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Palavra do leitor

Alguém viu Deus, por aí?

‘’Desde minha caminhada no evangelho, ouvia a vontade de Deus como um ato de interferência e intervenção, mais parecida com uma figura submergida numa conflito de bem me quer e mal me quer, pelo qual distribuía e, para muitos, parece distribuir sorte e azar; sinceramente, opto pela vontade consumada, ali, na Cruz, que sedimentou toda remissão da humanidade e, logo, não há mais lugar para uma espécie de compensação, por ter nos ajudado, porque o fez, simplesmente, por uma decisão de nos acolher.’’


Alguém viu Deus, por aí? O título sugestivo traz um toque de provocação, de mexer com as cadeiras das conveniências, de remover certas máscaras de um Deus protagonista ou indiferente a todo um emaranhado de calamidades, de desgraças, de monstruosidades. Mais recentemente, os efeitos do Furacão Irma, do terremoto, no México, do esparramar da violência no Rio de Janeiro e, enfim, de um mundo, embora com todo uma abundancia de avanços tecnológicos e científicos, ninguém parece se compreender. Então, será a mão de Deus para punir a humanidade? Ora, tinha de ser apenas uns e outros não? Cadê as afirmações, conforme descrito na bíblia, ao qual os justos floresceram e prevaleceram?

Sinceramente, bate uma sensação de tudo aparentar um jogo de cartas marcadas, de estarmos numa fria, de por mais tentativas, ainda assim, o ser humano prosseguirá indiferente, egoísta, manipulador, senhor de si, regido por suas ânsias e cobiças. Sem hesitar, isso me leva ao livro de Jó, a essa fábula, a essa história que narra: o era uma vez. Sim, ao lado de Eclesiastes, esta obra incrustada na bíblia, despe a vida de todas suas ornamentações, derruba as defesas teológicas, existencialistas, idealistas, rompe e irrompe com um pêndulo de um Deus de recompensa e punição, de amor e indiferença, de sorte e azar.

Eis os encontros de pedaços e palavras, entre Jó e seus supostos amigos, mais preocupados em se esquivarem, se colocarem como bons homens, tementes a Deus, servos fieis, reflexos de humildade e reverência. Lá no fundo, aqueles homens não tinham nenhuma intenção de poupar a Deus, mas a si mesmos e, por tal modo, sem a necessidade de estender as mãos, inclinar os ouvidos e em silêncio respeitar e em integridade se colocar a disposição.

Nada disso, somente observamos todo os enredos de linhas de defesa e acusação, de um plano maior, em tudo aquilo, de um bem, após o escoar de imensuráveis aberrações. Agora, sejamos honestos, ha gente honesta, não perfeita, ha gente que luta para ser boa e leal, não perfeita também, ha gente que sai de casa e não volta mais, vitimado por uma bala perdida, ha gente estuprada e contaminada com o HIV, ha gente traída e levada a falência, ha gente atropelada inocentemente, por um motorista alcoolizado, e por ai se discorre toda uma avalanche de exemplos, onde está Deus, alguém O viu?

Cada vez mais, o episódio de Jó retrata o era uma vez um Deus, atrás da porta, como se fossemos o encontrar, em algum momento; o era uma vez de um Deus se bom, porque permite tamanhas atrocidades; se justo, porque faz vistas grossas, diante de um cenário de guerras, epidemias, desordens, desigualdades doentias e anomalias? Verdadeiramente, abro o jogo, sento – me ao lado de Jó. Vale dizer, conforme relatei acima, fui marcado por uma leitura de um Deus compromissado a mostrar ser o cara, o controlador de tudo e todos, de predestinar uns e outros nãos e de, no fim de tudo, todos serão julgados. Quem sabe você não ouviu, a mão de Deus o trará de volta e, se for necessário, o recolherá (como se Deus fosse um assassino obstinado) ou Deus o deixou travado, numa cama, para mostrar a Gloria dele ou Deus o submete a essa prova para o forjar ou Deus não o favorecerá, sei lá por mais o que?

Em poucas palavras, arrisco a caminhar com o Deus de Salmos 146, por onde se manifesta, age e insiste se apresentar, através de pessoas dispostas a lutar pela justiça restauradora e reconciliadora, a compaixão pulsante pela vida, a escrever as páginas da vida, com lágrimas e risos, a atentar para as fronteiras do outro, a existir pelo outro e isso, em suma, se chama boas novas. Não consigo encontrar o aval de Deus ou seu dedo no terremoto, ocorrido no México, mas ouso sua intenção de fazer nossas vidas sejam seus dedos, suas mãos, seus lábios, sua presença em prol da do ser humano.
São Paulo - SP
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