Palavra do leitor
- 07 de janeiro de 2015
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A marginalização do ofício e da figura do missionário no Brasil
Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?
E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas! Rm.10:14-15
É muito contraditório o que vemos como ecos da expressão da igreja brasileira em movimentos, debates e o que reverbera diariamente nas redes sociais. Um tempo atrás vi a postagem de um pastor que me fez pensar neste tema. Quando visitei sua grande igreja de mais de 700 membros em determinado estado do Brasil, ele chorou e diante de toda plateia disse que aquela igreja iria se comprometer a partir daquela época conosco (eu e família) em nosso trajeto rumo à África. Hoje já se passaram quase dois anos e nunca aconteceu nada daquela comunidade em relação ao nosso trabalho.
Em sua postagem vi a síntese de que pessoas são mais importantes do que coisas e que devemos usar as coisas para servir pessoas. Realmente vejo muita verdade nesta frase, mas quando reporto isto a forma geral e não só desta comunidade mas de muitas outras que olham para missões apenas como uma boa história para fazer o público se emocionar e tomar na maioria das vezes medidas superficiais como desencargo de consciência, reflete drasticamente que a forma como a igreja olha, respeita e cuida de seus missionários reporta bem os valores que norteiam o seu senso de cristianismo.
Convivendo com missionários estrangeiros de países de tradição cristã e conversando com alguns deles, percebo como a cultura evangélica de seus países de origem tem por hábito o cuidado integral do missionário e como a figura do mesmo e sua ação de trabalho são humanizadas e supridas no senso de entendimento que se é necessário ter. Vivendo hoje em África, penso nos pioneiros dos anos 70 e 80 do século passado que vieram norteados por uma visão romanceada sobre missões e muitos se desintegraram em desilusões e circunstâncias que foram traumáticas simplesmente por igrejas enviadoras não honram alianças, cortaram sustentos por causa de patrimônio físico (coisas) e marginalizaram muitos destes irmãos que saíram com sua fé pura crendo no evangelho, mas acima de tudo crendo que as comunidades enviadoras honrariam o evangelho. Minha oração é para que tenhamos um despertamento bíblico e missionário que levante nossas igrejas no Brasil para um senso de comprometimento com a ação missionária que coloque a figura do missionário dentro de um contexto de tratamento que a Bíblia nos encoraja a ter: honra e dignidade (Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. Rm.12:10)
Sei que muitas igrejas foram lesadas por pseudos-missionários e isto gerou traumas para uma ação de cuidado e apoio missionário bíblico, mas não podemos fazer de modelos negativos, algo maior do que as prerrogativas bíblicas sobre o tema. Louvo a Deus pelo cuidado e zelo que ele tem pela obra missionária, mas oro também para que haja este despertamento e zelo que nos leve para uma prática longe dos clichês religiosos nos quais de fato pessoas serão mais importantes do que coisas e que neste processo as coisas serão benefícios para o serviço, instrumento de generosidade e cooperação com a ação de Deus no mundo.
No amor do Pai
E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas! Rm.10:14-15
É muito contraditório o que vemos como ecos da expressão da igreja brasileira em movimentos, debates e o que reverbera diariamente nas redes sociais. Um tempo atrás vi a postagem de um pastor que me fez pensar neste tema. Quando visitei sua grande igreja de mais de 700 membros em determinado estado do Brasil, ele chorou e diante de toda plateia disse que aquela igreja iria se comprometer a partir daquela época conosco (eu e família) em nosso trajeto rumo à África. Hoje já se passaram quase dois anos e nunca aconteceu nada daquela comunidade em relação ao nosso trabalho.
Em sua postagem vi a síntese de que pessoas são mais importantes do que coisas e que devemos usar as coisas para servir pessoas. Realmente vejo muita verdade nesta frase, mas quando reporto isto a forma geral e não só desta comunidade mas de muitas outras que olham para missões apenas como uma boa história para fazer o público se emocionar e tomar na maioria das vezes medidas superficiais como desencargo de consciência, reflete drasticamente que a forma como a igreja olha, respeita e cuida de seus missionários reporta bem os valores que norteiam o seu senso de cristianismo.
Convivendo com missionários estrangeiros de países de tradição cristã e conversando com alguns deles, percebo como a cultura evangélica de seus países de origem tem por hábito o cuidado integral do missionário e como a figura do mesmo e sua ação de trabalho são humanizadas e supridas no senso de entendimento que se é necessário ter. Vivendo hoje em África, penso nos pioneiros dos anos 70 e 80 do século passado que vieram norteados por uma visão romanceada sobre missões e muitos se desintegraram em desilusões e circunstâncias que foram traumáticas simplesmente por igrejas enviadoras não honram alianças, cortaram sustentos por causa de patrimônio físico (coisas) e marginalizaram muitos destes irmãos que saíram com sua fé pura crendo no evangelho, mas acima de tudo crendo que as comunidades enviadoras honrariam o evangelho. Minha oração é para que tenhamos um despertamento bíblico e missionário que levante nossas igrejas no Brasil para um senso de comprometimento com a ação missionária que coloque a figura do missionário dentro de um contexto de tratamento que a Bíblia nos encoraja a ter: honra e dignidade (Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. Rm.12:10)
Sei que muitas igrejas foram lesadas por pseudos-missionários e isto gerou traumas para uma ação de cuidado e apoio missionário bíblico, mas não podemos fazer de modelos negativos, algo maior do que as prerrogativas bíblicas sobre o tema. Louvo a Deus pelo cuidado e zelo que ele tem pela obra missionária, mas oro também para que haja este despertamento e zelo que nos leve para uma prática longe dos clichês religiosos nos quais de fato pessoas serão mais importantes do que coisas e que neste processo as coisas serão benefícios para o serviço, instrumento de generosidade e cooperação com a ação de Deus no mundo.
No amor do Pai
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