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Palavra do leitor

Barganhas financeiras e religião

Existem temas que há muito tempo geram polêmica. Sempre ouvi que seria sensato evitar discussões sobre futebol, política e religião, e em tempos de redes sociais, isso se mostra totalmente aplicável, se o objetivo é evitar discussões e aborrecimentos.
Hoje, porém, percebo que muitas dessas discussões se enquadram na política, podendo ter impacto na elaboração normativa. Por exemplo, quando se fala em futebol, é possível que, entre outros tópicos, sejam mencionadas questões sobre a compra de resultado de jogos para beneficiar apostadores, a CPI da CBF ou a Lei do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro - PROFUT (Lei nº 13.155, de 2015), que cria a Autoridade Pública de Governança do Futebol - APFUT, e seu Decreto regulamentador (Decreto nº8.642, de 2016).
A religião, parece-me, sempre esteve relacionada à política. Basta lembrarmos da influência da igreja sobre o Estado e das frequentes discussões sobre a laicidade do Estado.
Não tenho qualquer pretensão de esgotar o assunto, mas, nesse contexto, devo confessar que algumas questões têm chamado a minha atenção. Recentemente, vi uma transmissão em que um Pastor de determinada igreja dizia, no culto, para as pessoas entregaram, entre outros bens e caso não tivessem dinheiro, o carro, que poderia ser de R$ 10 mil, R$ 20 mil, R$ 100 mil ou R$ 500 mil. Isso seria uma prova de fé, como Deus fez com Abraão (Gn 22) e, após explicar durante o culto, o procedimento de entrega de chave e dos documentos, o Pastor prosseguiu dizendo que caso a pessoa realmente confiasse e desse seu carro à igreja, Deus daria à pessoa o que ela desejasse.
Se, por um lado, realmente acredito que Deus é soberano para fazer, segundo Sua vontade, tudo, inclusive proporcionando bens materiais, suponho, para dizer o mínimo, que essa forma de "exortação" foge dos ensinamentos bíblicos. É como se a pessoa fosse à igreja atrás de um investimento e não de Cristo. E, se for assim, infelizmente não consigo ver diferença entre um Pastor e um gerente de banco, que oferece um produto financeiro como forma de investimento para aumento do patrimônio (cumprimento das promessas de Deus pela fidelidade da pessoa), dependendo do aporte inicial realizado (valor do carro), com a ressalva dos graves riscos de o Pastor dar mostras de ser falso mestre (I Tm 6:3-11 e II Pd 2:1-21). Particularmente, no cenário contemporâneio, vejo como forma de indulgência. Gostaria muito de estar equivocado.
Acredito que é um privilégio participar do crescimeto e expansão do Reino, mas isso feito de coração e não por interesse. Da mesma forma, não me parece que a prosperidade financeira seja consequência do tamanho ou do valor da participação. Certamente, creio, teremos recompensa, que não necessariamente será aqui, neste mundo, e tudo isso de acordo com os propósitos do Senhor. Sei que a Bíblia expõe diversos exemplos de prosperidade (os próprios pratiarcas o foram. O que dizer de Salomão?), outros (dos quais o mundo não era digno), porém,foram torturados, apedrejados e mortos (Hb 12:35-38). De que vale ganhar o mundo e perder a alma? (Mc 8:36).
Infelizmente, por não haver a observância da Bíblia, tanto por algumas igrejas quanto por muitos Cristãos,não é tão raro ver notícias sobre desvios de dízimos e de pessoas acionando a justiça por fraudes. Na "cultura popular", já faz algum tempo, observam-se críticas que deveriam nos levar à reflexão. Nesse sentido, por exemplo, a música "Foi o D. Delegado que disse", de Bezerra da Silva termina assim: "Eu também prendi um pastor com a Bíblia na mão em um supermercado roubando".
Naturalmente, também na política já se observam os reflexos dessa realidade. Trecho da justificativa do Projeto de Lei nº 725, de 2015, que dispõe sobre registros financeiros de pessoas jurídicas de direito privado (de acordo com nosso Código Civil vigente, Lei nº 10.406, de 2002, essa é a natureza jurídica de igrejas), de autoria do Deputado Chico Alencar, PSOL/RJ, traz o seguinte teor: "se tem percebido nos últimos anos que algumas igrejas têm sido utilizadas por pessoas inescrupulosas, como pontos de lavagem de dinheiro ilícito e evasão de divisas".
Evidentemente, devo ressaltar que os apontamentos por mim realizados não significam que as igrejas que, em seus cultos, tenham determinado momento para pedir carro ou outros bens de seus membros cometam fraudes ou registros financeiros indevidos, ou que os pastores ou direção da igreja façam uso indevido dos recursos, à luz da legislação vigente. Os recursos, inclusive, podem ser efetivamente utilizados para a expansão do Reino. No entanto, não consigo deixar de questionar essa prática ou outras a ela semelhantes à luz da Bíblia, principalmente a ideia de troca ou de barganha que tem sido transmitida, em uma negociação com Deus por meio do chamado toma-lá-da-cá, que temos visto acontecer na esfera política em reiterados casos.
Estejamos alertas!
Só a Escritura,
Só Cristo,
Só a Graça,
Só a Fé,
Só a Deus a Glória
Brasília - DF
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