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Palavra do leitor

Em tempos de folia, mais do que nunca, Deus não é necessário

‘’Se digo acreditar em Deus, deveria me perguntar se o vejo necessário, dentro de uma realidade, com suas contingências e oposições, porque se assim o for, com certeza, a maneira como me relaciono com o próximo, sempre virá movida pelo respeito e pela dignidade. ’’

O carnaval se esparrama, por todos os cantos e recantos do país, desde os desfiles das escolas de samba, a toda uma diversidade de blocos de rua e trios elétricos.

De certo, para uma parcela pra lá de significativa da sociedade, são dias de, expressamente, colocar os vazios e as obscuridades do momento, de lado, e deleitar – se, extravar, ir a forra e a desforra. Em tudo isso, sem nenhuma intenção de adentrar numa narrativa do pecado, de uma geração decaída, de uma sociedade embriagada pelo hedonismo, sem freio e parâmetro, ouso questionar sobre se Deus, há muito tempo, não deixou de ser necessário, embora, ainda, muitos dizerem acreditar no mesmo?

Aliás, isto me leva ao modo, como nos cristãos, temos observado o andar da carruagem, atualmente, vivenciado em muitos arraiais denominados de cristãos?

Sem sombra de dúvida, o chamado de Cristo não nos desafia a uma liderança voltada ao serviço promotor de beneficências, de ir a direção do por qual motivo não (não pode ser diferente), de arriscar pelas trilhar de fazer o que é certo (sem descambar num emaranhado de doutrinas, de dogmas, de pressupostos teológicos desencarnados, de uma fé desalmada, de uma espiritualidade anêmica, raquítica, cambaleante, sem nenhuma incursão a arte, a estética, as nuances de uma transcendência que me leve ao próximo?).

Tristemente, no escoar da quarta-feira de cinzas, as plumas e paetês farão parte de mais um acontecimento, e todos retornarão para suas inquietudes e incertezas.

Nisso tudo, devo, novamente, insistir, sobre se Deus tem sido necessário, em nosso dia a dia, ou, lamentavelmente, o limitamos a uma espécie de quebra-galho, um tapa buraco, um amuleto, uma tentativa a ser feita e nada mais?

Vou adiante, em nossos atos e práticas o concebemos como uma figura ofuscada pela realidade crua e nua, com suas durezas, com suas perdas, com suas falências, com suas calamidades, com suas mazelas, com suas abominações e, por isso, nem sequer se faz necessário, mas, somente, o mantemos, em função de ser parte de uma cultura ocidental de séculos, de ser bem visto?

Ora, advogo em prol de uma relação com Deus, por onde somos orientados a assumirmos nosso papel, nossa liberdade e responsabilidade, diante de um cenário de rupturas, desigualdades, de uma sociedade adoecida e confusa, com o intuito de ajudar e amparar, ao invés de afundar, de soterrar, de arruinar. Afinal de contas, para muitos, como aceitar um Deus de tantas exclusões, dissenções, dicotomias, palco de divergências, meio de fomento para uma fé opressora e suicida?

É bem verdade, seria inocente e tolo, caso viesse creditar na instauração de um mundo ideal, agora, em Cristo Jesus, podemos andar uma légua a mais, dar a outra face, descer e estender as mãos, ouvir os esquecidos, os desiludidos, os atordoados, os alienados.

Não tenho a intenção de julgar e condenar, todavia, os períodos de evento carnavalesco, deparo – me com uma debandada de cristãos (e digo, de maneira alguma, repudio entreterem – se) que procuram os redutos do interior, das praias e sei lá mais o que, enquanto não conseguem separar sequer um dia para romper e irromper, doar – se em benefício de pessoas.

Deveras, as vezes chego a conclusão de Deus ser necessário para que, senão atender nossas ânsias por uma frenética cultura consumista de bênçãos e mais bênçãos, sem nos fazer seníveis a descer as escadas para quem está ao nosso lado?

Ouso refazer e dizer o perigo de estarmos dentro de um evangelho de tempos de folias. As folias das campanhas intermináveis, as folias de encontros casuais com uma graça de arremedos, com uma graça apequenada, com uma graça adaptada a símbolos e órfã da palavra.

Em outras palavras, o sacrifício de Cristo não se faz necessário para nos humanizar, nos conduzir a uma visão saudável, reconciliadora, restauradora, benéfica e libertadora da vida. O mais dantesco de todo esse desabafo, em tempos de tantas vozes sobre vida abundante, de lideres personalistas, parece que o Deus da Graça não se faz necessário, em nossa existência, substituído pelos atrativos de uma dimensão, cada vez mais, conformada e entregue a própria sorte.
São Paulo - SP
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