica os ouçam. Olha só o que Lucas escreve:“Todos os que o ouviam ficavam maravilhosos com o seu entendimento e com as suas respostas” (Lc 2,47). Como assim? Pois é, aconteceu algo que parece mentira, mas os mestres da lei aceitaram as respostas de Jesus e se maravilharam. Aqui temos um princípio sendo expresso: a reciprocidade do diálogo. Jesus não deixou a desejar, dialogou com mesmo nível e foi capaz de despertar admiração.
Sao Paulo - SP
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