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Palavra do leitor

A causa mortis do amor

Conforme profetizado pelo Senhor Jesus (Mt 24.12), o esfriamento progressivo do amor, não se dá por causa de guerra, de luta, de disputa ou de coisas afins. Ele vem da inércia, da apatia e da banalização de coisas que deveriam nos indignar. Isso não só no contexto político-social, mas também no eclesiástico. Situações e atos piores dos que ensejaram a Reforma Protestante - venda de indulgências, justificação pelas obras, venda de terrenos no céu - ocorrem no contexto evangélico e a maioria dos cristãos simplesmente encolhe os ombros e diz: "É assim mesmo, Jesus disse que haveria essas coisas".

Essa irresponsável "justificativa" escusa nossa consciência já acostumada pela omissão, mas não acoberta o nosso cruzamento de braços perante o Senhor. A dívida que temos com aqueles que não se intimidaram diante das adversidades e bradaram contra o uso da piedade como instrumento de manipulação – pagando com a própria vida por defender a fé cristã – é muito grande. Eles não faziam concessões, amavam de fato, não era mero sentimentalismo, por isso falavam a verdade mesmo quando esta destoava totalmente da ordem vigente. 

Lamentavelmente, acostumamo-nos a postura passiva e até mesmo covarde em relação aos problemas eclesiásticos da contemporaneidade, pois, afinal de contas, vida cristã ou cristianismo, para muitos, é simplesmente um meio para a realização de seus sonhos individualistas e egoístas. E, como queremos "casa cheia", logo não podemos nos indispor com ninguém, não é mesmo?

É bem verdade que precisamos restaurar o amor cristão para podermos viver como verdadeiros discípulos de Cristo, alcançando as pessoas com nosso testemunho e amor relacional, mas isto, em hipótese alguma, justifica o evangelho pragmático ou o “alargamento” da porta. O amor cristão só será restaurado, quando não transgredirmos nossa função profética e restauradora. Pois os santos homens de Deus, dizem a verdade, motivados pelo amor que nutrem pelas vidas e não por uma vaidade qualquer.

Muitos, já deixaram de falar a verdade, porque temem perder a posição que alcançaram. Isso mesmo, que “alcançaram”, pois, se fosse dada por Deus, não temeriam, visto que ele os sustentariam. São como aqueles fariseus que criam em Jesus, mas não declaravam sua fé por medo de serem destituídos de sua glória efêmera, porém, tão sedutora e almejada entre nós (Jo 12.42-43).

Em certo evento que participei como um dos oradores, tive o desprazer de ouvir de um outro palestrante (por sinal, conhecido no Brasil), que eu não iria muito longe pois, “bato de frente” e, em vez de trazer alegria para o povo, fico “exortando” e isto, disse-me, “é coisa do pastor da igreja”.

Essa cumplicidade não é um sentimento derivado do verdadeiro amor cristão, antes, é uma atitude movida simplesmente pelo interesse próprio e espúrio, típico dos falsos profetas (Is 5.20; Ez 13.1-23). Deus quer que sejamos compromissados com ele e com a obra e não com nossa autopromoção. 

O amor precisa ser demonstrado entre os cristãos, pois, Jesus não profetizou o esfriamento do amor – no sentido de determinar – para que assim fosse, mas, expressou uma constatação do que está acontecendo. Isso significa, que as coisas não precisam necessariamente ser assim – como dizem alguns irresponsáveis – mas, ao contrário, o vaticínio do Senhor deve servir como um alerta e um chamamento à nossa responsabilidade ágapeana.

Possamos preservar nossa indignação diante das mazelas eclesiásticas, sociais, políticas, econômicas e morais deste país, pois, esta atitude, além de ser um resgate de nossa originalidade, fomos criados para amar o bem e odiar o mal (Rm 12.9), trará incontáveis bênçãos sobre a nação, pois, substituirá a omissão pela ação e sentimentalismo por amor de verdade. 

A despeito de ser um texto dirigido ao povo de Judá, é oportuno considerá-lo, pois, é a Palavra do Senhor e, certamente, nos levará a refletir: “Quando vocês estenderem as mãos em oração, esconderei de vocês os meus olhos; mesmo que multipliquem as suas orações, não as escutarei! As suas mãos estão cheias de sangue! Lavem-se! Limpem-se! Removam suas más obras para longe da minha vista! Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva. ‘Venham, vamos refletir juntos’, diz o Senhor. ‘Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão. Se vocês estiverem dispostos a obedecer, comerão os melhores frutos desta terra; mas se resistirem e se rebelarem, serão devorados pela espada’. Pois o Senhor quem fala!” (Is 1.15-20).
Rio De Janeiro - RJ
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