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Palavra do leitor

Corpo e consumismo

O parâmetro bíblico contido no binômio piedade/contentamento aliado ao

fato de a ressurreição de Jesus Cristo ter dignificado o corpo humano reintegrando-o à espiritualidade, juntamente com toda a criação, são referências pertinentes e importantes que demonstram a viabilidade de uma espiritualidade que contempla a integralidade da vida humana.

O crente do século XXI que vive nas grandes cidades, tem em suas mãos diretrizes que celebram a liberdade e a beleza da criação, sem contudo, subverter nem perder a perspectiva dos valores do Reino de Deus. Viver a piedade cristã com uma atitude de contentamento, não é alienação nem muito menos acomodação. Não é exaltar os que têm pouco, nem assumir um discurso moralista contra os que têm muito. Nem esconder-se atrás da mediocridade e da preguiça e sentir-se justificado por não possuir muito. Não é ter que afastar-se dos grandes centros urbanos onde a ética e a moral se tornaram objetos de retórica popular, e onde a espiritualidade é confundida com religiosidade. Não é viver uma vida de desleixo e complexos por causa da vergonha e falta de coragem de encarar a realidade de que temos maltratado o objeto principal que Deus nos deu para viver: nosso corpo. Tampouco é subverter prioridades e entregar-se por inteiro na obsessão de se possuir um “corpo-midiático”. Também não é - porque se teve a oportunidade de nascer e viver em um contexto social elevado - esquecer-se dos que nada têm, vivendo em um mundo onde só as demandas pessoais contam. Viver a piedade cristã com contentamento, nas grandes cidades, é um desafio que pouquíssimos estão dispostos a realizar. Tem sido uma tarefa árdua encontrar o “trigo” no meio do “joio”, nos dias de hoje. Mesmo porque há muito “joio” se parecendo com “trigo”. Mas, viver uma espiritualidade integral, ou viver pelo Espírito (expressão bem conhecida do meio evangélico) não é uma louvável opção de vida com Deus que o crente possui. Da mesma forma, a vida pelo Espírito, ou a espiritualidade integral não está baseada em uma escolha ética ou moral. Viver pelo Espírito não é optar por uma vida mais virtuosa. Mais do que isso, é o meio possível, a via única, criada, idealizada por Deus, e por isso sublime, de vida na presença de Deus.

Nesse sentido, viver uma espiritualidade que contempla a integralidade da vida humana se compara e se aproxima da própria experiência da conversão. Não é uma escolha pessoal, baseada em uma análise racional das possibilidades existentes. Ou seja, eu tenho “esse, esse e aquele” tipo de espiritualidade e então eu escolho o que me convém. 

A espiritualidade caminha em outro sentido, ou, por assim dizer, acontece em uma outra dimensão, que não tem no pensamento cartesiano seu referencial absoluto. É um evento, histórico e ao mesmo tempo contínuo. Uma experiência existencial. Um acontecimento. É a injunção do Reino de Deus na minha história. É o natural sendo revestido pelo sobrenatural, ou sendo habitado por ele. É uma experiência a-crítica, não-pensada, não-imaginada, não-previamente-desejada, não-idealizada, não-trabalhada e por isso, não-conquistada. Antes, recebida. De graça dada. Não optamos pelo Cristianismo porque o achamos um sistema religioso mais interessante, coerente e virtuoso do que os outros. Não foi uma escolha consciente baseada em análise das possibilidades que tínhamos à disposição, como por exemplo: De um lado eu tenho o Cristianismo, do outro o Budismo e do outro o Espiritismo, e assim por diante. Não! 

Antes, tivemos um encontro com amor de Deus, e por isso nos tornamos cristãos. Da mesma forma que não há viver, hora pelo Espírito, hora não (Rm 8:9). Da mesma forma como não há um “entra e sai” do Espírito, ou no Espírito. Ou um botão de liga, desliga. Da mesma forma que o que há é o Espírito de Deus habitando em nós, após recebermos a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas, da mesma forma, não há a possibilidade de seguirmos vivendo uma espiritualidade destituída de piedade e contentamento, e que vê a existência humana a partir do evento da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Caso contrário, o que temos não pode ser chamado de espiritualidade cristã, mas de religiosidade ou outro nome que se queira dar. Essa verdade é fundamental. Ela desfaz a “mística” de uma “espiritualidade” que faz da espiritualidade cristã uma paródia e transforma uma espiritualidade fragmentada, de momentos (culto, oração), em uma espiritualidade integral. A partir daí a vida é um culto, e todos os momentos, oportunidades únicas de se refletir o caráter e o amor de Deus. Isso redime toda a criação, pois redime o homem e a mulher em primeiro lugar, restaurando o aspecto palpável da espiritualidade. A partir daí, nossos atos e intenções contam mais do que antes. A partir daí, tudo faz sentido; o ser humano inteiro, em toda a sua dimensão, corpo, mente, alma, emoções, afetividade tudo, como uma unidade, em plena comunhão com toda a criação, pois redime o homem e a mulher em primeiro lugar.
Niterói - RJ
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