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Palavra do leitor

As raízes da violência

Pesquisa realizada em 4 universidades do Grande Rio e coordenada pelo Prof. Dalcy Angelo Fontanive, professor de Psicologia da UFF, abrangendo o consumo de álcool, cigarro, psicotrópicos, maconha, cocaína e heroína, constatou que o número de dependentes de drogas nessas universidades é de 29,3%, quase o dobro da média mundial, que é de 15%. A iniciação no consumo de drogas legais (cigarro, álcool e psicotrópicos) se dá mais cedo, entre 15 e 18 anos, enquanto que nas drogas ilegais (maconha, cocaína e heroína) se dá entre 18 e 21 anos. Em geral, os dois sexos consomem igualmente, mas no consumo de drogas pesadas (cocaína e heroína) o número de homens é maior. A maconha e a cocaína são consumidas dentro da própria escola por 41% dos universitários. Uma constatação assustadora é que o número de dependentes da maconha, 5,6%, é bem maior que o de dependentes do álcool, 3,6%.

O Ministério da Saúde informou que, no ano de 1997, os acidentes de trânsito provocaram a morte de 3.239 jovens entre 15 e 19 anos e de 4.577 jovens entre 20 e 24 anos, no Brasil. Isto representa, na primeira faixa, mais de 17% das mortes no trânsito no país, e na segunda faixa, mais de 18%. Na grande maioria dos casos, os acidentes de trânsito estão associados ao uso de bebidas alcoólicas ou drogas diversas. Bastam 2 a 3 copos de cerveja para o bebedor não alcoólatra perder a coordenação motora e, portanto, a capacidade de dirigir com segurança.

Um levantamento da Associação dos Comissários de Infância e da Juventude de São Paulo mostrou que o envolvimento de jovens da classe média com a criminalidade cresceu cerca de 80% de 1997 a 1999. Segundo os especialistas no assunto, isto é fruto de uma educação liberal que não impõe limites aos filhos, mas também da falta de valores morais e familiares, bem como da falta de um projeto de vida. Os sintomas mais evidentes deste problema nos adolescentes e jovens transgressores são a intolerância (acham-se sempre vítimas e têm comportamento destrutivo), isolamento (não têm amigos, não pertencem a um grupo), desrespeito (dão-se bem com os amigos e vão bem na escola, mas não respeitam os pais) e violência (são agressivos com os pais, com os vizinhos, com estranhos).

Segundo os últimos dados confiáveis, no Brasil ocorrem 40.000 assassinatos por ano, e este número é maior que a soma de todos os assassinatos ocorridos no mesmo período nos Estados Unidos, Canadá, Itália, Japão, Austrália, Portugal, Inglaterra, Áustria e Alemanha, que, juntos, têm cerca de 700 milhões de habitantes. Um em cada cinco jovens brasileiros que vivem nas maiores capitais brasileiras já viu o corpo de alguém que morreu assassinado. O índice de homicídios do Rio, que é de 69 mortes para cada 100.000 habitantes, é 4 vezes maior que o de Moscou, 9 vezes maior que o de Nova York e 23 vezes maior que o de Paris. Mais de 40% dos crimes acontecem em regiões onde vivem 17% da população, e cerca de 90% ocorrem em apenas 5% das ruas. Calcula-se que a cocaína ou o crack estejam por trás de 60% dos assassinatos. A quantidade de latrocínios, quando se mata para roubar, é de apenas 5 a 6%. Somente 2,5% dos crimes acabam em processos, mas nem sempre em condenação. Por outro lado, matéria recente mostrou na TV como muitos inocentes são condenados por crimes que não praticaram.

A violência cresceu de maneira assustadora em nosso país, porque tem raízes profundas. Sabemos que uma planta só cresce quando lança muitas raízes. E algumas raízes da violência não são de hoje. Outras são. É preciso pensar sobre estas causas da violência, para chegar à sua solução. Vejamos as principais.

1. A primeira raiz da violência é a agressividade natural do ser humano. A Bíblia diz que “não há justo, nem sequer um”, “todos pecaram”, que os homens “não conheceram o caminho da paz” e “seus pés são ligeiros para derramar sangue” (veja Rm. 3:9-26). A agressividade vem do pecado, que degenerou o homem de tal modo, que, mesmo quando ele quer fazer o bem, acaba fazendo o mal (Rm. 7:18-25). É o pecado que nos faz reagir com violência imediatamente a qualquer ofensa, injúria ou agressão, sem pensar nas conseqüências que nossa reação trará (Gn.4:23,24). Somente Jesus pode libertar o homem desta triste condição. “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (Rm. 8:2).

2. A segunda raiz da violência é a desigualdade social. A Bíblia tem mensagem clara e contundente a respeito: “Porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos. Pisam a cabeça dos pobres no pó da terra, pervertem o caminho dos mansos” e “não sabem fazer o que é reto aqueles que entesouram em seus palácios a violência e a destruição” (Am. 2: 6b e 7a; 3:10). O Brasil tem 50 milhões de pobres e 21 milhões de indigentes. Os 10% mais ricos detêm 50% da renda total brasileira, enquanto que os 50% mais pobres detêm apenas 10%. Esta situação, que em si mesma já é uma tremenda violência, produz mais violência. Está amplamente provado que a miséria é a maior geradora de violência.

3. A terceira raiz da violência é o isolamento e a competitividade predominantes na sociedade moderna. As relações comunitárias estão se extinguindo, estamos todos tornando-nos estranhos e até inimigos uns dos outros. Mais do que nunca é verdade a palavra do profeta: “Não creais no amigo, nem confieis no companheiro” (Mq. 7:5a). É como disse o personagem de certo filme: “Próximo para mim, é aquele que deseja tomar o meu lugar, e portanto eu não posso amá-lo”. Competimos por emprego, por vaga na escola, por um lugar para estacionar, por um lugar em qualquer fila e até por um produto mais barato no supermercado. Infelizmente não aprendemos o ensino de Paulo: “Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo, visando o que é bom para a edificação” (Rm. 15:2).

4. A quarta raiz da violência é o ambiente familiar desordenado. Lares que não estabelecem limites para os filhos, acabam produzindo uma geração de gente violenta, que costuma brigar em qualquer lugar em que se reúna, praticar pequenos furtos, consumir e traficar drogas, e até agredir os pais. Uma especialista em tratamento e prevenção de drogas afirmou ao jornal “O Globo” que a violência do adolescente é o resultado de um longo processo de descaso e de permissividade dos pais e do ambiente onde ele vive. Há pais que são péssimos exemplos para seus filhos, chegando até mesmo a iniciá-los na prática de vícios e atos imorais e ilícitos. Por muitas razões, os pais se “ausentaram” da vida dos filhos (ou se fizeram “presentes” da maneira errada) e a conseqüência disso é a plena atualidade da Palavra de Deus: “Os inimigos do homem são os da sua própria casa” (Mq. 7:6).

5. A quinta raiz é a verdadeira “educação para a violência” feita hoje através da televisão, dos video-games e da Internet. Os jovens brasileiros que cresceram assistindo TV, já viram mais de 10 mil cenas de assassinatos nos diversos programas desse meio de comunicação. A imensa maioria dos video-games é constituída de simulações de combates entre inimigos terríveis, em que a vitória é sempre de quem destrói mais adversários. Na Internet, qualquer pessoa pode ter acesso a informações sobre armas, instruções sobre como praticar atos terroristas e fabricar bombas para matar pessoas, instruções sobre como suicidar-se, descrição de atos de sadismo e masoquismo, etc. A Bíblia diz: “Não deixe o mal conquistar você, mas use o bem para derrotar o mal” (Rm. 12:21, Versão da New English Bible).

6. A sexta raiz da violência é constituída, irônicamente, pelas ações equivocadas “contra a violência”. Com o fim de defender-se da violência, cidadãos aparentemente pacíficos compram armas de fogo no mercado clandestino explorado por traficantes e contrabandistas, mulheres freqüentam academias de tiro, para aprender a matar, e outros criam cães que são verdadeiras feras assassinas, que matam seus vizinhos e seus próprios familiares. E ainda outros mandam seus filhos para escolas de artes marciais como o jiu-jitsu, e esses jovens, na falta dos “supostos” inimigos dos quais deveriam defender-se, acabam por extravasar sua agressividade contra qualquer um, que por qualquer razão, não os agrade. A Bíblia avisa que o homem mau “cairá na cova que fez... e a sua violência descerá sobre o seu crânio” (Sl. 7:15,16).

7. A sétima raiz da violência é o senso de impunidade, e até mesmo de inimputabilidade, que tomou conta dos transgressores. Explicando melhor: por um lado, há os que, sabendo da incompetência e corrupção da polícia, e da morosidade e corrupção da justiça, tornam-se cada vez mais ousados, certos de que não serão pegos nem condenados; por outro lado, há os que têm uma aguda percepção dos seus direitos, mas uma frouxa consciência de seus deveres, nunca se considerando culpáveis pelas suas ações. Podem - por exemplo - saquear supermercados e queimar ônibus e jogar a culpa sobre a polícia, o governo, e tantos outros. A Bíblia, entretanto, diz que o homem é inescusável e que Deus retribuirá a cada um segundo as suas obras (veja Rm. 2:1-16). Cada um de nós será devidamente responsabilizado pelas suas próprias transgressões (Ez.18).

8. A oitava e última das raízes da violência que queríamos mencionar é a omissão dos cidadãos diante da mesma. Parece que as pessoas se deixaram “anestesiar” moralmente, suas consciências ficaram “dormentes” por presenciarem tantos atos de agressão aos mais elementares direitos humanos, de verem seus esforços anulados pela incompetência, omissão ou corrupção das autoridades, de assistirem o triunfo dos iníquos e a opressão dos humildes. Mas também, por se sentirem ameaçadas pelo poder dos criminosos, que, na sua audácia, chegam a dominar comunidades inteiras, sob um regime de terror. Mas Jesus nos ensinou que não nos podemos calar diante das injustiças: “Bem-aventurados os que têm fome e sede justiça, porque eles serão fartos” (Mt. 5:6).

Diante de um quadro tão negativo, certamente paira em cada coração a pergunta: O que fazer? No que dissemos até agora foram citadas muitas passagens bíblicas que, por si só, já constituem uma resposta. Porém, creio que a maior de todas as respostas está em Jesus Cristo que, como Paulo nos diz, “se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau” (Gl. 1:4). O verbo aqui traduzido por “livrar” aparece esta única vez no Novo Testamento e sugere, não o livramento de um ambiente hostil, mas o triunfo sobre ele. Jesus é aquele que nos dá a vitória sobre um mundo perverso, que jaz no maligno (Donald Guthrie, “Gálatas - Introdução e Comentário”, Ed. Vida Nova, SP, 1992). Diante de uma era dominada pela maldade, só nos resta viver pela fé no Cristo vivo e poderoso, e “vencer o mal com o bem”, pela prática da justiça que vem através desta fé e do amor que evidencia esta mesma fé (I Jo.5:5).
Rio De Janeiro - RJ
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