Palavra do leitor
- 13 de novembro de 2017
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Coração Aquecido
O dia 24 de maio é, para a Igreja Metodista, uma data valiosa pelo seu conteúdo. John Wesley teve uma experiência com a Palavra de Deus como nunca tivera antes, ao ouvir a leitura do comentário de Martinho Lutero ao livro de Romanos, capítulo primeiro, exatamente quando se lia acerca dos versos 16-17:
"Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé".
À noite, embora sem muita vontade, Wesley foi à reunião na Rua Aldersgate. O que aconteceu naquele encontro foi a chamada Experiência do Coração Aquecido. Nela, Wesley encontrou aquilo que tanto desejara, um novo rumo para sua vida, a transformação de sua religião de temor numa religião de amor. Como dizia, relembrando a Parábola do Filho Pródigo, passou da condição de escravo a filho. Devido às palavras do diário de Wesley em 1738, quando fora àquela reunião de estudo bíblico em Londres, na rua Aldersgate:
"Cerca das oito e quinze, enquanto ouvia a preleção sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me havia salvado da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma maneira especial, me haviam perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia em meu coração".
O importante de tudo é percebermos que a experiência de Wesley pode ser a de cada um de nós em um dia normal de nossas vidas, como o fora para ele. O que John Wesley fez foi simplesmente esquecer um pouco todos os afazeres que tinha com o trabalho, com a igreja e com a universidade, e ir a uma reunião para ouvir Deus falar com ele em Sua Palavra. Sem correrias, sem preocupações, sem pressa de ir embora para fazer isso ou aquilo. Ele entrou em contato com a Bíblia e sua reflexão como nunca fizera antes. E isso fez toda a diferença.
Quando ouço programas de rádio ou televisão ensinando técnicas de oração e realizando campanhas sucessivas de como receber o que desejamos de Deus, lamento que o esforço de heróis da fé escorra na sarjeta de um paganismo disfarçado. Tantos movimentos evangélicos atuais não podem mais falar da graça sem muitos senões. Pregadores bem-sucedidos não são aqueles que atraem multidões, mas aqueles que sabem explicar a justificação de pecadores pela graça.
Wesley foi dono de um currículo invejável. Tudo o que fez, entretanto, poderia ser resumido nestas palavras: ele foi apenas um homem à frente do seu tempo. Rompeu paradigmas, amou os excluídos e pregou a graça. Viveu apaixonadamente, anunciando a mensagem que mais admirava: o Calvário. Seu legado não apenas enriquece, como também pode ajudar-nos a viver o cristianismo com o coração aquecido.
"Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé".
À noite, embora sem muita vontade, Wesley foi à reunião na Rua Aldersgate. O que aconteceu naquele encontro foi a chamada Experiência do Coração Aquecido. Nela, Wesley encontrou aquilo que tanto desejara, um novo rumo para sua vida, a transformação de sua religião de temor numa religião de amor. Como dizia, relembrando a Parábola do Filho Pródigo, passou da condição de escravo a filho. Devido às palavras do diário de Wesley em 1738, quando fora àquela reunião de estudo bíblico em Londres, na rua Aldersgate:
"Cerca das oito e quinze, enquanto ouvia a preleção sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me havia salvado da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma maneira especial, me haviam perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia em meu coração".
O importante de tudo é percebermos que a experiência de Wesley pode ser a de cada um de nós em um dia normal de nossas vidas, como o fora para ele. O que John Wesley fez foi simplesmente esquecer um pouco todos os afazeres que tinha com o trabalho, com a igreja e com a universidade, e ir a uma reunião para ouvir Deus falar com ele em Sua Palavra. Sem correrias, sem preocupações, sem pressa de ir embora para fazer isso ou aquilo. Ele entrou em contato com a Bíblia e sua reflexão como nunca fizera antes. E isso fez toda a diferença.
Quando ouço programas de rádio ou televisão ensinando técnicas de oração e realizando campanhas sucessivas de como receber o que desejamos de Deus, lamento que o esforço de heróis da fé escorra na sarjeta de um paganismo disfarçado. Tantos movimentos evangélicos atuais não podem mais falar da graça sem muitos senões. Pregadores bem-sucedidos não são aqueles que atraem multidões, mas aqueles que sabem explicar a justificação de pecadores pela graça.
Wesley foi dono de um currículo invejável. Tudo o que fez, entretanto, poderia ser resumido nestas palavras: ele foi apenas um homem à frente do seu tempo. Rompeu paradigmas, amou os excluídos e pregou a graça. Viveu apaixonadamente, anunciando a mensagem que mais admirava: o Calvário. Seu legado não apenas enriquece, como também pode ajudar-nos a viver o cristianismo com o coração aquecido.
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