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Palavra do leitor

Ciência e fé: nenhum bicho de sete cabeças

‘’Não, não necessito de um deus assemelhado a um interventor, diante de minhas decisões e respostas cultivadas de arrogância, de ignorância e de egoísmo, para assumir o meu dever e o meu direito de escrever a vida, mas sim para me levar a compreender que o sacrifício da Cruz representa o encontro entre as pessoas. ’’

Vira e mexe, o tema ciência e fé salta da panela das discussões e posições, como pipocas estourando no óleo quente. Aliás, tanto os defensores de um encontro entre ambas quanto como seus mais ferrenhos opositores. Nessa esteira de provas, ouso elucubrar sobre a matéria, a partir da Conferência realizada, em 1940, por Albert Einstein, no encontro sobre Ciência, Filosofia e Religião, em 09, 10 e 11 de Setembro, ocorrido em Nova York.

Evidentemente, uma enxurrada de abordagens no que toca a essa questão não era nenhuma novidade; agora, em função de ser pautada por Einstein, a situação mudou, expressamente, de figura e dimensão. A grosso modo, o cerne dessa conferência fincou suas estacas na ideia do Deus pessoal, ao qual teve sua nascente de refutação, com a afirmação de ser algo oriundo da superstição primitiva e, por consequência, incoerente e incongruente a uma interpretação científica do oikos ou do mundo.

Atentemos o quanto Einstein pontuou uma negatória ao conceito do Deus pessoal e teve sua tese ancorada numa interpretação primitiva e perpetuada, através do desdobrar da história, com outros invólucros, entretanto, a léguas de distância de ser algo aceitável. Sem cessar suas pontuações, considerava a ideia do Deus pessoal uma ferramenta utilizada para todas as formas de interesses escusos, de justificações para notórias manifestações de desumanização, caso da escravização de povos, por exemplo, e as mais desaprováveis marcas de preconceitos e intolerâncias.

Vai adiante, rechaça, por completo, a ideia do Deus onipotente, onipotente e onisciente.

De modo semelhante, ataca, com veemência, a linha de ação de apregoadores da ideia do Deus Pessoal a fim de preencher os espaços não preenchidos pela ciência.

Verdadeiramente, o tema prosseguirá a acarretar toda uma abundância de palavras de aprovação e rejeição, principalmente enquanto estivermos diante de movimentos fundamentalistas, movidos por uma radicalidade moralista e segregadora, pela adultera e leviana aplicação do nome do Deus pessoal para obter e manter seus próprios idealismos.

Tristemente, povos acabaram subjugados, pessoas tratadas numa condição abaixo de animais (caso dos negros, no período do mais letal racismo nos Estados – Unidos; na dantesca e hipócrita segregação racial, na África do Sul; isto sem falar nos índios dizimados, nas culturas laceradas, no período da colonização ou estampada apropriação dos recursos dos povos conquistados pelos denominados europeus cristianizados, civilizados, cordatos).

Ainda hoje, bombas solapam multidões, famílias, indivíduos e comunidades, tudo em nome da fé, de idealismos convergido ao Deus pessoal. Mesmo assim, trilho por discordar de Einstein e lanço as redes nas águas de Isaías 40, em decorrência de enfocar a comunhão com o fundamento infinito e inegostável do viver, ou seja, do Cristo Ressurrecto. Na mesma sintonia, o texto de Romanos 8 nos leva a nascente desse infinito e inegostavél sentido, motivo e destino de viver, ou seja, a Graça do reencontro, pelo qual todos os povos, as tribos, as nações, os homens e mulheres, jovens e crianças, anciãos e fetos são retirados dos exílios da pós – modernidade, de uma geração, cada vez mais, imbuída de informações e aparatos de facilidades, mas indiferente a si mesma, ao próximo e a vida, com todas suas nuances.

É bem verdade, vivemos um momento de um símbolo de fé, de um Deus pessoal misturado a crendices e misticismos, ao qual não passa de um quebra – galho, de uns degraus acima de nós.

Em meio a tantas vozes, com a vocação de apontarem a direção, valho – me das palavras do filosofo alemão Shelling, ‘’apenas uma pessoa pode curar outra pessoa’’ e aqui vejo não haver uma cisão entre Ciência e Fé. Basta observar para a solidão que acompanha muitos casais, as angústias por uma salvação sempre na berlinda e o desespero do por qual motivo ser cristão envolve essa gangorra de altos e baixos.

Acredito, piamente, somos chamados a retornar ao Deus pessoal, a fé alforriada de ser uma energia para cruzadas triunfalista, para intermináveis batalhas contra falanges demoníacas (em intermináveis maldições hereditárias) e mais parecida em espelhar um criador objeto e sem conceber a ciência como um inimigo a ser levado a fogueira.

Eis o momento de aceitar as mãos estendidas do "vinde a mim", da Graça que cura nossas rupturas, por meio de pessoas (que trilham pelos enredos da ciência e também são merecedores dessa submersão ao viver), e não mitos, símbolos, objetivos, ideias.
São Paulo - SP
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