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Palavra do leitor

Desconfio desse Deus!

Desconfio desse Deus!

Evangelho de Lucas 20.28

‘’Nunca tivemos tantos acessos a informação, as chamadas inovações proporcionadas pela tecnologia digital que nos ofertam uma aparente conexão e interação, com o mundo, todavia, ainda assim, continuamos a fazer uma leitura do outro, dentro da perspectiva do que posso tirar, ao invés de: como posso e podemos cultivar uma bondade mútua!’’

Ah, durante esses dias, como desconfio desse Deus mais assemelhado a ser o carro chefe de toda essa papagaiada triunfalista, dessa panaceia tresloucada de promessas e mais promessas. Sim e sim, desconfio desse Deus, que parece brincar conosco, manipular nossa liberdade de escolha, submetemos – nos a uma ditadura de me faça olhar, para você, e ver se faz digno de uma benção.

Vou adiante, desconfio desse Deus de tribos, de nichos, destinado a todos os gostos e paladares. Sinceramente, desconfio desse Deus que necessita do diabo para mostrar, como se dissesse: olha, eu sou o que sou! Em poucas palavras, desconfio desse Deus evocador de uma suposta autoridade espiritual, por onde as pessoas são reduzidas a bonecos adestrados de lideranças a léguas de distância da Cruz de vida, de verdade e liberdade.

Dou mais pinceladas, desconfio desse Deus de predestinados, de profetas, de portadores da revelação, de figuras místicas e emblemáticas levantadas para cumprirem o sacrifício da Cruz. Estranhamente, desconfio desse Deus de campanhas e mais campanhas, de votos e mais votos, de orações fortes, de traçar quem se faz merecedor ou não. O mais drástico, nesse processo de desconfiança, desconfio desse Deus que necessita do diabo, que nos tira tudo, porque nos ama, nos lança doenças, catástrofes, tragédias, desgraças e infortúnios para, lá no fim, como se fosse num filme de hollywood, dá um jeito e resolver.

Verdadeiramente, desconfio desse Deus de dissenções, de oposições, de divergências, de interpretar o pecado a atos comportamentais, de não faça isso, aquilo e acolá; de um Deus que parece brincar de bem me quer ou vou abençoar ou mal me quer ou não vou abençoar. De observar, desconfio desse Deus legalista, fundamentalista, radical e que sufoca e não ouve; que aliena e não senta, ao lado; que amaldiçoa, porque alguém discordou, e não discípula.

Então, como não desconfiar desse Deus, sem o DNA do Deus ser humano Jesus Cristo, do Kairós para todos, do Deus que andou e anda pelas linhas e entrelinhas da vida e suas vicissitudes, ambuiguidades, tensões, incertezas, perdas e rupturas? Aliás, como desconfio desse Deus destinado a um povo, a uma nação, a uma raça, a uma pele, a um sexo, a uma etnia, a uma história, a um templo, a uma bíblia, enquanto o Deus das boas novas chama a todos.

Sei lá, desconfio desse Deus que não se lembra, não se importa, não telefona, não visita, não ampara e serve, não discípula e participa do acolher. Sinto – me cansado e desconfiado desse Deus sem arte, criatividade, imaginação, dança, ritmo, paixão e compaixão e mais ocupado com simpósios, encontros, movimentos, quando a verdadeira religião ou os valores mais nobres, supremos, inegociáveis e certos se configuram em ajudar ao outro.

Enfim, desconfio desse Deus de jejuns e mais jejuns, de orações nos montes, de mecanismos infindáveis para persuadi-lo e conquistar algo, dessa histeria tresloucada por, de alguma forma, demonstrar que somos merecedores da salvação, quando já nos foi concedido, em Cristo Jesus.

Por fim, desconfio desse Deus longe de Jesus, do Carpinteiro de sonhos e insistência pelo ser humano, do propagador da fé de gente para gente e se faz presente entre pessoas, se aproxima, por meio de pessoas, santifica e nos humaniza, sem a intenção de sermos perfeitos, mas imagem e semelhança de uma criação de liberdade, de relações vitais, de abraços que só acontecem, quando paramos para ouvir e sermos ouvidos, de palavras que curam, quando compreendemos que, no plano da salvação, todos somos iguais, ou seja, filhos e filhas.
São Paulo - SP
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