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Palavra do leitor

Divina cumplicidade: exagero em amar

Caráter e relacionamentos são duas coisas vitais no corpo de Cristo. Gosto da polêmica teologia relacional, na Alemanha ela está ligada ao feminismo, nos USA à teologia do processo; no nosso Brasil é associada a um Deus amoroso que se relaciona em amor com sua criatura que mais se parece com Ele. Deus é amor, resume a Bíblia. Mas e os outros atributos de Deus?

Para ter uma definição rápida, mas simples de Deus, procurei em minha Bíblia eletrônica as palavras chaves “Deus é”. Achei juntamente com a já esperada definição, Amor, outras: Deus é verdade, luz, misericordioso, zeloso, fogo. Umas apontam claramente para a soberania de Deus. Mas a maioria mostra um Deus que “é comigo”, “nosso” e por “mim”: um Deus relacional.

Amor, ágape, é por definição incondicional. “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda este é o que me ama”, amamos ao Senhor logicamente guardamos seus mandamentos, “será amado por meu pai e eu também o amarei” – Será que Deus só ama quem guarda seus mandamentos? E aquela história de amarmos os inimigos, do sol sobre justos e injustos? Não, Deus nos ama não “porque” guardamos seus mandamentos, nem muito menos “porque” o amamos. Ele nos ama porque é "amor". 

Ele nos amou primeiro por isso nós (que somos imperfeitos) o amamos. Estou convicto que qualquer pessoa nesse mundo que ama seu próximo não de lábios, mas em obras, independente de sua religião, igreja ou confissão de fé, é amada por Deus de uma forma muito especial. Por isso Jesus escolheu como exemplo de fé pessoas fora do círculo religioso, como o centurião, a samaritana ou a mulher siro-fenícia, estas sim eram altruístas em sua fé.

Chris Parker, um amigo londrino, abriu o meu horizonte em relacionamentos ao explicar-me o vocábulo inglês “patronize”. A atitude expressa por essa palavra era algo que me incomodava há anos. Principalmente após minha conversão.

A “metanóia” em minha vida se deu após uma paranóia, como normalmente acontece, num momento de vulnerabilidade. Conheci pessoas que me consolaram, mas também outras que aproveitam para me “patronizar”. Esta é a atitude de se colocar por cima, querer ser o paizão o protetor. Ainda bem que Jesus já nos preveniu: “a ninguém chameis de pai”. Uns agem assim até bem intencionados outros por falha de caráter mesmo.

Jesus ganhou vidas quando se identificou com elas. Ao tornar-se homem como a gente. Ao assumir a forma de servo. Ao experimentar a morte, quando depois de ressurreto se relacionou, deixou-se tocar, comeu e bebeu com os seus amigos. Essa proximidade divina chega a ser para mim uma cumplicidade* onde Ele está com o homem para o que der e vier.

Deus quiz começar um povo a partir de Moisés, como se nada mais importasse a não ser a fidelidade do velho Moisés (infelizmente muitos líderes de hoje se deixam logo convencer “por Deus” e na primeira oferta fundam um “novo povo” ou uma nova denominação).

Mas Moisés a exemplo de Deus preferiu ser cúmplice do povo. Essa cumplicidade falta muitas vezes nos relacionamentos dentro das igrejas. As pessoas preferem descer a paulada e depois perguntarem o nome do irmão.

Comentei sobre a questão amor e confrontação em um Blog há poucos dias. O Blogista – tido como um dos principais pensadores evangélicos brasileiros - dizia que o amor do apóstolo João estava condicionado à pureza doutrinária dos seus discípulos. Eu logo discordei: afinal, o amor é incondicional! Para não ser “patronizado” saí do debate.

Queremos que Deus seja glorificado. Certo? Queremos que as pessoas sejam salvas. Então temos que usar os métodos de Deus para chegarmos aos objetivos de Deus. E o caminho é Jesus. Seus ensinos, mas também seu estilo de vida marcados pela mansidão e humildade. O resto é proselitismo e manipulação.

Em administração de empresas é ensiando os três Es: 1) Eficácia: atingir os objetivos corretos, o gol; 2) Eficiência: usar os métodos corretos, o drible; e 3) Efitividade que é o ponto 1 somado ao 2. Ser efetivo é jogar bem os 90 minutos e ganhar a partida.

Ao invés de querermos corrigir o mundo ou mudarmos as pessoas na base da cacetada deveríamos ser seus cúmplices. Afinal o filho do homem não veio para condenar o mundo, mas para salvá-lo! Às vezes é preciso nos comprometer com as pessoas em amor, apesar de suas ou de nossas idéias, de conceitos e pré-conceitos, pois mais vale uma vida do que o mundo inteiro. 

O Brasil está longe de ser pós-moderno como por exemplo, a Suécia. Nós ainda damos muita credibilidade aos valores tradicionais da igreja e do estado, e não é somos racionalista.

Onde o estado e a igreja deixaram de ser uma referência, a verdade coletivamente aceita torna-se algo de fato relativa. Mas nem estado e nem a religião são os detentores da verdade absoluta. Basta olharmos o mundo islâmico.

Sim é falta de amor julgarmos os outros, pois como disse o velho Jó: “Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso” (Jó 6.14).

* Cúmplice - quem colabora, participa com outrem de algum fato; parceiro
Fürth - EX
Textos publicados: 283 [ver]
Site: http://teologia-livre.blogspot.de/

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