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Palavra do leitor

Cinquenta Tons de Cinza e Cantares de Salomão

Cinquenta Tons de Cinza e Cantares de Salomão

‘’Não há nada, mais nada mesmo, mais sublimo do que ser humano, mas, infelizmente, insistimos em negar isso!’’

Memórias
ao abrir as memórias,
vasculhei, vasculhei
e não a encontrei;

queria de volta:
a quietude,

perceber o pulsar dos ponteiros
e ainda sentir, mesmo que fosse as sobras,
do encontro entre o tempo e o espaço,

bem aqui:
no meu universo que chamo:
quarto:
essa testemunha de minhas ilusões,
de minhas conquistas que não saíram do papel,
de minhas dissoluções que permaneceram soterradas.


A estréia do filme, inspirado no livro cinqüenta tons de cinza, já tem acarretado um burburinho de comentários. Sem querer levantar a bandeira de um discurso puritanista, longe de qualquer pieguice, parece haver uma perda hemorrágica da docilidade, da alegria, do ser livre na sexualidade. Tristemente, deparamo – nos com a mais completa e inexorável cultura da banalização, do barateamento e da boçalidade do sexo e da sexualidade. Em meio a uma busca por pertencer a uma realidade narcisista, a uma ética utilitária e individualista, vale de tudo para ser aceito e reconhecido. Não importa, numa estampada objetificação do ser, o corpo é meu e faço o que bem entendo. Nada mais e nada menos! Quão estranho representa o badalado Séc. XXI, sugado, a cada dia, pela poluição das imagens, dos sons, das maquiagens e, enfim, sempre a procura de algo, mesmo que seja recondicionado. Sinceramente, cinqüenta tons de cinza, de certo, pinta as linhas e entrelinhas de uma visão do sexo, como uma colossal descoberta. Tudo indica que os cinemas terão um fluxo de pessoas considerável; mesmo assim, acredito numa sexualidade que não esteja presa a essa sede por manipular, usar e depois descartar. Em direção oposta, no encontro dos olhares, no escoar das peles, no encontro intenso e terno dos lábios, em diluir – se na cadência dos cabelos, sentir a pulsação do ente querido, desatar as cordas de uma violência para alcançar uma satisfação hormonal e mais nada. Parto dessas palavras e me reporto a Cantares de Salomão, ao qual exemplifica um tecer de fios voltados a gestar uma alegria, um êxtase, uma inocência que pode ser reencontrada, uma lembrança que proporciona um ânimo, uma condição de vivenciar a descoberta do corpo (e a Graça nos concede essa vertente). Por ora, por qual motivo não ponderarmos num resgate simples, por mais loucura e mais absurdo que seja, de uma visão do sexo e de uma sexualidade alforriada, tanto dos caudilhos ditatoriais de uma narcisismo que submete pessoas a coisas quanto como de uma espiritualidade que, somente, deturpa uma dimensão tão primorosa da Criação?
São Paulo - SP
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