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Palavra do leitor

A Polêmica dos Pokémons

Podemos encontrar no meio do povo de Deus diferentes conceitos de pecado e santidade. Embora nossa base seja bíblica (ou deveria ser), existem temas que extrapolam a bíblia, não em essência, mas na forma. Por exemplo, há alguns anos, o Papa João Paulo 2º declarou que emitir cheque sem fundos é pecado, mas esta é apenas uma variação do que se encontra no velho mandamento: “não furtarás”, incluído na máxima “amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
Algumas questões morais e éticas estão muito claras na bíblia, outras nem tanto. Por isso, o tema dos usos e costumes sempre foi um campo de batalhas. O princípio ensinado por Paulo aos romanos é este: “Seja o vosso propósito não colocar tropeço nem causar escândalo aos irmãos”, visto que alguns comem carne, mas outros são vegetarianos. De todo modo, recomenda o apóstolo, cada um esteja firme em suas convicções e aja de modo correspondente, respeitando sua própria consciência (Rm.14 e 15).
Devemos também respeitar uns aos outros, pois a nossa possível divisão, contenda e inimizade são piores do que os assuntos que muitas vezes discutimos. Que o nosso amor não seja prejudicado por um bife, um copo de refrigerante ou uma xícara de café (e tudo isso, pasmem, é objeto de disputas teológicas).
Bom, íamos falar de quê mesmo? Ah, dos pokémons. Existe alguma coisa censurável nesse jogo? Sim. O cristão que quiser se abster ou proibir os filhos de utilizá-lo, fique à vontade, pois terá razões para isso. Entretanto, em quase tudo neste mundo encontraremos alguma influência ruim e teremos razões para o afastamento e a rejeição, seja a TV, o rádio, as músicas, as artes em geral, a literatura, os esportes, a política, etc.
Por exemplo, a nota de 1 dólar contém símbolos de ocultismo, mas isso não impede os cristãos de recebê-la.
Existem contaminações evidentes, acima de qualquer discussão, e que não podemos aceitar, mas, se formos examinar minúcias, criaremos neuroses para nós e nossos filhos.
Por exemplo, é claro que precisamos de alimentos limpos e a lei de Moisés tratou deste assunto. Os fariseus foram além e regulamentaram o ato de lavar as mãos. Isso é bom, mas não deveria ter valor religioso. Além disso, ficavam vigiando pra conferir se as pessoas estavam cumprindo a tradição. Se quisermos, podemos ir além. Será que o sabonete que você usa está limpo? Então, quando lavar as mãos, lave o sabonete. Será que a água está limpa? Será que o cano está limpo? Vamos usar apenas água mineral engarrafada? Mas, será que essa água é pura? Esse tipo de preocupação pode virar uma neurose. Isso não significa que vamos beber água do esgoto, mas o extremismo é perigoso.
De igual modo, se vivermos preocupados com a absoluta assepsia espiritual, precisaremos, como disse Paulo, sair do mundo (1Co.5). Foi assim que inventaram os mosteiros. Entretanto, até os homens que foram à lua (se é que foram), levaram consigo seus maus pensamentos.
Em termos naturais, estamos cercados por contaminações, inclusive no ar. Embora os hábitos de higiene sejam imprescindíveis, o que garante a nossa saúde não é necessariamente a mania de limpeza, mas o nosso sistema imunológico. Os anticorpos que o nosso organismo produz combatem uma série infinita de agentes nocivos que nos atacam o tempo todo, mesmo sem percebermos. Assim também, devemos nos alimentar da palavra de Deus, aprendendo princípios que serão poderosos antídotos contra os ensinamentos malignos que nos vêm todos os dias por vários meios, inclusive religiosos. Devemos ensinar a palavra de Deus aos nossos filhos. Não podemos abrir mão disso.
Não devemos ser idólatras. Isso é ponto pacífico. Entretanto, vivemos cercados pela idolatria. Até os bairros da nossa cidade têm nomes de ídolos. Então, significa que não podemos ter igrejas nesses bairros nem morar neles? Acho que isso já seria um extremismo desnecessário. Afinal, como disse Paulo (e não São Paulo), o ídolo é nada.
O mesmo apóstolo citou autores mundanos e usou as olimpíadas para ilustrar ensinamentos espirituais (At.17; 1Co.9; Tt.1). Se fosse hoje, muitos o repreenderiam: “Paulo, você não sabe que as olimpíadas são feitas em homenagem aos deuses gregos”? Ele sabia.
Os pokémons podem ser prejudiciais? Sim. Qualquer coisa pode ser prejudicial, se não tivermos limites e nos deixarmos dominar por elas. Até a água limpa pode nos afogar. Cuidado. O problema da nossa geração não é pokémon, mas a prostituição, o adultério, a pedofilia, o homossexualismo, o divórcio, as drogas, líderes mentirosos e exploradores, políticos corruptos e ladrões etc. Acho que temos coisas mais importantes para nos preocuparmos.
Algumas pessoas veem demônios em tudo. Conheci um líder que ensinava os irmãos a expulsar demônios dos bancos dos ônibus antes de assentarem, mas esse mesmo líder, um dia, bateu na esposa. Isso é como coar mosquitos e engolir camelos.
Os pokémons vão passar, mas os pecados que sempre nos assediaram continuarão no mundo causando a desgraça e a perdição. É com isso que devemos nos preocupar.
Belo Horizonte - MG
Textos publicados: 27 [ver]
Site: http://anisiorenato.blogspot.com.br/
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